terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cidadão do Mundo


Certa vez Diógenes de Sínope ao ser questionado quanto a sua a sua posição, respondeu: - Não sou cidadão de Atenas ou da Grécia, sou cidadão do mundo. O único e verdadeiro estado é o mundo inteiro. Não nos encerremos em estados e nações, as fronteiras são fictícias, separados cada um por próprias leis, mas devemos nos considerar como membros de uma só colônia a Colônia Mundial ou a vila global.

Diógenes que viveu no século 4 a.C. era chamado de o cínico. A palavra cínico não tinha a mesma concepção para qual o termo hoje é usado, cínico vem de Canis, com referencia ao Cão, o cachorro, Diógenes desprezava também qualquer regra imposta pela sociedade, não tomava banho, vivia pelas ruas como um cão, mexendo com as mulheres, se embriagando.

Esta atitude chamou a atenção do maior figurão da época. Alexandre o grande, que havia conquistado todo o mundo conhecido, discípulo de Aristóteles viajou até a Corinto em 335 a.C. para encontrar Diógenes, segue que Alexandre encontrou Diógenes nu, ao lado de um barril de argila que considerava como casa.

Perturbado Alexandre cumprimentou Diógenes e, ao final de um momento de silêncio, perguntou se poderia fazer alguma coisa por ele. "Oh, sim" teria disse o o filósofo: "Saia daí, você está bloqueando o Sol. Não me tires o que não podes dar-me".

A idéia de cidadão do mundo voltou a tomar grandes proporções com o conceito de "aldeia global" criado pelo sociólogo canadense Marshall McLuhan (21de julho de 1911 – 31 de dezembro de 1980).

Uma curiosidade interessante é que ele morreu um dia antes de 01 de janeiro, dia da confraternização mundial, dia criado pela professora americana Anna M. Jarvis (1864-1948), comemorado em quase todo o mundo.

McLuhan ficou mundialmente famoso ao publicar o livro "O meio é a mensagem" no qual ele descreve a aldeia global, simplesmente diz que o progresso tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, a possibilidade de se intercomunicar diretamente com qualquer pessoa que nela vive.

O paradigma da aldeia global é a televisão, um meio de comunicação de massa em nível internacional, que começava a ser integrado via satélite. Em seu livro não foi capaz de antecipar que as formas de comunicação da aldeia são essencialmente bidirecionais e entre dois indivíduos. Somente agora, com o celular e a internet é que o conceito começa a se concretizar.

O princípio básico deste conceito é o de um mundo interligado, com estreitas relações econômicas, políticas e sociais, fruto da evolução das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), particularmente da World Wide Web, diminuidoras de distâncias e de incompreensões entre as pessoas e promotor da emergência de uma consciência global interplanetária.

Essa profunda interligação entre todas as regiões do globo originaria uma poderosa teia de dependências mútuas e, desse modo, promoveria a solidariedade e a luta pelos mesmos ideais, quanto a ecologia e a economia, em prol do desenvolvimento sustentável da Terra.

Tudo bem, se o mundo todo é uma só aldeia, o que dizer das diferentes culturas que zelam pela sua historia? Pensadores afirmam que com a globalização o mundo está ficando “pasteurizado”, e diversas culturas que não tem como se sustentarem economicamente são engolidas, então, o que fazer?

Joseph E. Stiglitz – controverso economista escreveu em 2006 Making Globalization Work (Fazendo a Globalização Funcionar). Funcionar, nesse contexto, significa cumprir as promessas apregoadas quando da implementação das chamadas medidas globalizadoras, que - segundo seus defensores alegavam - teriam o condão de melhorar o padrão de vida das populações pelo mundo afora.

Stiglitz é graduado no Amherst College (B.A., 1964), em Massachusetts, e no Massachusetts Institute of Technology (Ph.D., 1967). Foi Presidente do Conselho de Assessores Econômicos (Council of Economic Advisers) no governo do Presidente Clinton (1995-97), Vice-Presidente Sênior Para Políticas de Desenvolvimento do Banco Mundial, onde se tornou seu economista chefe. Recebeu, juntamente com A. Michael Spence and George A. Akerlof, o Prémio de Ciências Económicas, imprecisamente também chamado de "Prêmio Nobel de Economia" em 2001 "por criar os fundamentos da teoria dos mercados com informações assimétricas".

A globalização em si não é decisão deliberadamente tomada, mas sim fatos ocorridos, contra os quais é inútil, até impossível, se opor. Portanto o pensamento de respeitar a cultura do povo do nosso território vizinho é o mesmo que respeitarmos o nosso vizinho de bairro, pois ambos tem diferenças que merecem serem consideradas e apreciadas.

Pluralismo cultural é a força diretriz para a paz e a solidariedade internacionais. आ paz não pressupõe de forma alguma homogeneidade. Na verdade, deve ser baseada no pluralismo e no desenvolvimento sustentável. De acordo com essa abordagem positiva da diversidade cultural, a sociedade civil (ONGs, círculos econômicos, redes de associações e comunidades) deve agir tendo em mente que cada país e cada sociedade devem planejar suas estratégias de acordo com suas características específicas. Uma nova abordagem é necessária para tratar do impacto da globalização, que desrespeita totalmente os pluralismos econômico e cultural, manifestando-se de maneiras drasticamente diferentes sendo o país rico ou pobre. Esse ponto foi colocado pelo Diretor-Geral da UNESCQ, Federico Mayor, e pelo Secretário-Geral da Secretaria da União das Nações Britânicas, Chefe Emeka Anayaoku, na conferência Rumo a um Pluralismo Construtivo, ocorrida em Paris em 28 de janeiro de 1999.

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