quinta-feira, 29 de maio de 2008

Nos não somos todos irmãos – mas sim primos distantes

foi preciso de  4.294.967.296 pessoas, a 32 gerações atrás para que voce estivesse aqui hoje
Você já parou para pensar que a sua existência hoje aqui neste planeta só é possível porque a 32 gerações atrás 4.294.967.296 pessoas foram bem sucedidas em suas relações sexuais procriativas. Precisaram-se de dois pais na primeira geração antes de sua chegada, quatro avos na segunda geração, oito bisavós na terceira e assim por diante. Se considerarmos uma geração media de 30 anos para que as mães nasçam e se procriem, podemos estabelecer como o ano médio do evento inicial o ano de 1048 dC.
A população mundial hoje é de 6.7 bilhões de pessoas, é muito difícil estimar corretamente quantas pessoas já pisaram na face da terra por diversos fatores:

- Primeiro porque o conjunto de características que definem precisamente o Homo sapiens e o separa de seu ancestral imediatamente anterior ainda é objeto de muito debate;

- Segundo porque mesmo que a comunidade cientifica chegasse a um consenso unânime sobre quais características físicas separa o Homo sapiens do hominídeo antecessor seria quase impossível definir com certeza a data de sua primeira aparição;

- Somente alguns milhares de fosseis de ancestrais humanos foram encontrados muitos deles são apenas pequenos fragmentos de ossos de dedos, das mãos e dos pés;

- Sistemas de Censos confiáveis só passaram a existir do século XXIV para cá, antes disso tiveram-se apenas iniciativas parcas e escassas, tomadas com o mero propósito de cobranças de impostos e acompanhamento de serviços militares;

No entanto estimasse que entre 45 a 125 bilhões de pessoas pisaram neste planeta.

O ponto ambíguo surge quando a lógica diz que a 37 gerações antes que você nascesse foi necessário que 137.438.953.472 pessoas tivessem êxito em suas relações sexuais procriativas, e no ano de 1048 dC a população mundial era estimada em 330.000.000 pessoas – como isso é possível?

Esta premissa, aparentemente paradoxal pode ser explicada se for levada em consideração a natureza da linhagem, este calculo não leva em consideração que a cada geração existiu a fertilização entre primos distantes. Ou seja, nossa árvore genealógica ancestral não é exatamente uma árvore, mas sim um grafo acíclico dirigido, (em inglês: directed acyclic graph, ou simplesmente um dag ou DAG.
Nesse ponto uma fertilização entre primos distantes (ou próximos) 

Portanto na teoria uma pessoa só pode traçar seu ancestral humano para achar o seu ultimo ancestral comum por via de um simples cromossomo. O DNA mitocondrial é imune à mistura sexual diferentemente do DNA nuclear que se embaralha e é re-combinado a cada fertilização dando origem a uma herança mendeliana.

O conceito de ultimo ancestral comum (last common ancestor ) transcende a religião na busca de Adão e Eva e volta para a ciência e é muito bem descrito no livro de Richard Dawkins “The Ancestor's Tale” (ainda sem tradução para o português) no qual ele imagina uma peregrinação de volta no tempo na qual humanos encontram todas as outras espécies de organismos com os quais compartilham ancestrais comuns os concestrais (concestors).

Na verdade, corrigindo o meu primeiro parágrafo o numero de concestrais (ancestrais comuns) no ano de 1048 dC não é de 4.294.967.296 pessoas mas sim de aproximadamente 5 a 30 milhões de pessoas.
Uma reflexão mais profunda sobre este tema nos faz buscar com mais intensidade a paz entre os povos, ou melhor, entre nos – primos distantes.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Financeirização


Fiancialização (Financialization) é um termo relativamente novo usado para descrever a emergência de uma nova forma de capitalismo na qual os mercados financeiros crescem sobre a economia industrial tradicional. Greta Krippner da Universidade da Califórnia em Los Angeles defende a teoria de que “financeirização” se refere ao “padrão de acumulação na qual a realização cresce muito mais através dos canais financeiros do que elo comercio e a produção de commodities”. Na introdução do livro Financeirização e a economia mundial reeditado em 2006, Gerald A Epstein insiste no uso cada vês mais restrito do termo: a ascensão do “shareholder value” como uma forma de governança coprorativa; ou a crescente dominação do mercado de capitais financeiro sobre os sistema financeiro baseado nos bancos.

Recentemente o termo financeirização vem sendo aplicado de uma forma mais ampla e menos compromissada. Pode-se referir também ao mercado financeiro em geral, motivadores financeiros, instituições financeiras das economias de operações domesticas e internacionais. No livro “Teocracia Americana. O Grave Risco e Política da Religião Radical, Petróleo e Empréstimos de Dinheiro no século 21” (American Theocracy: The Peril and Politics of Radical Religion, Oil, and Borrowed Money in the 21st Century) - ainda sem versão traduzida para o português – o escritor americano Kevin Phillips apresenta a financeirização como o processo no qual serviços financeiros, amplamente irraigados, assumem a economia dominante, os aspectos culturais e o papel político das economias nacionais. Phillips considera que a financeirização da economia americana segue os mesmos passos que historicamente levaram a época do declínio da casa dos Habsburgos da Espanha no século XVI, o império holandês do século XVIII, e o Império Britânico do século XIX. ... a liderança baseada no poder econômico surgem de um progresso evolucionário: primeiro a agricultura, pesca, a seguir a industria, e então as finanças. Muitos historiadores escreveram sobre este argumento. Brooks Adams resume que “quando as sociedades se consolidam, estas passam por uma profunda mudança intelectual.

Os dados mostram que o Volume Global de Ativos Financeiros (títulos de credito, ações e depósitos bancários) superou em mais de 3,6 vezes o Produto Interno Bruto mundial. Em 1980 o PIB mundial atingia a marca de 10 trilhões de dólares enquanto que o VGAF (Volume Global de Ativos Financeiros) era de 12 trilhões de dólares, esta relação em 2006 mudou drasticamente – o VGAF atingiu a marca de 167 trilhões de dólares enquanto que o PIB mundial atingia 48 trilhões de dólares.

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