segunda-feira, 18 de setembro de 2023

O Tupi Antigo como 'Código Cultural' para Introduzir o CAUIM no Mercado Uma Jornada Espiritual Brasileira

 

O Tupi Antigo funciona como o ‘Código Cultural’ certo para apresentar e representar Cauim ao mercado brasileiro, transmitindo toda a essência do Brasil dos nossos povos ancestrais, além de agregar toda uma estratégia de aceitação de produtos digna de grandes e inspiradores gênios do marketing de aculturação , que veremos a seguir.


Existem casoas relacionados ao marketing e das bebidas alcoólicas que se destacam como verdadeiros feitos de mestres visionários como os de Clotaire Rapaille, com sua abordagem inovadora dos 'Cultural Codes', e Sydney Frank, o gênio por trás de marcas icônicas como a Grey Goose e o Jägermeister. 

Sem querer pretencioso, tenho um deszfio de grandes proporções e adoraria ser amparado por esses genios para apresentar ao mundo o Cauim, uma bebida que, assim como o sake para o xintoísmo, representa toda a espiritualidade brasileira e seu tesouro cultural.

O Desafio da Aculturação de Produtos

Clotaire Rapaille e Sydney Frank são conhecidos por entenderem a psicologia por trás do consumo e a importância de desvendar os "códigos culturais" que moldam as preferências dos consumidores. 

Rapaille, renomado guru de marketing, oferece uma perspectiva intrigante sobre a complexidade cerebral, dividindo-a em três partes distintas: o Córtex, o Límbico e o Réptiliano. No contexto do exemplo político fornecido, essa teoria lança luz sobre como as decisões políticas podem ser moldadas.

O cérebro reptiliano sempre vence

De forma geral, podemos resumir esta situação dizendo que nosso cérebro está dividido em três grandes grupos: o cérebro reptiliano onde são tomadas as principais decisões; o sistema límbico responsável pelas emoções, batimentos cardíacos e funções autônomas do corpo, onde a geração de dúvidas pode funcionar como possível agente de inferência e mudanças nas decisões tomadas pelo cérebro reptiliano; e, finalmente, o córtex cerebral, que é a parte racional e estratégica do nosso cérebro.

O Córtex, que representa a sede da lógica e da razão, é frequentemente associado à capacidade humana de argumentar e justificar escolhas. No entanto, Rapaille argumenta que o poder decisório real recai sobre o cérebro Réptiliano, localizado abaixo do Córtex e acessível apenas pelo subconsciente. Esse componente, segundo sua teoria, abriga instintos primitivos ligados à sobrevivência e reprodução, sendo a força motriz por trás de escolhas fundamentais.

Ao aplicar essa teoria ao cenário político, a decisão de adotar uma posição de esquerda ou direita é vista como uma resposta instintiva do cérebro Réptiliano. Essa escolha é impulsionada por uma série de fatores, incluindo valores arraigados, identidade social e necessidades fundamentais de pertencimento. Nesse estágio, o Córtex entra em cena para articular e justificar racionalmente essas escolhas, criando argumentos e narrativas que fundamentam as posições políticas adotadas.

Assim como o jacaré utiliza seus dentes como ferramentas de defesa, o cérebro Réptiliano, na visão de Rapaille, serve como a força motriz por trás das escolhas políticas, enquanto o Córtex atua como o mecanismo de defesa intelectual, fornecendo uma justificativa racional para as decisões instintivas.

Essa interação complexa entre instintos profundos e racionalização destaca a influência subjacente do cérebro Réptiliano na formação de opiniões políticas. Em última análise, a teoria de Rapaille sugere que compreender e reconhecer a interação entre esses três cérebros pode oferecer insights valiosos sobre a tomada de decisões políticas e, por extensão, sobre o comportamento humano em geral.

A notável jornada da Nestlé: como Clotaire Rapaille transformou a cultura japonesa do chá em amantes do café

No final da década de 1970, o Japão era uma nação de entusiastas do chá, a cultura tradicional do chá estava profundamente enraizada na sociedade japonesa e o café era um conceito estrangeiro. No entanto, a Nestlé, gigante global de alimentos e bebidas, viu uma oportunidade neste mercado dominado pelo chá e estava determinada a apresentar o café aos japoneses.

A transformação do Japão num importante consumidor de café pode parecer um sucesso instantâneo, mas estava longe disso - para mudar o marketing da indústria do café foram necessários 50 anos de um processo de aculturação puro e bem concebido. A Nestlé enfrentou um desafio considerável: como fazer com que os japoneses adotassem o café quando os seus corações e papilas gustativas eram fiéis ao chá. 

Clotaire Rapaille

Entra Clotaire Rapaille, um consultor de marketing com uma perspectiva única sobre o comportamento do consumidor, Rapaille, originalmente um psiquiatra infantil, tinha uma compreensão profunda do comportamento humano, ele acreditava que grande parte de nossa tomada de decisão é influenciada por nossas mentes inconscientes e intuitivas - o que ele referido como o "cérebro reptiliano". Esta parte do nosso cérebro funciona por instinto, muitas vezes escondida sob os nossos pensamentos conscientes.

Quando Rapaille entrou em cena, ele rapidamente percebeu um problema fundamental: as crianças japonesas cresceram vendo seus pais tomarem chá, deixando-os com uma exposição mínima ao café. Como resultado, a sua preferência inclinou-se naturalmente para o chá.

A solução de Rapaille foi engenhosa, ele aconselhou a Nestlé a produzir doces com sabor de café, um doce que permitiria às crianças japonesas experimentar o sabor do café de uma forma familiar, esta estratégia visava criar uma associação positiva com o sabor do café desde tenra idade , nutrindo uma futura geração de amantes do café.

O plano funcionou notavelmente bem. As crianças que gostavam de café doce acabaram por fazer a transição para bebidas açucaradas com sabor de café e, mais tarde, para cappuccinos e lattes. Antes que alguém percebesse, o Japão estava no meio de uma revolução do café, com pessoas de todas as idades bebendo grandes canecas de café quente.

Hoje, depois de a Nestlé ter aceitado a visão de Rapaille, o mercado cafeeiro japonês tem o seguinte cenário: “O Japão importou quase 500.000 toneladas de café em 2020, avaliado em 1,18 mil milhões de dólares, tornando-o o 7º maior importador de café a nível mundial, respondendo por 3,8% de todas as importações de café. ”

Sidney Frank: O Mestre do Marketing Psicológico por trás da Grey Goose

Em 1997, um verdadeiro gênio do marketing, Sidney Frank, deu início a uma incrível jornada ao transformar uma marca que começou com vendas insignificantes, atingindo um surpreendente valor de US$ 2 bilhões em uma negociação feita totalmente em dinheiro com a Bacardi - tudo isso aconteceu em apenas 8 anos.

A história de Sidney Frank pode não ser muito conhecida, mas com certeza você já ouviu falar de seus produtos, como Jägermeister e Corazon Tequila.

Frank nasceu em 1919 e cresceu como filho de um fazendeiro em Connecticut, vivendo uma vida modesta. Ele conseguiu entrar na Brown University, mas teve que abandonar seus estudos devido à falta de recursos financeiros.

O destino o levou a casar com uma mulher rica, cujo pai era proprietário de um próspero negócio de bebidas alcoólicas, foi lá que Frank teve a oportunidade de aprender as nuances do comércio de bebidas. No final, ele deixou o negócio da família para seguir seu próprio caminho com sua empresa de bebidas. O sucesso não foi imediato, e Frank quase faliu várias vezes.

A virada aconteceu quando ele descobriu imigrantes alemães apreciando uma bebida com sabor de alcaçuz chamada Jägermeister, que até então era uma escolha nichada após o jantar. Jägermeister se tornou um favorito dos estudantes universitários festeiros, e o resto, como dizem, é história.

No entanto, Sidney Frank tinha ambições maiores. Nos anos 1990, as tendências de consumo de bebidas nos Estados Unidos estavam mudando, com as pessoas buscando coquetéis mais sofisticados em vez de cerveja. e ele laçou a moda dos drinks Submarinos, no qual doses de Jägermeister mergulhavam nos copos e davam nova magia e ritual ao mundo dos coqueteis.

Foi então que Frank decidiu que sua próxima grande empreitada seria criar uma vodka de luxo, na época, a vodka mais elegante do mercado era a Absolut, conhecida por sua icônica garrafa e publicidade, a Absolut era cara, custando entre US$ 15 e 17 por garrafa, um preço considerado exorbitante.

Frank compreendia o poder psicológico por trás dos preços, em vez de competir diretamente com a Absolut, ele decidiu adotar uma abordagem Veblen, na qual quanto mais caro o produto, maior a percepção de qualidade.

Sidney Frank

Os chamados 'bens de Veblen' têm esse nome por levar em pauta a teoria do economista americano Thorstein Veblen, que primeiro identificou o consumo conspícuo como um modo de busca de status, a Abordagem Veblen consiste em valorizar itens de luxo que conotam status na sociedade, como carros, iates, vinhos finos, perfumes endossados por celebridades e joias de grife. 

Frank sabia que a forma como as pessoas valorizam os produtos não é objetiva; ela depende de contextos e de como esses contextos as fazem sentir,  além disso, ele se baseou no efeito que o preço tem na percepção de qualidade.

Portanto, em vez de reduzir o preço da vodka Grey Goose, ele aumentou consideravelmente, cobrando impressionantes US$ 30 por garrafa - essa estratégia funcionou maravilhosamente bem devido a dois princípios psicológicos fundamentais:

Avaliação de Valor Irracional: As pessoas não atribuem um valor objetivo aos produtos; em vez disso, elas determinam o preço com base em pistas contextuais e em como essas pistas as fazem sentir;

Efeito Preço-Qualidade: Para certos tipos de produtos, as pessoas frequentemente associam um produto mais caro a uma qualidade superior em comparação a produtos mais baratos;

No entanto, Sidney Frank sabia que simplesmente aumentar o preço não era suficiente para garantir o sucesso, ele precisava de uma narrativa de produto interessante e única, que destacasse a marca Grey Goose e a tornasse sinônimo de luxo e sofisticação - duas características que a vodka não possuía na época.

Para isso, Frank reuniu sua equipe na sede de sua empresa e os enviou para um país famoso por seu luxo e sofisticação: a França. A França, no entanto, não tinha tradição na produção de vodka.

Em vez disso, a equipe de Frank se encontrou com destiladores de conhaque, que estavam passando por uma desaceleração nos negócios, eles concordaram em mudar seus alambiques para criar a primeira vodka francesa do mundo.

Dessa forma, Sidney Frank conseguiu criar um produto, estabelecer um preço, escolher um nome e desenvolver uma estratégia psicologicamente embasada que transformou a Grey Goose em uma das marcas de destilados de maior crescimento e sucesso de todos os tempos.

Laura Ries - A Categoria é Criada pelo Consumidor e pela Mídia

Laura Ries, especialista em branding e estratégia de marketing, autora de “Posicionamento: A batalha pela sua mente” e “Guerra de marketing” nos anos 80 e “As 22 leis imutáveis do marketing” e “Foco: o futuro da sua empresa depende disso ”(meu preferido) na década de 90.

Ries destaca a importância de entender que não é o criador ou a empresa que determina o nome da categoria, essa legitimidade e validação só podem partir do público consumidor e da mídia.

Laura e All Ries

Portanto, o trabalho de Luiz Pagano ao apresentar o Cauim Tiakau em eventos públicos formadores de opinião é fundamental, pois está criando as bases para que a categoria de bebidas Cauim seja reconhecida e aceita pelo mercado e pelo público.

Laura Ries enfatizaria que esta estratégia de aculturação gradual e educação de mercado é essencial para o sucesso da nova categoria de produtos.

Outros pontos que Al e Laura Ries colocam sobre a criação de uma nova categoria de marketing por meio do conceito de "posicionamento" são:

Ser o primeiro em uma nova categoria é fundamental: Al Ries e Jack Trout argumentaram que ser o primeiro em uma nova categoria de produtos ou serviços é fundamental para o sucesso de marketing. Isso permite que uma empresa estabeleça uma posição dominante na mente dos consumidores;

Foco em uma categoria específica: Eles advogam que as empresas devem manter um foco estreito em uma categoria de produtos ou serviços, em vez de se expandirem demais. Isso ajuda a construir uma imagem de marca sólida e clara na mente dos consumidores;

Criar um "martelo visual": Além de palavras, eles enfatizam a importância de um "martelo visual" para reforçar a mensagem da marca. Isso pode ser um símbolo ou imagem que está fortemente associado à marca;

Evitar a diluição da marca: Eles alertam contra a diluição da marca por meio de extensões de linha excessivas ou expansão para muitas categorias diferentes. Isso pode enfraquecer a imagem da marca e confundir os consumidores;

Mensagens diretas e específicas: Eles defendem o uso de mensagens diretas e específicas em campanhas de marketing, em vez de palavras abstratas. Mensagens claras e simples tendem a ser mais memoráveis e eficazes;

No geral, Al Ries e Laura Ries acreditam que a criação de uma nova categoria de marketing envolve ser pioneiro, manter um foco estrito, comunicar uma mensagem clara e usar elementos visuais impactantes para construir e proteger a marca. Suas ideias têm sido amplamente influentes no campo do marketing e branding.

Estratégia de Marketing para o Lançamento da categria 'Cauim' e a Marca CAUIM TIAKAU: Uma Jornada Inspirada em Sidney Frank e Clotaire Rapaille

À medida que embarcamos na emocionante jornada de introduzir a categoria comercial de cauim e lançar a marca CAUIM TIAKAU, me inspiro nas experiências bem-sucedidas desses dois verdadeiros mestres do marketing. Nossa estratégia incorpora princípios fundamentais que moldaram o sucesso deles e que agora moldarão o futuro do cauim no mercado:

1. Código Cultural Tupi - Preservando as Origens
O mundo contemporâneo está em busca constante de suas raízes e autenticidade, é nesse contexto que as regiões com vilas de produção, assim como as AOCs (Appellations d'Origine Contrôlée) na França, ganham destaque. Acredito que o cauim, uma bebida tradicionalmente brasileira, deve respeitar e celebrar o rico código cultural Tupi, preservando sua autenticidade e origens. Assim como as AOCs francesas, destacamos a importância de promover o cauim como uma bebida com história e tradição profundamente enraizadas na cultura brasileira.

2. Aculturação Gradual - Conquistando Corações e Mentes
Dado que o cauim envolve uma diversidade de mais de 300 etnias indígenas brasileiras, compreendemos a necessidade de um processo de aculturação gradual. Essa estratégia envolve debates construtivos e apresentações a públicos formadores de opinião, com um custo relativamente baixo e eficaz, reconhecemos que, para que o cauim seja apreciado por todos, precisamos educar e conquistar a confiança dos consumidores, mostrando que valorizamos e respeitamos as diferentes culturas indígenas envolvidas na produção do cauim.

3. Desenvolvimento Gradual - Qualidade Acima de Tudo
Entendemos que o processo de desenvolvimento do cauim comercial deve ser gradativo, permitindo testes rigorosos e refinamentos contínuos, a cada lote desde 2016, levamos o cauim para restaurantes brasileiros como o Dom, ou Hotel Emiliano para serem avaliados por seus sommeliers e bartenders, nossos nossos esforços incluirão a colaboração desses profissionais brasileiros que exisgem alta qualidade, onde poderemos realizar testes sensoriais e garantir que o produto final seja de fato bom, com sabor comprovadamente excelente, e com um valor elevado, para pagar por toda a pesquisa e desenvolvimento até o momento. O lançamento do CAUIM TIAKAU será apoiado por sólidas evidências da sua qualidade superior e autenticidade;

4. Jornada Contínua
Além desses princípios centrais, continuaremos explorando outros fatores cruciais para o sucesso do CAUIM TIAKAU. Isso inclui o desenvolvimento de estratégias de marketing que ressoem com o público-alvo, parcerias estratégicas que ampliem nossa presença de mercado e uma abordagem sustentável que respeite o meio ambiente e as comunidades indígenas envolvidas.

5. Envolvimento das Comunidades Indígenas 
Por último o mais importante - o aspecto fundamental da nossa estratégia para o lançamento da categoria cauim é o envolvimento ativo e colaborativo das comunidades indígenas 'optantes' (deve ser uma opção da aldeia aderir ao projeto), reconhecemos que essas comunidades enfrentam desafios significativos, com suas matas e rios sofrendo os impactos da expansão do homem branco, o cauim surge como uma solução que beneficia tanto essas comunidades quanto o mercado em geral.

Desenvolvimento Sustentável

O Cauim não apenas proporcionará uma fonte de renda econômica crucial para essas comunidades, mas também abraça uma abordagem de desenvolvimento sustentável, o trabalho em estreita parceria com as comunidades indígenas optantes, para garantir que a produção do cauim seja conduzida de maneira ambientalmente responsável, preservando os ecossistemas locais. Isso não apenas protege os recursos naturais, mas também ajuda as comunidades a recuperar suas terras, ter fonte de renda escalavel, o que ajudara na contratação de bons advogados, consultores e outros players do mundo modernos,  pontos estrategicos nas disputas como a civilização predatória, e manter sua relação harmoniosa com a natureza.

Promoção da Cultura

Além dos benefícios econômicos, o Cauim desempenhará um papel vital na promoção e preservação das ricas culturas dessas "aldeias optantes". Ao valorizar suas tradições e métodos de produção ancestrais, ajudaremos a divulgar e projetar a herança cultural dessas comunidades, isso incluirá a incorporação de elementos culturais indígenas em nossa estratégia de marketing, destacando a importância da cultura indígena na produção do cauim.

Processo de Produção em Tupi Antigo: Revivendo a Tradição do Cauim

Em um país repleto de diversidade linguística, com mais de 21 troncos linguísticos e 270 idiomas falados, escolhemos usar o Tupi Antigo para descrever os processo de produção por diversos motivos:

1- Expansão Tupi - Os grupos originários dessa etnia, que provavelmente surgiram na região que hoje é o Xingu, expandiram-se por todo o Brasil e partes da América do Sul. Eles ocuparam extensivamente a faixa litorânea, indo do norte ao sul, leste e oeste, deixando uma herança cultural profunda;

2- Lingua mais falado no Brasil até 1750 - O Nheengatu e as línguas gerais eram amplamente utilizados até a proibição pelo Marquês de Pombal, tratava-se da língua do Brasil na época. 

O Tupi era mais falado do que o português, suscitando preocupações em Portugal sobre a colonização brasileira e a preservação da identidade linguística colonizadora;

3- Vínculo Histórico e Cultural - A ressurgência comercial do cauim na região do Triângulo Histórico de Piratininga, aliada ao fato de que Luiz Pagano, idealizador do projeto, é descendente de Tibiriçá e João Ramalho, da aldeia de Inhapuambuçu, torna o Tupi Antigo uma escolha significativa,a lingua falada por eles faz parte da nossa história e identidade.

Assim, proponho que, da mesma forma que é feito em regiões renomadas, como Champagne e outras AOCs ao redor do mundo, onde se promove a harmonização de pratos com a bebida e se aprendem termos como “remuage” e “degorgement”, seja igualmente importante que o "cauim" preserve os seus processos no Tupi Antigo.

Podemos dividir os processo de produção de cauim em Tupi Antigo em 6 grupos básicos, denomiado POKÕI (Os 6) em Tupi Antigo:

POKÕI - Os 6 Processos Básicos de Produção de Cauim


1/6 MANDIOMITYMAS-Na primeira fase da produção do Cauim devem ser plantadas ‘Manivas’, pedaços do caule cortados com aproximadamente 10 cm em ‘Mandiomitymas’, trechos intercalados na mata pelo sistema agroflorestal. Quanto à matéria-prima, no caso do método japonês utilizamos pérolas de mandioca, ‘Itatinga Beiju’ e no processo enzimático, fécula de mandioca ‘Manikuera’;

2/6 MBEÎU APÓ- se resume a todas as formas de se obter fonte solida de mandioca para podução do Cauim, preparo de farinhas, separação de goma e tucupi, etc. 

A goma 'Minga'u-Pomonga' e o caldo ácido, 'Tucupi', são separados usando um Tipiti, e é produzida a farinha, 'Mbeîu apó'. Como vimos anteriormente, a fécula de mandioca doce passa apenas pelos processos de secagem e moagem, enquanto a fécula de mandioca azeda ‘Karimã Ku’i’ passa por um processo de fermentação antes de ser moída. Em geral, a farinha de mandioca utilizada para fazer o beiju ‘Mbeîu’ é a ‘Tipirati’;

A farinha obtia pode ser socada 'Apasok', e assim como se faz a tapioca, faz-se o beiju "Mbeîu apó. Ao espalhar a farinha 'U'i' na frigideira, o U'i é colocado em uma A 'Ygassaba', aquecida num forno chamado 'Tapyaba', e as 'Kunhã-Muku', mulheres que produzem e servem Cauim (Kaûĩapó-sara) espalham-na e viram-na com uma 'Pia'sawa';

3/6 - SABẼ MBEÎ MOE'Ẽ (ou simplesemnte MOE'Ẽ) - Literalmente, ' o esporo torna o beiju sápido', 'e nessa fase que é realizada a quebra do amido em açúcares, num processo enzimático, no método ancestral, as Kaûĩ apó-sara utilizavam para esse fim a amilase salivar, mastigando e cuspindo a mandioca 'Aîpi o- su'u su'u I nomu'
No método japonês, os esporos de koji são espalhados pelo Itaitinga Beiju e, no caso do método enzimático, o amido é completamente dissolvido na água quente 'T-y-pûera mopupu ra–sara';

4/6 - HAGUINO- Fermentação Alcoólica, (a plavra haguino - vêm de ygynõ – bafio, cheiro de mofo, cheiro desagradável - "Mbeîu, tygynõ ndibé Kaûi-namo s-ekóû", lit. o beiju com o mofo, como cauim fica 'se transforma em cauim').

Nessa quarta fase da produção do Cauim, quando os amidos que já foram quebrados em açúcares (Sabẽ mbeîu moe'ẽ, literalmente 'os esporos tornam o beiju sápido - doce'), dá-se início à fermentação alcoólica ‘Haguino*’, num processo denominado fermentação paralela múltipla – ao mesmo tempo que as enzimas continuam decompondo o amido em açúcares, esses açúcares são transformados em álcool, num processo que dura em média 16 dias;

5/6 - MBOARURU & KÛARA - Literalmente filtração e clarificação. Quanto à filtração, no método japonês é feita por prensagem em sacos de algodão, tal qual o saquê, enquanto no método enzimático, onde a hidratação foi muito bem feita, há apenas uma simples passagem pela malha. Em ambos os processos é recomendado passar pelo processo de clarificação, que no nosso caso é feito com argila de betonita sódica e leva em média 40 dias;

6/6 – MONDYKABA - A conclusão, o destino final dos processos, é aqui que entra a pasteurização, engarrafamento, etc. Nesta sexta e última fase de produção do Cauim, a bebida está pronta, pois já passou pela fermentação alcoólica nas dornas (KAUBA), por filtração (Mbeîu mogûaba)

Basicamente é feito o engarrafamento (Ybyraygá pupé) e a pasteurização, Pasteur rupi kaûĩ rerekó, literalmente, "tratar o cauim segundo Pasteur". 

Como no método japonês existe um mingau, pode-se fazer dois tipos difrentes de bebida, o Katu (Cauim bruto) e o Poquya (Cauim filtrado).

No método enzimático a hidratação foi tão bem feita que o mingau quase desapareceu, mas ainda é importante fazer a filtração e a clarificação, que no caso do Cauim Tiakau é decantado com argila de betonita sódica, num processo que pode passar dos 40 dias.

.-.-.-.
Luiz Pagano apresentando Cauim Tiakau no evento 'Encontro Selvagem', realizado na Cervejaria Tarantino em São Paulo para apresentação de Cauim e Manipueras (cervejas de fermentação selvagem e mandioca)

Com base nas inspiradoras estratégias de marketing de mentes brilhantes de Rapaille e Frank, desenhei uma estratégia para a criação da categoria comercial Cauim e lançamento da marca CAUIM TIAKAU no qual o desafio espiritual e cultural, traz à luz não apenas uma bebida ancestral, mas também um pedaço da alma brasileira. Assim como o saquê é para o Xintoísmo, Cauim representa uma parte importante da nossa espiritualidade e herança cultural.

Espero sinceramente que, através deste empreendimento, possamos resgatar e valorizar as tradições do Brasil como um todo, ao mesmo tempo que construímos um futuro de prosperidade e unidade. Que brindemos não só ao Cauim, mas também à compreensão e ao respeito pelas diferentes culturas que enriquecem o nosso país. 

T’ereîkokatu – que todos fiquemos bem (em Tupi Antigo)!

--------









quinta-feira, 27 de julho de 2023

Dia do Anahngá 17 de Julho com Cauim Tiakau

 

Cauim Tiakau no Patio do Colegio, mais de 400 anos um ritual ancestral que volta a ser feito

No domingo, dia 16, comemoramos antecipadamente o Dia do Anahngá no Vale do Anahngabau, já que o dia 17 de julho foi uma segunda-feira. Brindamos ao protetor das matas com essa incrivel garrafa da edição comemorativa de Cauim Tiakau, 100% mandioca - autêntico Cauim do Inhapuambuçu. 


Luiz Pagano, recriador do Cauim e Ricardo Magalhães, que faz o bolo de aniversário da cidade no Mercadão, brindam ao Anhangá. Valorizar nosso legado cultural e valorizar a região central da cidade, é um trabalho que deve ser feito e celebrado pelos cidadãos.

“Fazemos isso regularmente desde 2019, mais de quatrocentos anos depois que o Cacique Tibiriçá e João Ramalho fizeram isso no Vale do Anahngabau”, disse Luiz Pagano, que é neto da 16ª geração de Tibiriçá e criador do projeto e criador do método japonês.

Genograma Descendente de Tibiriça até Luiz Pagano 

"Essa conquista não é minha, mas sim de um grupo de amigos e irmãos que levo para a vida, a querida e genial 作永 ひかる, que mesmo sem falar uma palavra de português me ajudou enormemente a desenvolver o método japonês, bseado na produção do sake com o uso do koji; Hildo Sena, esse grande irmão que a vida me trouxe, criador do método enzimático, que não só evolui o processo ano-a-ano,  como também ensina seu método a todos seus alunos da FATEC de Araçatuba; Chefes Kalymarakaya e Fabio Eustaquio, que fizeram o primeiro jantar harmonizado com CAUIM no Brasil, equpe do SENAC de Campso do Jordão representada por Victor Pompeu, Kârasy Ko’ema, o grande revivalista da cultura Potiguara e Tupi Antiga, estudioso das fermentações, idioma ancestral e abelhas na Aldeia TRAICAO na Paraíba, Mário Rubens .'., Chefes Thiago e Felipe Castanho, cujo amor pela Amazônia e sua gente trouxeram grande inspiração em projetos como o TEMBIU, Cassio Cunha, com quem realizo o antigo sonho de trabalhar ao lado, dos stakeholders James Guimarães, Priscila Mallmann, Domingo Montanaro, Edu Guedes, junto a uma lista enorme de outeros imortantes realizadores de sonhos".

Celebração do dia do dia do Anahgá - cosplay do D'us representado com um veado branco, de tamanho atroz e olhos cor de fogo

Este evento é mais uma etapa do desenvolvimento, aculturação e comercialização do Cauim, tradicional bebida alcoólica indígena brasileira que começa a ser produzida com métodos modernos e vendida ao público em geral. Uma excelente mudança de paradigmas que, além de gerar recursos para aldeias e etnias, pode promover o conhecimento e valorização de diversas culturas anceswtrais brasileiras

É curioso perceber que a bebida, que existia muito antes da chegada dos colonizadores portugueses e espanhóis à América, ainda não havia sido produzida com sucesso por meios aceitos pela indústria e pelo mercado, bem como nunca teve uma lei de comercialização no país.

Cauim Tiakau proximo a antigas ruinas jesuíticas,  400 anos depois esse ritual ancestral volta a ser feito.

Em abril de 2022, foi realizada consulta pública para a revisão do Decreto nº 6.871, de 06/04/2009, que regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, sobre bebidas alcoólicas, com a publicação de novo dispositivo legal, que inclui Cauim na regulamentação de bebidas alcoólicas, surge uma grande oportunidade de projetar a cultura ancestral brasileira, dentro e fora do Brasil. O artigo apresenta uma sugestão de plano de negócios para a criação das unidades de produção e comercialização de Cauim, com retorno estimado de 18 meses. Este projeto traz esperança para a preservação e valorização da rica diversidade cultural do Brasil.

O Cauim utilizado no brinde é do tipo CAUIM DO INHAPUAMBUÇÚ, nome que vem da Aldeia de Tibiriçá, em referência à formação rochosa que existia entre os rios Anhangabau e Tamanduatei, uma vez que o trabalho inicial de Luiz Pagano foi resgatar essas antigas tradições de São Paulo de Piratininga, antes da catequização cristã.

A bebida foi desenvolvida na Fatec de Araçatuba pelos alunos de Hildo Sena, sob sua orientação em sala de aula. É levemente frizante, com  sabor característico do biscoito de polvilho, que pega na língua com acidez equilibrada. "É uma cultura que está em seus primeiros passos, a forma de servir, as taças e o ritual de consumo ainda estão em aberto. Tudo é possível desde que garantimos o respeito às tradições ancestrais indígenas, e que tudo seja denominado em Tupi antigo, idioma falado por Tibiriça e Potira.

O Cauim está em fase de aculturação, ainda não está disponível para venda.

T’ereîkokatu*” - ‘que você fique bem! - saúde no tupi antigo
Conteúdo proibido para menores de 18 anos 🔞

quinta-feira, 29 de junho de 2023

Uma explicação científica para a vida após a morte


O texto a seguir é escrito em um diálogo filosófico, uma forma de escrita característica adotada por muitos filósofos gregos antigos, especialmente Platão, mas também amplamente utilizada por Xenofonte e, em menor escala, Aristóteles.

Neste diálogo, pensamentos e ideias são apresentados por meio de conversas entre dois personagens fictícios, o Mestre Sambadad que assume o papel do ‘Sócrates Tupi’, personagem central dos diálogos de Platão, e Ismael, um discípulo que passará por uma experiência de iluminação e modificação transdimensional reveladora.

O nome Ismael também não foi escolhido ao acaso, faz referência ao aventureiro de Herman Melville e ao Anjo Tutelar do Brasil descrito por Chico Xavier.

O estilo literário dos diálogos gregos busca recriar as discussões filosóficas ocorridas nas ruas de Atenas e outras cidades da Grécia Antiga.

Este diálogo começa com a pergunta central:

Quando eu morrer, minha essência será obliterada ou minha consciência continuará existindo?

Como qualquer outro diálogo filosófico, este também se caracteriza por sua natureza dialética, em que as ideias são apresentadas, criticadas e defendidas em um processo contínuo de argumentação. O objetivo é chegar à verdade ou ao conhecimento o mais próximo possível por meio de um exame rigoroso das ideias opostas. As perguntas são feitas para estimular a reflexão e promover a investigação filosófica.

Além disso, esse diálogo terá elementos cômicos para amenizar um pouco a intensidade dos fatos apresentados, com descrições vívidas das expressões faciais, gestos e emoções dos personagens. Esses elementos ajudam a tornar a leitura mais envolvente e destacam a importância das discussões filosóficas como parte integrante da vida e da busca pelo conhecimento.

Isso tudo para simplesmente permitir que ideias complexas sejam exploradas de maneira acessível e envolvente, proporcionando a melhor forma que encontrei para abordar um assunto tão difícil, que jamais poderia ser exposto em textos lineares ou romances.

.-.-.-.

Capitulo 1 - Me chamo Ismael.

Vivendo experiências de vida não menos e nem mais normais do que as suas, sem passar por aflição ou grande alegria, resolvi refletir na noite passada sobre âmago da existência – a única coisa que consegui foi perder uma noite de sono e acordar com mais perguntas.

Foi então que decidi consultar o Pajé que mora próximo a grande arvore, com o propósito de encerrar esse assunto de vez, para poder seguir com as triviais dificuldades do dia-a-dia e procurar os mundanos prazeres da vida real.

Ao chegar na casa sem portas do Pajé, ele nem mesmo perguntou do que se tratava, me deu um pacote cinza de supermercado com folhas dentro e tal como um médico de PS que receita Buscopan intramuscular sem olhar para sua cara, pediu para que eu o aguardasse do lado de fora com o estrano e inodoro saco.

Lá sentado, o pensamento que me ocorria era que o Pajé tinha uma edição de Addio Cosa Nostra de Pino Alracchi. Que tipo de Pajé consegue livros italianos que nem mesmo foram publicados no Brasil.

O pensamento mais frequente que tinha era o de que eu talvez não devesse expor o meu nobre assunto, que tanto me atormentava a um Pajé que usa boné da Puma, (sim ele estava usando um Puma bem legal).

Minha mente romântica ensaiava o dialogo que haveria de ter com o Pajé, eu não queria fazer feio.

Sempre fui muito bem nas aulas de matemática e física, nas intricadas sendas dos assuntos científicos, a lógica prevalece e as respostas são sempre muito claras. Não é preciso de nenhum professor para afirmar que 2+2 é igual a 4. No entanto, quando exploramos os temas essenciais da existência, a sabedoria se esconde nos véus do desconhecido. O melhor professor, paradoxalmente, transita pela ignorância, reconhecendo a vastidão das questões e incentivando a busca pessoal por respostas. Pois é nesse humilde reconhecimento da limitação humana que nos abrimos para a sabedoria que transcende o intelecto e nos conecta à vastidão do mistério.

Eu realmente não estava acreditando que o Paje de Puma, fã da editora Rizzoli fosse sério, eu acredito que sou um melhor filósofo do que o pragmático Pajé...

Nesse instante, no qual me pegava esboçando um sorriso sarcástico, zoando mentalmente o pobre do Pajé, meus pensamentos são interrompidos pelo apito crescente da chaleira.

Apos o som de utensílios serem desordenadamente manejados dentro da casa, sai o Pajé com uma jarra na mão esquerda e a tal da chaleira na direita – Sim, alem de tudo ele era canhoto.

Nossa eu estou priando – o que importa o fato de ser destro ou canhoto, só não quero perder meu tempo aqui.

O Pajé tira o saco de minha mãos, apalpa as folhas enquanto me olha com olhar desconfiado e diz:

-“É importante que você tenha esquentado as folha com o seu calor, se não aconteceu isso, pode voltar para casa”.

Se ele tivesse me avisado, eu teria sentado encima do saco.

Más, felizmente, estava tudo dentro dos protocolos, ele macerou os herbais na jarra enquanto lentamente adicionava água quente. Mestre Sambadad Mestre Sambadad 
Sem falar nada ele me levou para perto da grande árvore, me deixou com a jarra, sem copo, e voltou para casa dele.

Fique sem palavras com tamanho desrespeito do Pajé, más também estava sem palavras ao ver aquele lindo final de tarde se refletindo às margens do rio.

Dei um golinho, estava quente de mais tinha gosto do carrinho plástico que eu mastigava quando era pequeno, daqueles que vem com suquino dentro...

Dei outro gole na esperança que o gosto fosse melhorar, más só fazia piorar.

...

Outro gole e nada de bater...

Capítulo 2 – O Mestre Sambadad 

Sentado em silêncio, junto às margens do rio Tapajós, eu acabara de ingerir substâncias de origens misteriosas, em comunhão com a majestosa árvore que testemunhava minha ousadia, quando algo extraordinário começou a acontecer. 

Sócrates se aproximou de mim dizendo algo que não entendi, o som era de grego. A sensação que tive foi que ele disse:

Τὸν  χαίρειν. πόθεν τὰ νῦν ἡμῖν ἐπιδεδήμηκας; ἢ οἴκοθεν ἐξ το σπίτι του σαμάνου;
Salve Ismael! De onde vieste agora para nos visitar, de casa ou da casa do pajé?

Estava tão impactado pelos acontecimentos que fiquei imóvel por um tempo. O mestre deve ter percebido meu mal-estar, e simplesmente sentou-se ao meu lado para contemplar o rio e as estrelas que começaram a aparecer na linda noite. 

Quebrei o jejum de silêncio e perguntei “isso é real?”

“Sim” disse o Socrates que agora mudava de forma e começava a parecer com um guru indiano “tão real quanto as dúvidas que pairam em sua cabeça – vamos direto ao assunto, o que quer saber?”.
Tinha tantas dúvidas más nenhuma delas me ocorria no momento...
“Qual é seu nome?”
De todas as perguntas inteligentes que podia fazer, comecei logo fazendo a mais esquisita.
“Hahahahah! Me chamo सम्बद्ध जगत”
Falou um nome meio confuso que não ficou nem 3 segundos em minha cabeça antes que eu começasse a esquecer.
“Pode me chamar de Sambadad”
“Prazer, Ismael”.

Outro momento de silencio desconfortável se fez presente e ai então eu corajosamente perguntei:

Quando eu morrer, minha essência será obliterada ou minha consciência continuará existindo?

“Hahahaha” deu outra daquelas gargalhadas e prosseguiu “más já essa pergunta? Normalmente as pessoas demoram alguma horas para chegar a esse ponto”.

Fiquei quieto e ele prossegui com a sua explicação:

Sambadad - A busca pelas religiões, em sua maioria, está enraizada na busca por conforto espiritual diante da possível insignificância da vida e da incerteza sobre o desaparecimento da consciência após a morte, muitos indivíduos encontram consolo nas crenças religiosas. 

As religiões oferecem respostas e narrativas que transcendem o mundo material, proporcionando um senso de propósito, significado e esperança para além da existência terrena.

A ciência, por sua vez, revela maravilhas ainda maiores do que as belezas mais incríveis que as religiões possam apresentar. Através do conhecimento científico, somos capazes de explorar e compreender os mistérios da natureza de uma forma objetiva e fundamentada em evidências. Ela nos revela a vastidão do cosmos, a complexidade dos organismos vivos, os processos físicos e químicos que regem o funcionamento do universo.

Embora a ciência não possa oferecer respostas definitivas sobre questões filosóficas e existenciais, ela nos convida a questionar, investigar e descobrir por meio do método científico. E com isso, mediante tantas outras religiões criadas pelos homens e endossada pelos Deuses, eu vos apresento mais uma delas.

Só que dessa vez os dogmas foram encontrados na dura e triste ciência, não mais dentro dos confortos da mente humana”.

Ismael – Meu D’us, eu jamais esperaria esse tipo de resposta! Afinal, você é um cientista ou uma entidade espiritual?

Sambadad - Não é necessário ser cientista ou religioso para expressar opiniões ou dar respostas sobre assuntos filosóficos. A filosofia é uma disciplina que está aberta à participação e reflexão de qualquer indivíduo, independentemente de sua formação acadêmica ou filiação religiosa.

A filosofia busca explorar questões fundamentais sobre a existência, a natureza do conhecimento, a moralidade, a ética, a verdade, entre outros temas complexos. Ela incentiva o pensamento crítico, a reflexão pessoal e a busca por respostas que vão além das respostas puramente científicas ou religiosas.

As experiências de vida, as observações pessoais e a reflexão individual podem contribuir para a formação de ideias e perspectivas filosóficas. Cada pessoa traz consigo uma bagagem única de vivências, valores e perspectivas, que podem influenciar a maneira como ela compreende e responde às questões filosóficas.

No entanto, é importante reconhecer que a filosofia também se beneficia do diálogo, da troca de ideias e da exploração de diferentes perspectivas. O debate filosófico enriquece nosso entendimento e nos desafia a considerar diferentes argumentos e pontos de vista, ampliando nossa visão de mundo.

Portanto, embora qualquer pessoa possa expressar opiniões e dar respostas sobre assuntos filosóficos, é valioso manter uma abordagem aberta, estar disposto a aprender com outros e a considerar diferentes perspectivas para enriquecer nosso próprio pensamento filosófico.

Ismael – Entendo! Só não esperava que a minha experiência fosse ser assim, imaginava viagens de luzes, algo parecido com a Ayahuasca.... você sabe que eu já fiz uma viagem com a Chacrona?

Sambadad - Você levanta um ponto importante. O uso de substâncias psicoativas, como a chacrona e o jagube, presentes em algumas práticas xamânicas, pode de fato alterar o estado de percepção de uma pessoa. Essas substâncias são conhecidas por terem efeitos psicodélicos e podem levar a experiências sensoriais e perceptivas distintas.

No entanto, é essencial ressaltar que o verdadeiro conhecimento do ser não está exclusivamente ligado ao uso de drogas ou substâncias psicoativas. O autoconhecimento puro, é uma jornada interna que envolve o desenvolvimento da consciência, a exploração de nossas próprias emoções, pensamentos, valores e experiências.

Através de práticas como a meditação, a reflexão introspectiva, o diálogo interior e a busca de uma conexão mais profunda consigo mesmo, podemos acessar camadas mais profundas de compreensão e sabedoria interior. Essa busca pelo autoconhecimento pode levar a uma maior clareza de propósito, um senso de identidade mais autêntico e uma compreensão mais profunda de nossas interações com o mundo ao nosso redor.


Embora o uso de substâncias psicoativas possa fornecer insights temporários ou experiências transformadoras, é importante enfatizar que o verdadeiro crescimento e conhecimento do ser vêm de um processo contínuo de autorreflexão, desenvolvimento pessoal e busca interna. Cada indivíduo tem seu próprio caminho para a compreensão e a sabedoria, e é importante respeitar e honrar essa jornada pessoal.

Ismael – No entanto eu acabo de consumir substancias, e estou aqui conversando com você.

Sambadad – De fato, você acabou de tomar um chá de Matricária. As mães dão isso aos seus filhos quando eles tem dor de barriga. Eu te asseguro que o que você consumiu não é nem um pouco psicoativo.

Ismael – Quer dizer que aquele Pajé fajuto, que usa Puma me deu um chá de camomila e eu estou tendo uma viagem?

Sambadad – Hahahahaha... Sim, ele é tão humano quanto você. Só que ele tem um conhecimento que você terá ainda essa noite, e sabe muito bem como operá-lo.

Ismael – Por que ele me deu chá de camomila?

Sambadad – Por que você estava muito tenso e isso poderia quebrar nossa ligação conectiva.

3-A realidade e a ciência assustam, já a religião conforta;

Sambadad – Veja, é comum que durante a infância e adolescência enfrentemos conflitos internos e busquemos diferentes formas de compreender o mundo ao nosso redor. No seu caso, dividir o cérebro em duas partes, uma cética e outra religiosa, vem facilitando muito a sua vida no que diz respeito à respostas e conforto emocional.

A parte cética, baseada nas leis da física e da ciência, busca uma compreensão racional do mundo, procurando explicações objetivas para os fenômenos naturais e eventos que ocorrem ao nosso redor. Essa abordagem valoriza a observação, a lógica e a experimentação como meio de obter conhecimento e compreender a realidade. Tem te ajudado muito a estudar, arranjar bons empregos e seguir com credibilidade frente à sociedade.

Por outro lado, a parte religiosa de sua mente oferece um refúgio emocional, trazendo o conforto e segurança da reza à Virgem Maria, ensinada pela mamãe para nos colocar em ambiente espiritual seguro, diante dos medos noturnos e da dor da perda de um ente querido. 

Essas duas partes do seu cérebro refletem a busca por um equilíbrio entre a razão e a fé, entre a busca pelo conhecimento científico e a necessidade de encontrar significado e conforto emocional. É importante reconhecer e respeitar as diferentes dimensões da experiência, permitindo-se explorar tanto os aspectos racionais como os emocionais da sua jornada pessoal.

A ciência e a religião não precisam necessariamente se excluir mutuamente; elas podem coexistir e complementar-se, fornecendo diferentes abordagens para a busca da verdade e da compreensão. É uma jornada individual e única, na qual você tem a liberdade de explorar e descobrir seu próprio caminho de compreensão e conforto.

Ismael – Meu D’us, você conhece mais de mim do que eu mesmo...

Sambadad – Sim

Ismael – como isso é possível?

Sambadad – Meu nome significa Planeta Integrado em Hindi, a dinâmica do Planeta Integrado propõe uma visão abrangente da vida, nascimento, morte, comunicação e interação entre as espécies, com potencial para atender às necessidades espirituais dos indivíduos de forma semelhante à religião. Enquanto a religião muitas vezes busca proporcionar conforto e significado espiritual, essa filosofia científica amplia essa busca para além do egoísmo humano, conectando-a à grandiosidade do planeta e ao universo.

Ismael – “Você vai me dizer agora que essa filosofia do Planeta Integrado, como você diz, não foi criada pela raça humana.... quem criou então, extraterrestres” perguntei com ar irônico. Como pode uma religião ou uma filosofia não ter sido criada pelo homem? ... animais ou plantas lá sabem processar textos e escrever??

Sambadad - Neste momento você está falando com uma forma de vida que não é nem uma planta nem um homem. Você está experimentando uma percepção intuitiva personificada por mim.

A intuição tem o belo significado da faculdade ou ato de perceber, discernir ou sentir as coisas, independentemente de raciocínio ou análise, literalmente significa falar com seu D'us interior.

Mas não há nada de místico na intuição, ela é puramente científica - trata-se da soma de percepções de seus múltiplos sentidos, numa velocidade maior do que aquela que você é capaz de processar em seu cérebro. Aprendemos que o corpo tem 5 sentidos e que através deles obtemos todas as informações. Isso não é verdade. Além da visão, paladar, oufato, tato e audição, teem também o sentido da passagem do tempo, denominado cronocepção, equilíbrio percebido pelo labirinto, percepção magnética pela leitura do ferro no sangue de vossos corpos... logicamente muito menos do que os pássaros. No total, o homem tem 32 sentidos.

Ismael - A sensação que sinto agora me lembra muito uma sensação que eu tive quando era criança. Na época, meu pai tinha um livro sobre curas naturais e eu vi que o confrei tem propriedades curativas, quando nos machucavamos faziamos um cataplasma com as folhas e colocavamos na ferida. 

No entanto, uma vez em passeio distante eu tive uma ferida grave na canela e estava perdendo muito sangue, e não havia confrei por perto. Resolvi aplicar folhas de picão, sem saber que o picão é ainda mais eficaz do que o confrei nas feridas.

Quando cheguei em casa e contei isso para minha mãe, ela ficou chocada, ela disse que esse conhecimento de ervas foi passado diretamente de D'us para mim.

Sambadad - Ela estava certa, a pergunta que faço a voce é:

Como o primeiro Pajé descobriu os efeitos das plantas? Quem ensinou o homem a fazer uma roda?

Arthur Clarck fez a bela suposição de que um ser superior em forma de monólito os ensinou, ao longo dos anos a intuição fez os homens aprenderem as ciências.

Ao contrário das religiões antropocêntricas, essa filosofia transcende a noção de um ser humano como criador e beneficiário exclusivo dos dogmas religiosos, abraçando a interconexão de todas as formas de vida no planeta. Ela reconhece a beleza e a importância das outras formas de vida, permitindo que a busca religiosa se expanda para incluir o reconhecimento da grandiosidade e diversidade do mundo natural.

Através da ciência, essa filosofia oferece uma compreensão mais profunda e ampla do funcionamento do mundo, proporcionando um senso de maravilha diante dos mistérios da vida e do cosmos. Ela convida os indivíduos a explorar as interações complexas entre os seres vivos, a compreender as leis cósmicas que regem o universo e a encontrar significado na interdependência de todos os elementos da existência.

Ao adotar essa filosofia, os indivíduos podem encontrar conforto espiritual na beleza e na harmonia do planeta integrado, na conexão com todas as formas de vida e no reconhecimento de sua própria contribuição para o equilíbrio e a evolução desse sistema interconectado. Assim, essa filosofia científica oferece uma alternativa que transcende o antropocentrismo das religiões tradicionais, convidando os indivíduos a se conectarem com a grandiosidade do mundo natural e a encontrarem uma espiritualidade que abraça a interconexão de todas as coisas.

Ismael - Quer dizer então que o macaco e o cachorro tem  religião?

Não é religião, mas sim uma dinâmica de pensamento. Você já percebeu a alegria de um cachorro correndo com seus ‘donos’ ao chegar numa praia, ou a felicidade de um macaco que, logo ao sair de sua jaula, fica euforicamente feliz ao ver o azul do céu? 

Animais e plantas tem suas formas de perceber a beleza da conexão, que muitas vezes o homem chama de ‘emoção da fé’.

Ismael – Isso me fez lembrar das palavras de Braian Cox, um físico rockstar chamado Brian Cox "Na busca pela verdade científica, encontramos uma beleza que transcende as narrativas e os dogmas das crenças religiosas, levando-nos a uma compreensão mais profunda e fundamentada da realidade." 

Sambadad – Ele está certo, a história da criação científica tem majestade, poder e beleza. e é infundido com uma mensagem poderosa capaz de elevar nossos espíritos de uma forma que suas numerosas contrapartes sobrenaturais são incapazes de igualar. Ela nos ensina que somos produtos de 13,7 bilhões de anos de evolução cósmica e o mecanismo pelo qual o significado entrou no universo, mesmo que apenas por um momento fugaz no tempo. Porque o universo significa algo para mim, e o fato de sermos todos aglomerados de quarks e elétrons em um padrão complexo e frágil que pode perceber a beleza do universo com maravilha visceral é, eu acho, um pensamento que vale a pena levantar um copo para esse Natal.

Ismael – Que bonito, quem disse isso?

Sambadad – “Brian Cox!” disse ele esboçando um sorriso sarcástico no rosto, igual ao que eu tinha feito anteriormente, como que por vingança.

Ismael – Só que o mundo não é só feito de belezas não, existe muita tragédia nesse mundo. Semana passada mesmo vi um jacaré comer uma pobre capivara, foi horrível, me causou desprezo pelo jacaré e uma grande revolta. 

Sambadad – O que você almoçou hoje?

...eu sabia que havia comido a galinhada que sobrou de sábado e me calei.

Sambadad - Podemos encontrar muita beleza no processo em que milhões de vidas serviram para alimentar a sua vida.

Ismael – Me parece injusto, eu haverei de comer milhares de frangos e quando morrer nenhum frango me comerá.

Sambadad – Não se iluda, você só chegou até aqui por que um ciclo de indivíduos que se alimentaram de diversas outras vidas como alimento te geraram, e você será devorado também por diversas outras vidas, numa corrente longa e bela. 

Ismael – Ainda não consigo entender a beleza disso tudo.

Sambadad -  No passado diversos seres se alimentaram de outros seres, isso é motivo de honra e celebração.
Até onde sei, seus pais te ensinaram a agradecer a comida que come, certo?

Ismael – sim, sou descendente de japoneses, falo Itadakimasu a cada refeição, num ato de humildade e celebração.

Sambadad – Exato!

No futuro a sua morte servirá de alimento para milhões de outras formas de vida, isso é motivo de honra e celebração.

Há bilhões de anos, nosso planeta tem testemunhado uma inter-relação profunda entre todas as formas de vida, essa intrincada teia de conexões é o que sustenta a harmonia e a evolução contínua da vida na Terra, desde o nascimento até a morte, e através da alimentação, cada organismo desempenha um papel vital nesse sistema integrado. 

Luiz Pagano sentado em silêncio, a beira do Rio Tapajós

Além da alimentação, a intenção entre os seres vivos desempenha um papel crucial na interação e na compreensão mútua.

A vida começa com a concepção e nascimento, o momento inicial da vida, que chamaremos de EVENTO NÚMERO UM, em que novos seres são trazidos à realidade existencial. Cada organismo, desde o menor inseto até o ser humano, é resultado de um ciclo de vida, doravente chamado de EVENTO NÚMERO DOIS, contínuo de eventos que após o nascimento, tende-se a interagir com outros seres e alimentar-se de outras vidas, processo no qual a morte de um indivíduo, EVENTO NÚMERO TRÊS, dá origem à vida de outro, em um interminável tecido de acontecimentos. 

Essa interconexão entre a morte e o nascimento cria um equilíbrio essencial para a sobrevivência dos ecossistemas. 

Uma vez que passou pela FASE UM, ninguém escapa da longa e boa FASSE DOIS e da curta e cruel FASE TRÊS

Na perspectiva da dinâmica do planeta integrado, o ciclo de vida em que você se torna alimento para o predador pode ser visto como parte essencial e natural do equilíbrio e da interconexão do ecossistema. Embora possa parecer triste do ponto de vista humano, é uma manifestação do fluxo contínuo de energia e matéria que sustenta a vida no planeta.

Nessa dinâmica, reconhecemos que todas as formas de vida estão interligadas e dependem umas das outras para sua sobrevivência. O predador que, em determinado momento da vida, pode até ter te observado com carinho, tem sua própria necessidade de se alimentar para sobreviver e continuar sua existência. Existem vários relatos de tigres e leões que foram criados ‘carinhosamente’ em zoológicos ou circos, más que em determinado momento, mataram e devoraram seus tutores.

Quando isso acontece, ao se tornar alimento para os animais após sua morte, você se torna parte do ciclo nutritivo, alimentando outros seres vivos e contribuindo para o equilíbrio do ecossistema.

Essa perspectiva ressalta a importância de cada organismo desempenhar seu papel na teia da vida. Embora do ponto de vista humano possa parecer triste ou angustiante ser predado e servir de alimento para outros seres, é uma parte intrínseca do funcionamento do planeta, onde a morte de um organismo se transforma em vida para outros.

Essa visão mais ampla e integrada permite apreciar a beleza e a harmonia do sistema natural, mesmo que algumas interações possam parecer cruéis ou tristes em um contexto humano. Ela nos lembra que a vida é um ciclo contínuo de nascimento, morte e renovação, em que cada ser desempenha um papel importante para manter a dinâmica e a sustentabilidade do planeta.

Ismael – que dizer então que, se eu não for devorado por um leão ou um tigre, eu certamente serei devorado por dípteras, clostridium e espergillus... milhões deles.

Sambadad – Exato!

Embora possamos sentir emoções mistas em relação a essas situações, a dinâmica do planeta integrado nos convida mais do que a aceitar e encontrar significado em cada aspecto desse ciclo de vida, e por fim,  nos sentirmos honrados e parte da linda teia do planeta.

Por outro lado, dentro da mesma perspectiva da dinâmica do planeta integrado, o ciclo de vida em uma fazenda onde animais são criados com amor pelo fazendeiro pode ser visto como uma manifestação do equilíbrio e da interdependência entre as espécies. Embora a morte desses animais seja inevitável e possa ser vista como triste do ponto de vista humano, ela desempenha um papel importante para a sustentabilidade do sistema e o bem-estar da família do fazendeiro, bem como da comunidade a que eles servem.

Dentro dessa teoria, podemos considerar que os animais criados com amor pelo fazendeiro possam desenvolver um senso de conexão e confiança com ele, FASE DOIS. Eles podem experimentar uma vida confortável e segura, sendo cuidados e alimentados adequadamente, tal relação de afeto entre o fazendeiro e os animais pode gerar uma sensação de bem-estar e qualidade de vida para ambos os lados.

Más, quando chega o momento da morte desses animais, FASE TRÊS, eles se tornam alimento para a família do fazendeiro. Nesse contexto, a teoria do planeta integrado valoriza a gratidão e o reconhecimento da importância desse ciclo de vida. Os animais, ao cumprir seu papel de fornecer alimento para o fazendeiro e sua família, contribuem para a subsistência e o sustento daqueles que os criaram com amor e cuidado, tanto quanto o fazendeiro servirá de alimento aos seres vivos do cemitério, a 500m de sua casa.

Ismael - Quer gostemos ou não, essa perspectiva enxerga o ciclo da vida e a morte dos animais como um aspecto natural e necessário para a continuidade da existência. 

Sambadad – E belo!

Ismael – Acho que entendi. Caso tivessem consciência, os animais que são criados com amor pelo fazendeiro podem encontrar um senso de propósito e significado ao servirem como fonte de alimento para a família, sabendo que estão contribuindo para a sobrevivência e o bem-estar daqueles que cuidaram deles, e assim também devemos agir, sendo gratos aos seres que restituirão nossa matéria a novas formas de vida.

Sambadad – Está começando a pegar o espírito da coisa...

Ismael - Embora esse conceito possa ser desafiador para algumas pessoas, a teoria do planeta integrado...

Sambadad – ‘Dinamica!’, isso não é uma ‘Teoria, isso de fato acontece, ou você tem duvidas que se alimenta e será alimento?

Nesse exato momento ácaros estão devorando peles mortas de suas pálpebras.

Ismael – credo!!!

Sambadad - A questão da maior beleza do planeta integrado em comparação com as religiões criadas pelo homem, envolve tanto elementos filosóficos quanto científicos, tentarei abordar essa questão de maneira abrangente, considerando diferentes perspectivas.

A teoria do planeta integrado, como você gosta de chamar,  nos mostra a incrível interconexão e harmonia da vida na Terra, ela revela a complexidade dos ecossistemas e como cada organismo desempenha um papel fundamental nessa teia da vida. Essa visão pode inspirar um senso de admiração pela natureza e pelo equilíbrio delicado que sustenta a diversidade.

Ao observarmos a interação entre os seres vivos e a forma como a morte de um organismo contribui para a vida de outros, somos confrontados com a noção de ciclo contínuo e renovação da matéria e da energia. Essa perspectiva pode ser interpretada como uma forma de continuidade da existência, em que cada indivíduo se torna parte de um todo maior, perpetuando sua energia e nutrientes em novas formas de vida. 

Aqui encontramos um eco do conceito de vida após a morte, mas em uma perspectiva mais ampla e conectada ao funcionamento dos ecossistemas.

Ismael – então respondendo a minha pergunta que fiz a uma hora atrás, existe vida apos a morte, certo?

Sambadad – A resposta é..... 12 minutos.

Ismael – oi??

Sambadad – 12 minutos, você perguntou a 12 minutos atrás e não a uma hora.

Ismael se descontrai e ri pela primeira vez, com vontade “eu pensei que 12 minutos tivesse algo a ver com a resposta”.

Sambadad – Sim, existe a vida após a morte, mas não da forma que você acha.

Ismael – Eu me considero um omnireligioso, ou seja, eu acredito em todas as religiões posto que todas elas existem, no entanto não sigo nenhuma com afinco.

Eu acredito que se um cristão morrer, ele realmente irá para o céu. Se um budista morrer, reencarnará... aquilo que o homem acredita que vai acontecer é o que vai acontecer.

Sambadad – Parabéns! É uma bela crença.

É importante notar que essa perspectiva, embora bela e intrigante, é baseada em observações científicas e no entendimento atual da biologia e da ecologia. 

Não é uma religião, cada qual com sua linda temática.

A idéia de que nossa consciência possa permanecer viva ou ser transformada em outras formas de vida após a morte é um tema complexo que transcende a compreensão científica e filosófica atual. A ciência ainda está explorando os mistérios da consciência e da natureza da vida, e não há evidências científicas sólidas que sustentem essa possibilidade.

Por outro lado, as religiões frequentemente tratam da questão da vida após a morte de uma perspectiva espiritual e metafísica, abordam a existência de uma alma ou uma essência que transcende o corpo físico e continua a existir após a morte, baseadas em tradições religiosas, ensinamentos espirituais e experiências pessoais de fé e devoção.

No entanto, é importante notar que as crenças religiosas e os aspectos espirituais não são necessariamente incompatíveis com a ciência. Embora não haja provas científicas que sustentem as alegações específicas sobre a vida após a morte presentes em algumas religiões, a ciência em si não pode afirmar ou negar a existência de fenômenos além do alcance de sua metodologia.

Em última análise, a questão da vida após a morte é um território em que a ciência e a religião muitas vezes seguem caminhos separados, cada abordagem busca compreender diferentes aspectos da existência humana e oferece perspectivas e respostas diferentes para questões complexas. A ciência se baseia na observação e na investigação empírica, enquanto as religiões oferecem narrativas e sistemas de crenças que transcendem os limites da ciência.

Enfim, a beleza da Teoria... quero dizer, dinâmica do planeta integrado e a complexidade dos ecossistemas podem nos inspirar a apreciar a vida e a interdependência de todas as formas de vida. Essa perspectiva pode nos levar a uma maior consciência e responsabilidade em relação ao nosso papel como seres humanos no cuidado e na preservação do planeta e das suas diversas formas de vida.

4 - A ‘Teoria’ do Planeta integrado

A teoria do planeta integrado pode ser vista como um ponto intermediário entre a ciência e a religião, incorporando elementos de ambos, mas sem se enquadrar completamente em nenhuma das categorias. Essa perspectiva não se limita estritamente ao método científico nem adere a um sistema religioso específico, mas busca integrar aspectos da compreensão científica e da busca espiritual.

Enquanto a ciência procura explicar o funcionamento do mundo natural com base em observações, experimentos e análises objetivas, a teoria do planeta integrado abraça essa compreensão científica para fornecer uma visão mais abrangente e holística da vida e do universo. Ela reconhece as leis físicas e os processos naturais que governam o funcionamento do planeta e a interconexão de todas as formas de vida.

Ismael – Acho que entendi..., acreditar que minha alma se reencarnará em outro corpo, como no caso dos budistas, muitas e muitas vezes, faz sentido, mas não é ciência, não posso comprovar pelos crivos de teorização experimentação e replicação de experimentos, como nos métodos científicos. 

Sambadad – Exato! o mecanismo de consciência individual, imortal e seqüencial é um conceito ao qual você ainda não está preparado para entender, da mesma forma que a ameba pode ate perceber a sombra de uma ponte sobre seu lago, mas está totalmente incapacitada cognitivamente para perceber que aquela estrutura enorme foi concebida e construída por homens para atravessarem o rio e manifestar belezas arquitetônica.

Ismael – Curioso, Me lembro agora que Leonardo Da Vinci, um dos homens mais inteligentes que já viveram nesse planeta, buscava a sede da alma no corpo humano. Naquela época nem mesmo se conhecia os circuitos de neurônios e suas atividades bioelétricas. 
Hoje a inteligência social evoluiu a ponto de considerarmos essa busca infrutífera como ingenuidade do gênio.  
Compreendemos que tal empreitada seria comparável a desmontar um celular para tentar encontrar a pessoa que fala através dele nos circuitos.

Sambadad – Isso!! Você aprende rápido os conceitos.

Ao mesmo tempo, a dinâmica do planeta integrado transcende o escopo estritamente científico, pois também busca abordar as necessidades espirituais e a busca por significado e conexão com algo maior do que nós mesmos. Ela convida os indivíduos a contemplar a grandiosidade do mundo natural, a maravilha dos mistérios cósmicos e a importância de todas as formas de vida no planeta.

Embora a dinâmica do planeta integrado possa não ser reconhecida como uma ciência estabelecida no sentido tradicional, ela oferece uma abordagem mais abrangente e inclusiva, permitindo que os indivíduos explorem e encontrem um equilíbrio pessoal entre a compreensão científica do mundo e a busca por significado e conexão espiritual.

Portanto, a dinâmica do planeta integrado não se enquadra perfeitamente nas categorias de ciência ou religião, mas busca ser um ponto intermediário que reconhece a importância de ambas as perspectivas. Ela convida as pessoas a considerarem a interconexão de todas as coisas, a explorarem os mistérios do universo e a encontrarem um senso de maravilha e significado tanto nas descobertas científicas quanto nas dimensões espirituais da existência.

5- Fuga do Antropocentrismo

Numa crítica filosófica e teosófica, é possível argumentar que algumas religiões possuem uma postura antropocêntrica, dando maior importância ao ser humano em relação às outras espécies e ao meio ambiente, ignorando a interdependência de todos os seres vivos que nos fizeram chegar ao estágio evolutivo equilibrado que encontramos, 4,5 bilhões de anos desde o surgimento da vida, e a importância de uma abordagem holística para entender e preservar a vida na Terra no futuro.

Ao considerar essa perspectiva, cabe perguntar se as religiões, em sua forma atual, abordam adequadamente questões relacionadas à diversidade de gêneros e espécies. Alguns argumentariam que, por suas origens históricas e culturais, muitas religiões refletem os valores e as estruturas sociais de seu tempo, que são anacrônicos para os dias atuais e que podem preservar essa visão antropocêntrica de tempos passados.

No entanto, é importante destacar que nem todas as religiões compartilham da mesma abordagem antropocêntrica e que existem diferentes interpretações e práticas dentro de cada tradição religiosa. Além disso, ao longo do tempo, as religiões têm evoluído e se adaptado às mudanças sociais e culturais, permitindo uma maior compreensão e inclusão de outras formas de vida.

É reconhecido que algumas correntes religiosas modernas têm adotado uma postura mais ecológica, destacando a importância de cuidar do meio ambiente e de todas as formas de vida. Essas abordagens buscam integrar a ética ambiental e a preocupação com a diversidade de gêneros e espécies em sua visão de mundo.

Na filosofia do planeta integrado, o antropocentrismo dá lugar a uma visão mais holística e inclusiva, na qual as belezas e importâncias de outras formas de vida no planeta são reconhecidas e valorizadas. 

Essa abordagem vai além do benefício direto do ser humano e considera a interdependência de todas as espécies e ecossistemas como parte integrante de um todo complexo.

Ao adotar essa filosofia, as religiões deixariam de ser exclusivamente focadas nos benefícios e interesses humanos, ampliando sua visão para abraçar a diversidade e a interconexão de todas as formas de vida. Isso implica reconhecer e apreciar as belezas, os valores e os papéis desempenhados por outras espécies e ecossistemas no equilíbrio e na sustentabilidade do planeta.

Dessa forma, a adoção da filosofia do planeta integrado na religião permitiria uma perspectiva mais abrangente e compassiva, na qual o ser humano se vê como parte de um todo maior, compartilhando o planeta com outras formas de vida e reconhecendo a importância de respeitar e preservar a diversidade e a harmonia do ecossistema global.

Ismael – Por isso então o Pajé me pareceu tão trivial?

Sambadad – Não confunda as coisas, é importante reconhecer que existe um histórico de preconceito em relação aos povos indígenas, em que foram injustamente considerados inferiores às sociedades ocidentais civilizadas. No entanto, hoje em dia, há um crescente reconhecimento da importância dos conhecimentos tradicionais e da harmonia com a natureza presentes nas culturas indígenas, como é o caso dos Yanomâmis.

Os Yanomâmis são um povo indígena que vive na região amazônica, principalmente no Brasil e na Venezuela. Eles possuem uma profunda compreensão e conexão com o meio ambiente, valorizando a preservação da natureza, a sustentabilidade e o equilíbrio ecológico.

Uma característica notável da vida Yanomâmi é a sua relação amorosa com a natureza. Eles compreendem a interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente, estendendo o amor não apenas aos seres humanos, mas também às plantas, aos animais e até mesmo às pedras. As mulheres Yanomâmis, por exemplo, têm o belo costume de oferecerem seus seios para que macacos e pacas possam mamar junto com seus próprios bebês.

Além disso, os Yanomâmis têm um estilo de vida mais integrado com a natureza, produzindo significativamente menos lixo em comparação com sociedades consideradas mais "civilizadas". Eles possuem práticas sustentáveis, utilizam os recursos naturais de forma consciente e possuem uma relação de respeito e cuidado com o ambiente ao seu redor.

Essas perspectivas indígenas nos convidam a refletir sobre nosso modo de vida e aprender com essas culturas. Embora não seja viável abandonar completamente nossa evolução e modo de vida atual para viver como indígenas, podemos buscar uma evolução que integre o conhecimento tradicional e a sabedoria ancestral em uma abordagem sustentável e consciente para o futuro. Assim, poderemos valorizar e preservar a natureza, respeitar todas as formas de vida e alcançar um equilíbrio entre o progresso e a preservação ambiental.

Ismael - Devemos então abandonar tudo o que conquistamos ara viver como os índios?

Sambadad –  Agora você esta duplamente equivocado – primeiro....‘Indígenas’, o termo ‘índio’ é ofensivo.

Ismael – me desculpe.

Sambadad – Segundo, você está equivocado ao afirmar que devemos abandonar as conquistas e avanços alcançados pelas sociedades civilizadas para viver como indígenas. Cada civilização tem suas próprias realizações e contribuições para o progresso humano, seja na ciência, tecnologia, medicina, educação, entre outros campos.


A ideia de evoluir a sociedade aproveitando o melhor dos dois mundos é bastante relevante. Para dar os próximos passo evolutivos do planeta temos que aprender com os conhecimentos e práticas tradicionais indígenas, como a valorização da natureza, a sustentabilidade e a harmonia com o meio ambiente, e incorporar esses aspectos em nossa forma de vida atual.

Isso implica em adotar uma abordagem mais consciente e sustentável, onde consideramos o impacto de nossas ações no meio ambiente e nas futuras gerações. Podemos buscar soluções inovadoras que combinem os avanços científicos e tecnológicos com o respeito ao meio ambiente e a busca por uma sociedade mais equilibrada e harmoniosa.

Ao integrar o melhor dos dois mundos, podemos promover um estilo de vida mais consciente, valorizando a natureza, respeitando as diferentes culturas e buscando um equilíbrio entre o progresso material e o bem-estar coletivo.

Espero que essas perspectivas indígenas convidem você a refletir sobre o modo de vida que leva e aprender com essas culturas. Embora não seja viável abandonar completamente a vossa evolução e modo de vida atual para viver como indígenas, vocês podem buscar uma evolução que integre o conhecimento tradicional e a sabedoria ancestral em uma abordagem sustentável e consciente para o futuro. De forma a valorizar e preservar a natureza, respeitar todas as formas de vida e alcançar um equilíbrio entre o progresso e a preservação ambiental.

6- Alimentação e Interação

Ismael – Eu já venho fazendo isso, me inspiro nos colegas indígenas. Não como mais biscoitos e procuro não colocar tanto açúcar nas coisas. Baseio minha alimentação nos elementos naturais que encontramos aqui próximo ao rio.

Sambadad – Excelente noticia Ismael, a alimentação desempenha um papel central na FASE DOIS, manutenção desse sistema integrado através da cadeia alimentar, os seres vivos obtêm os nutrientes e a energia necessários para sobreviver. 

É interessante observar que, embora diferentes espécies tenham necessidades alimentares distintas, existe uma dependência mútua que sustenta a teia da vida. Os organismos se alimentam uns dos outros, garantindo a continuidade do ciclo de vida e a preservação do equilíbrio dos ecossistemas.

Espero que tenha aprendido com seus amigos indígenas também a se comunicar com os animais e plantas.

Ismael – até honrar e ver beleza no ciclo de vida e morte, vá lá...más conversar com animais e plantas...Isso já está me parecendo loucura de mais

Sambadad – Hahahaha.... é melhor que comece a pensar no assunto, a comunicação desempenha um papel fundamental na coexistência e no entendimento entre as espécies. Embora o grau de comunicação possa variar, é inegável que os seres vivos se comunicam de várias maneiras. Os seres humanos desenvolveram uma linguagem complexa, permitindo-os interagir e compreender uns aos outros em um nível avançado por meio de ondas sonoras na atmosfera.

No entanto, também somos capazes de estabelecer conexões e entender outros seres vivos em diferentes graus. Por exemplo, cães e humanos estabelecem uma comunicação peculiar, baseada em expressões faciais, linguagem corporal e vocalizações.

Pode-se argumentar que um planeta evoluído é aquele no qual consegue-se  comunicar efetivamente com outras espécies, assim como adaptamos melhor nossa relação de nascimento, alimentação e morte à dinâmica do planeta. 

Essa evolução envolveria o desenvolvimento de uma consciência mais profunda sobre nosso papel como integrantes desse sistema planetário interdependente. Seria uma abordagem que reconhece a importância de cuidar do nosso meio ambiente, de preservar a biodiversidade e de respeitar todas as formas de vida.

À medida que continuamos a explorar e compreender as complexidades do sistema integrado entre a vida no planeta, torna-se cada vez mais evidente que a interdependência entre todas as formas de vida é essencial para a sustentabilidade e a evolução contínua. Ao reconhecer e valorizar nossa conexão com a natureza, podemos aspirar a uma coexistência harmoniosa, onde a comunicação e a compreensão entre as espécies são aprimoradas. Um planeta evoluído seria aquele em que os seres humanos buscam estabelecer uma comunicação mais profunda e empática com os outros seres vivos.

Para alcançar essa evolução, é essencial adotar uma abordagem de respeito e cuidado para com todas as formas de vida. Isso envolve reconhecer os direitos e as necessidades dos animais, das plantas e de outros seres vivos que compartilham nosso planeta. Significa agir de forma responsável, garantindo a conservação dos ecossistemas e protegendo a biodiversidade.
Além disso, a educação desempenha um papel crucial na construção desse relacionamento aprimorado. É fundamental promover uma consciência ambiental desde cedo, ensinando às gerações futuras a importância de coexistir de forma sustentável com o meio ambiente e de valorizar todas as formas de vida.

Então, um planeta evoluído seria caracterizado por uma mudança de paradigma, em que a interconexão entre todos os seres vivos é valorizada e priorizada. Seria um lugar onde a comunicação entre as espécies é incentivada e explorada, permitindo-nos compreender e respeitar melhor as necessidades e os comportamentos dos outros seres vivos.

Ao desenvolver essa compreensão e integração, poderíamos promover a conservação dos ecossistemas, mitigar os impactos negativos das atividades humanas sobre o meio ambiente e alcançar um equilíbrio sustentável entre o crescimento humano e a preservação da natureza.

Luiz Pagano nadando no rio Tapajós

Em suma, a inter-relação planetária, que já dura bilhões de anos, exige que reconheçamos nossa conexão com todas as formas de vida. Ao aprimorar a comunicação e o entendimento mútuo, bem como ao adaptar nossa relação de nascimento, alimentação e morte de maneira sustentável, podemos aspirar a um planeta evoluído, onde a harmonia entre todas as formas de vida seja priorizada e protegida.

Além da Terra, acredita-se que existam outros planetas onde a vida possa ter surgido e evoluído. Esses planetas podem variar em diferentes graus de evolução, dependendo das interações de alimentação, interação cognitiva e comunicação entre as espécies.

Ismael – Peraí...você não deveria saber se existe veida fora da terra?

Sambadad – Eu sou mais evoluído que você, más estou longe de conhecer os mistérios do universo, .... e....

Ismael - .e.....

Sambadad – E mesmo se eu soubesse, talvez eu não tenha autorização de te dizer, hahahaha.

Ismael – É melhor mesmo não me falar nada sobre isso, esse papo todo já está suficientemente novo para mim. Tem até escala de mais e menos evolído...

Sambadad – hahahaha!! - continuando,... Isso, tem escala mesmo...

Os graus de evolução são bem complexos, más vou tentar resumir para você numa escala de uma a dez, tala qual seus dedos das mão.

Ismael – Eu posso ser menos instruído que você, más não sou idiota – eu sei o que uma escala.

Sambadad – Me perdoe Ismael, não quis te ofender, não sou perfeito...alias , ninguém é...

Bom, vamos lá...

Quando um planeta acaba de passar pelo surgimento da sopa orgânica fundamental para a vida, ele pode ser classificado como um planeta de categoria 1. Nesse estágio inicial, as interações de alimentação e a interação cognitiva entre os seres vivos ainda estão em desenvolvimento. A comunicação entre as espécies pode ser limitada, com um grau de entendimento relativamente baixo. Por outro lado, imagine um planeta onde todos os seres vivos se comunicam de forma excepcional, com um grau de comunicação avaliado em 10. 

Nesse cenário, a interação cognitiva entre as espécies é altamente avançada, permitindo um entendimento profundo e uma cooperação harmoniosa. Além disso, a interação do ciclo de alimentação, vida e morte também é perfeitamente equilibrada, com um grau de interação avaliado em 10. Nesse planeta, todas as formas de vida se beneficiam de uma comunicação sofisticada e de uma compreensão mútua, garantindo a continuidade harmoniosa do ciclo de vida.

Essa perspectiva amplia nossa visão sobre a diversidade e os estágios de evolução possíveis em outros planetas que possam abrigar vida. Cada planeta pode ter sua própria trajetória evolutiva, com diferentes níveis de interações de alimentação, comunicação e interação cognitiva entre as espécies.

À medida que exploramos e pesquisamos a existência de vida além da Terra, é importante considerar que nossa compreensão desses estágios de evolução em outros planetas ainda é limitada. No entanto, a ideia de diferentes graus de evolução nas interações de alimentação, comunicação e ciclo de vida pode nos ajudar a imaginar a diversidade de ecossistemas possíveis em nosso vasto universo.

Em resumo, à medida que consideramos a existência de vida além da Terra, devemos estar abertos à possibilidade de planetas em diferentes estágios de evolução. Desde planetas recém-formados com interações iniciais até planetas onde a comunicação e a interação entre as espécies são altamente avançadas, cada cenário pode revelar uma rica tapeçaria de vida e interdependência.

7- Graus de interação 

Os níveis da escala de evolução dos planetas:

0 - Planeta sem vida: Nesse estágio, o planeta não possui nenhuma forma de vida, sendo caracterizado pela ausência total de organismos vivos;

1 - Planeta com surgimento de vida e primeiras interações: Nesse estágio, a vida surge no planeta, seja por meio de processos biológicos ou químicos. As primeiras formas de vida interagem entre si, envolvendo processos básicos como alimentação, reprodução e morte;

2 - Planeta com diversidade de vida: Nesse estágio, a vida no planeta se diversifica, resultando em uma ampla variedade de espécies e ecossistemas. A interação entre diferentes formas de vida começa a moldar o equilíbrio ecológico do planeta;

3 - Planeta com comunicação elementar: Nesse estágio, algumas formas de vida desenvolvem mecanismos básicos de comunicação, permitindo interações simples entre indivíduos da mesma espécie. Isso pode incluir sinais químicos, sonoros ou visuais para transmitir informações simples, como alerta de perigo ou atração para acasalamento;

4 - Planeta com comunicação limitada: Nesse estágio, as espécies no planeta são capazes de se comunicar dentro de seus grupos, mas o entendimento entre diferentes espécies é restrito. Cada grupo desenvolve sua própria linguagem e meios de comunicação, o que limita a interação entre eles;

5 - Planeta com comunicação restrita a uma espécie: Nesse estágio, as espécies dentro do planeta conseguem se comunicar bem entre si, mas não entendem as outras espécies presentes. Cada espécie possui sua própria linguagem complexa e sofisticada, permitindo uma comunicação eficaz dentro de seu grupo;

6 - Planeta com comunicação entre espécies selecionadas: A Terra é um planeta de sexto estagio!

Nesse estágio, algumas espécies conseguem entender e se comunicar com outras espécies específicas. Na Terra, os seres humanos começaram a compreender a linguagem e os padrões de comunicação de outras espécies de animais, como abelhas, cães, golfinhos e baleias; bem como de fungos, como as composições de música de Paul Stamets com eletrodos em fungos, e a compreensão das elaboradas redes miceliais subterrâneas. No entanto, a comunicação entre diferentes grupos de espécies ainda é bem limitada;

7 - Planeta com comunicação ampla entre espécies: Nesse estágio, muitas espécies desenvolveram a capacidade de se comunicar entre si, permitindo uma troca significativa de informações e uma interação mais avançada. As barreiras lingüísticas entre espécies foram superadas, possibilitando um entendimento mais profundo e uma colaboração mais ampla;

8 - Planeta com comunicação abrangente e interações sustentáveis: Nesse estágio, a maioria das espécies no planeta é capaz de se comunicar e entender umas às outras. A comunicação abrange uma ampla gama de espécies, permitindo uma cooperação generalizada e interações sustentáveis. A compreensão mútua e a colaboração são fundamentais para a harmonia e o equilíbrio do planeta;

9 - Planeta com comunicação avançada e harmonia interespécies: Nesse estágio, a comunicação entre espécies atinge um nível avançado. As diferentes formas de vida no planeta são capazes de se comunicar de maneira sofisticada, compreendendo e trocando informações complexas. Essa comunicação avançada permite uma cooperação profunda e uma colaboração harmoniosa entre as espécies. Há um senso de consciência coletiva e respeito mútuo, resultando em uma harmonia interespécies, onde cada organismo contribui para o bem-estar do planeta como um todo;

10 - Planeta senciente e interconectado: Nesse estágio máximo de evolução, o próprio planeta se torna senciente, adquirindo uma forma de consciência. O planeta é capaz de se comunicar verbalmente com todas as formas de vida que o habitam, seja por meio de vibrações sonoras na atmosfera, telepatia ou outras formas avançadas de comunicação. Existe uma compreensão profunda e interconexão entre todas as espécies, permitindo uma colaboração harmônica e um equilíbrio perfeito.

Luiz Pagano testando a diferença de temperatura e densidade no encontro entre o rio Tapajós e o rio Amazonas

É importante ressaltar que essa escala de evolução dos planetas é puramente especulativa e baseada em conceitos imaginários, como disse anteriormente, atualmente não há evidências científicas que comprovem a existência de planetas em diferentes estágios de evolução como descrito aqui. 

Ismael – Incrível!! – o que devemos fazer para sairmos do nível 6 e passarmos para o nível 7?

Sambadad – Excelente pergunta...

Como seguir em frente?

Para te dar os passos eu teria que inventar umas coisas.

Ismael – como assim?

Sambadad – Vamos conceber uma civilização fictícia a assumir que ela exista num futuro próximo ao atual. Podemos chamar essa civilização de "Evoluthia"...

Ismael – Péssimo nome...

Sambadad – Eu sei... Bom, essa civilização desenvolveu-se em uma tera de nível 7, onde a comunicação entre todas as espécies atingiu níveis avançados. Os Evoluthianos, como são chamados seus habitantes, possuem uma compreensão profunda da interconexão e interdependência de todos os seres vivos em seu ecossistema.

Ao longo de sua história, os Evoluthianos exploraram a natureza do universo e desenvolveram um vasto conhecimento científico. Eles descobriram leis físicas e biológicas que governam o funcionamento do mundo natural. Essas descobertas científicas foram amplamente divulgadas e compartilhadas com todas as formas de vida sencientes.

Através dessa abordagem científica, os Evoluthianos encontraram respostas para muitas das perguntas que antes eram atribuídas às religiões. Eles compreenderam a origem da vida por meio de processos químicos e biológicos, estudaram a evolução das espécies ao longo do tempo e investigaram a composição do universo.

Essa compreensão científica profunda levou os Evoluthianos a adotarem uma mentalidade baseada na busca por evidências, na experimentação e na observação objetiva. Eles valorizam o conhecimento empírico e valorizam o método científico como a melhor forma de entender o mundo ao seu redor.

Os Evoluthianos substituíram as antigas crenças religiosas por uma filosofia baseada na ciência e na razão. Eles não adoram divindades ou seguem dogmas religiosos, mas sim buscam entender a natureza através de métodos científicos rigorosos.

No entanto, isso não significa que os Evoluthianos tenham perdido o senso de maravilha e admiração pelo mundo natural. Pelo contrário, a ciência fez com que admirassem ainda mais a beleza do cosmos - eles celebram a complexidade e a beleza do universo por meio da exploração científica e da compreensão dos mecanismos que regem a vida.

Os Evoluthianos valorizam a preservação do meio ambiente e a busca por um equilíbrio sustentável com seu planeta. Eles reconhecem a importância de cuidar de todas as formas de vida e de garantir a preservação dos ecossistemas que os sustentam.

Essa civilização fictícia, os Evoluthianos, encontrou na ciência uma base sólida para substituir as religiões tradicionais. Eles abraçaram a busca pelo conhecimento, a curiosidade científica e a compreensão do mundo natural como uma forma de conectar-se com a grandeza do universo e encontrar significado em suas vidas. Em resumo, eles acabaram com a ciência criada por um gênero e espécie e tornaram a ciência de outras formas de vida universais.

Ismael – Eles acabaram com as religiões, para recriar a religião

 Sambadad – É uma explicação bem simplista, que não reflete a realidade mas pode ficar com o conceito.

Ismael, você como um omnireligioso sabe que as religiões criadas pelos homens, são manifestações culturais belas, que não podem ser exterminadas. Pelo contrario, elas devem ser mantidas e cultuadas, pois seu praticante se sente bem em fazê-lo, gerando amor. O amor e o bem estar e fundamental para a evolução da vida.

O amor pelas estrelas, por exemplo leva o homem a estudar, a explorar e a criar magia.

Ismael – o que quer dizer com isso?

O Astronauta, O Astrônomo e O Astrólogo

Podemos destacar três personalidades presentes em todos nós, em maior ou menor intensidade - o astrólogo, o astrônomo e o astronauta - representam diferentes abordagens em relação à compreensão do universo e à busca por significado e conexão espiritual.

O astrólogo representa a busca por significado e orientação através da interpretação dos corpos celestes e de suas supostas influências sobre os seres humanos. Essa perspectiva nos traz poesia e criatividade, crenças e práticas espirituais, e pode oferecer conforto emocional e um senso de propósito para aqueles que acreditam em suas premissas.

O astrônomo, por sua vez, representa a abordagem científica da astronomia. Os astrônomos buscam compreender os corpos celestes e os fenômenos do universo por meio de observações, cálculos e teorias cientificamente fundamentadas. Eles utilizam o método científico para obter conhecimento objetivo sobre o cosmos, investigando as leis físicas e as relações entre os corpos celestes. Essa perspectiva oferece uma compreensão baseada em evidências e uma apreciação pelas maravilhas do universo.

Por fim, o astronauta representa a exploração e a experiência direta do espaço. Os astronautas são os indivíduos que têm a oportunidade de viajar além da atmosfera terrestre e testemunhar a vastidão do cosmos em primeira mão, pisar na Lua e coletar pedaços de cometas. A perspectiva do astronauta é de aventura e audácia, inspirando um senso de admiração e conexão com algo maior do que nós mesmos.

No contexto do texto, essas três personalidades podem ser consideradas como diferentes abordagens para compreender o mundo e encontrar conforto espiritual. Embora a ciência ofereça uma compreensão mais objetiva e fundamentada do universo, ela não precisa necessariamente excluir a busca por significado e conexão espiritual. 

A religião tem um papel fundamental na vida do indivíduo e na sociedade, pode fornecer orientação moral, valores éticos, sentido de propósito e conforto espiritual. Através da religião, as pessoas podem encontrar um senso de comunidade, solidariedade e conexão com algo maior do que elas mesmas.

No entanto, é igualmente importante reconhecer que, ao longo da história, as diferenças religiosas têm sido fonte de conflitos e divisões. Guerras e conflitos motivados por diferenças religiosas são lamentáveis e causam sofrimento humano desnecessário. É um exemplo de como a interpretação e a prática religiosa podem ser deturpadas ou mal utilizadas, resultando em consequências negativas.

É importante lembrar que os problemas associados à religião não são inerentes à própria religião, mas sim às maneiras como ela é interpretada e praticada pelos indivíduos e grupos. A religião pode ser uma força positiva quando usada para promover a paz, a justiça social e o bem-estar coletivo. É responsabilidade dos seguidores religiosos e das comunidades religiosas trabalhar para construir pontes, superar divisões e promover a harmonia entre diferentes religiões e visões de mundo.

Curioso saber que os desentendimentos religiosos não são particularidades humanas.

Existem desentendimentos que acontecem dentro de um planeta, entre seres de mesma espécie e seres de espécies diferentes... e também...

Ismael – também o que?

Sambadad - Planetas que se desentendem.

Ismael – Para vai, agora você viajou...

Sambadad – É tão difícil assim de acreditar que possam haver planetas sencientes interagino no cosmos? 

Sambadad - Considere a seguinte realidade, Voce é uma possoa senciente, certo?

Ismael - Certo!

Neste exato momento no qual estamos tendo essa conversa, o seu corpo abriga uma diversidade impressionante de vida microscópica. Estima-se que existam mais de 1000 espécies diferentes de bactérias, como os firmicutes, proteobactérias e actinobactérias, presentes na sua flora intestinal. Além disso, você carrega ácaros que se alimentam das células mortas da sua pele, assim como protozoários, vírus e outros microorganismos. Essa comunidade de seres vivos em seu corpo é tão vasta que pode ser comparada a um ecossistema em miniatura, com trilhões de indivíduos coexistindo.

Eles todos estão completamente por fora do assunto que estamos tendo aqui. 

Ismael - Incrúvel, como não havia pensado nisso antes.

8- Planetas que conversam com planetas 

Sambadad - Dentro dessa lógica, em que os planetas possuem a capacidade de comunicação e interação, é possível imaginar que os planetas também seriam capazes de estabelecer comunicação com outros planetas dentro de uma galáxia, com ou sem que os habitantes internos saibam. Isso abrire um cenário fascinante de intercâmbio de informações e experiências entre diferentes mundos.

Essa comunicação entre planetas poderia ocorrer de várias maneiras, dependendo das características específicas de cada planeta e de sua capacidade de transmitir e receber sinais. Poderiam ser utilizadas diferentes formas de comunicação, como emissões de sinais eletromagnéticos, comunicação via ondas de rádio ou até mesmo uma forma mais avançada de comunicação subespacial.

Através dessa troca de informações, os planetas poderiam compartilhar conhecimentos, experiências culturais, descobertas científicas e até mesmo formar parcerias e alianças para a preservação e desenvolvimento mútuo. Seria uma forma de ampliar ainda mais o leque de possibilidades e estabelecer uma rede de interação interplanetária.


Essa concepção permite explorar a riqueza e a diversidade que existiriam não apenas dentro de cada planeta, mas também entre os planetas de uma mesma galáxia. Os seres inteligentes e sencientes desses planetas poderiam desenvolver uma compreensão mais ampla do universo e da existência, ao interagirem e trocarem conhecimentos com outras formas de vida planetárias.

9- Planetas interagindo entre si 

Essa é uma ideia interessante! Dentro dessa perspectiva, mesmo com as órbitas regidas pelas leis da física, formas de vida avançadas poderiam desenvolver mecanismos para facilitar a transferência de matéria entre planetas ou astros, permitindo uma interação cósmica funcional.

Essa transferência de matéria entre planetas ou astros poderia ocorrer de diversas formas, dependendo das capacidades tecnológicas e avanço científico das civilizações envolvidas. 

Alguns possíveis mecanismos de transferência de matéria poderiam incluir:

Tecnologia de transporte espacial avançada: Essas formas de vida desenvolveriam naves espaciais ou dispositivos capazes de viajar entre planetas, facilitando a transferência direta de recursos e matéria;

Mecanismos de teletransporte: Se essas formas de vida atingissem um nível avançado de tecnologia, poderiam desenvolver meios de teletransporte que permitissem a transferência instantânea de matéria de um astro para outro.

Criação de portais ou buracos de minhoca: Essas formas de vida poderiam explorar a possibilidade de criar portais ou buracos de minhoca que conectassem diferentes planetas ou sistemas estelares, permitindo a passagem de matéria de forma eficiente.
Utilização de drones ou robôs especializados: Seriam desenvolvidos drones ou robôs capazes de coletar e transferir recursos entre os planetas, realizando as trocas necessárias em função das necessidades específicas de cada astro.

Esses são apenas alguns exemplos hipotéticos de mecanismos que poderiam ser desenvolvidos por formas de vida altamente avançadas para facilitar a transferência de matéria entre astros. Essa interação cósmica funcional permitiria a troca de recursos e suprimentos para atender às necessidades específicas de cada planeta, promovendo um equilíbrio e um benefício mútuo entre as civilizações planetárias.

É importante ressaltar que essas ideias estão no âmbito da especulação e da ficção científica, pois ainda não temos conhecimento de formas de vida avançadas ou tecnologias que permitam a transferência de matéria entre planetas de forma eficiente. 

Ismael – você é bem irônico mesmo em falar isso, você aparentemente sabe muito mais do que parece.

Enfim, ainda assim, é fascinante imaginar as possibilidades e as interações que poderiam ocorrer em um cenário cósmico de intercâmbio e colaboração entre diferentes astros.

A ciência continua avançando e nos proporcionando um entendimento cada vez mais profundo sobre o papel e a formação da vida no universo. No entanto, mesmo com nossas observações atuais, já podemos vislumbrar a infinita beleza da interconexão entre os seres vivos e o cosmos.

Ao contemplarmos a natureza e sua diversidade, podemos perceber como os diferentes organismos e ecossistemas estão interligados e interdependentes. Desde as intricadas redes de relações entre espécies na cadeia alimentar até os processos de reciclagem de nutrientes e energia, tudo está conectado de maneira complexa e harmoniosa.

Além disso, quando consideramos a escala cósmica, podemos maravilhar-nos com o fato de que todos os átomos que compõem nossos corpos foram formados em estrelas distantes. Somos, de certa forma, feitos das estrelas. Essa conexão com o cosmos nos leva a uma compreensão mais profunda de nossa própria existência e nos permite apreciar a imensa beleza e complexidade do universo.

Essa interconexão entre os seres vivos e o cosmos nos lembra da maravilha da vida e do nosso papel como parte integrante do todo. À medida que expandimos nosso conhecimento científico, podemos mergulhar ainda mais nessa beleza e descobrir os segredos ainda não revelados sobre a formação da vida e o lugar que ocupamos no universo.

Assim, ao observar os acontecimentos da atual evolução do planeta, somos convidados a contemplar a infinita beleza da interconexão entre os seres vivos e o cosmos, despertando um senso de admiração e reverência diante da grandiosidade e complexidade da existência.

Ismael – Me diz uma coisa 'Samba', você é a personificação do planeta Terra falando comigo, né?

Sambadad – Meu nome não é ‘Samba’, quem te deu autorização para me colocar apelidos? 

Ismael – Mais uma vez você escapa de uma pergunta séria com piadinha, né...

Sambadad – Hahahaha....gostei de ouvir essas suas ultimas palavras, agora você já pode tomar o meu lugar.

Ismael – Eu hein, vou continuar a rezar meu Pai Nosso e minha Virgem Maria, entrar numa sinagoga de Quipá e visitar os lindos templos do Japão. E saindo daqui, vou ver se o Pajé me empresta aquele livro sobre a Mafia, me interesso muito sobre isso.

Sambadad – É isso ai Ismael, tudo a seu tempo - más agora tenho que ir, tem alguns outros 'Ismaéis' com dúvidas no mundo.

Espero que veja sua vida de forma diferente e que tenha uma boa evolução!!
γεια σας

Ismael - γεια σας

----

Luiz Pagano, anotações feias em viagem a Alter do Chão/Santarém, 16 de maio de 2014 - reescrito em texto continuo, São Paulo, 29 de Junho de 2023

Blemia Powered by Google

Google