terça-feira, 22 de abril de 2025

Com a Morte do Papa Francisco Quem será o Novo Papa


Com o falecimento do Papa Francisco no último domingo, 20 de abril de 2025, a Igreja Católica inicia o tradicional processo do conclave para eleger seu novo líder espiritual. Esse evento milenar, envolto em rituais e simbolismos, ganhou destaque recentemente com o filme Conclave (2024), vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. Dirigido por Edward Berger e estrelado por Ralph Fiennes, o longa oferece uma visão dramatizada, porém instigante, dos bastidores da escolha papal.​


O Conclave Real: Tradição e Procedimentos

Após a morte do pontífice, o Vaticano entra em um período conhecido como sede vacante. Durante esse intervalo, o camerlengo — atualmente o cardeal Kevin Farrell — assume a administração temporária da Santa Sé, cuidando de assuntos cotidianos e organizando o funeral do Papa.​

Entre 15 e 20 dias após o falecimento, os cardeais com menos de 80 anos se reúnem na Capela Sistina para o conclave. Isolados do mundo exterior, eles participam de votações secretas até que um candidato obtenha dois terços dos votos. A fumaça branca que emerge da chaminé da capela anuncia ao mundo a eleição do novo Papa.​

Se você quiser saber mais sobre a estrutura administrativa da Igreja Católica em comparação com uma empresa multinacional atual, veja este interessante atigo de Luiz Pagano :https://blemya.blogspot.com/2013/04/licoes-serem-tiradas-da-mais-antiga.html

Filme Conclave (2024): Arte Imita a Vida

O filme Conclave retrata a eleição de um novo Papa após a morte súbita do pontífice. Na trama, o Cardeal Lawrence (Ralph Fiennes) lidera o processo, enfrentando intrigas e revelações que ameaçam abalar as estruturas da Igreja. Embora fictício, o enredo aborda temas como ambição, fé e poder, refletindo as complexidades do conclave real.​

Luiz Pagano no Vaticano - Em 2013 publicou uma monografia que analisa a estrutura organizacional da Igreja Católica sob a ótica corporativa, traçando paralelos entre o funcionamento da Santa Sé e o modelo de gestão de uma empresa multinacional — com destaque para aspectos como liderança, governança, sucessão e presença global.

Com um elenco de destaque, incluindo Stanley Tucci, John Lithgow e Isabella Rossellini, o filme foi aclamado pela crítica e pelo público, arrecadando mais de US$ 100 milhões mundialmente. Além do Oscar, recebeu prêmios no BAFTA e no Globo de Ouro, consolidando-se como uma obra relevante e oportuna.​

Realidade e Ficção: Pontos de Convergência

Apesar de dramatizado, Conclave oferece uma representação envolvente do processo de escolha papal, destacando as tensões e desafios enfrentados pelos cardeais. A recente morte do Papa Francisco trouxe à tona discussões sobre a sucessão e os rumos da Igreja, tornando o filme ainda mais pertinente.​

Embora ambos desempenhem papéis fundamentais durante o período de sede vacante, o camerlengo e o cardeal decano têm funções distintas: o camerlengo, atualmente o cardeal Kevin Farrell, é responsável por administrar os assuntos temporais da Santa Sé e organizar o conclave após a morte do Papa; já o cardeal decano, personagem interpretado por Ralph Fiennes no filme Conclave, lidera o colégio dos cardeais durante a eleição, presidindo as sessões do conclave e promovendo o consenso entre os eleitores. Enquanto o camerlengo cuida da "máquina" da Igreja, o decano orienta o discernimento espiritual para a escolha do novo pontífice.

Quem São os Cardeais Melhores Cotados Para ser o Novo Papa

A seguir, apresento uma lista dos cardeais mais cotados para sucedê-lo, considerando suas trajetórias, visões teológicas e representatividade geográfica:​

1. Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas)
Ex-arcebispo de Manila e atual prefeito do Dicastério para a Evangelização, Tagle é visto como um "Francisco asiático". Progressista, carismático e com forte apelo global, sua eleição representaria o primeiro papa asiático da história. 


2. Cardeal Pietro Parolin (Itália)
Secretário de Estado do Vaticano, Parolin é um diplomata experiente e moderado, com trânsito entre diferentes alas da Igreja. Sua eleição manteria a tradição italiana e garantiria continuidade institucional. ​


3. Cardeal Matteo Zuppi (Itália)
Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é conhecido por seu compromisso com a justiça social e abertura a reformas pastorais, como a bênção de casais do mesmo sexo. ​


4. Cardeal Robert Sarah (Guiné)
Ex-prefeito da Congregação para o Culto Divino, Sarah é um dos principais representantes do conservadorismo na Igreja. Sua eleição marcaria o retorno a uma linha mais tradicional e a escolha do primeiro papa africano em séculos. ​


5. Cardeal Fridolin Ambongo (República Democrática do Congo)
Arcebispo de Kinshasa e presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar, Ambongo é uma voz influente no continente africano e defensor de questões sociais e ambientais. 


6. Cardeal Péter Erdő (Hungria)
Arcebispo de Budapeste e canonista renomado, Erdő é respeitado por sua erudição e habilidade diplomática. Sua eleição representaria uma ponte entre a tradição e a modernidade na Europa Central. 


7. Cardeal Jean-Marc Aveline (França)
Arcebispo de Marselha, Aveline é conhecido por seu trabalho em diálogo inter-religioso e integração de migrantes. Sua eleição destacaria a importância da convivência multicultural na Europa.


8. Cardeal Leonardo Ulrich Steiner (Brasil)
Arcebispo de Manaus, Steiner é um defensor da Amazônia e das populações indígenas. Sua eleição representaria a valorização da ecologia integral e da Igreja na América Latina.​


Esses cardeais refletem a diversidade geográfica e teológica da Igreja Católica contemporânea. A escolha do próximo papa dependerá do equilíbrio entre tradição e renovação, bem como da representação das diferentes dioceses do mundo.

Para aqueles interessados em compreender melhor os meandros do conclave e as dinâmicas internas do Vaticano, Conclave serve como uma introdução acessível, mesmo que conte com algumas licenças artísticas.​

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