quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Onde Chico Xavier encontra o Studio Ghibli

 
Saindo do mar vemos um Iupipara, com morfologia de ouriço e baiacu (Yupîpara Pindauva ) conduzindo uma idosa Tucuxi Sypave (senhora golfinho, mãe dos povos do mar), atrás da menina vemos um Baepina hipocampiforme macho, com outros menores, da mesma espécie que habitam sua bolsa ventral, Na beira da água vemos os curiosos îasy asteroides (seres em forma de estrela do mar). Como no Brasil temos a maior colônia de japoneses fora do Japão, é natural que entidades brasileiras convivem com os habitantes da mata atlântica, os kodamas japoneses e os Mushi-shis que flutuam ao redor da chama da vela.

Chico Xavier, que escreveu vários livros e relatou vários acontecimentos maravilhosos, sempre me impressionou com sua imensa dedicação em ajudar o próximo, sabedoria e bondade.  Foi o homem que me aproximou da bela doutrina espírita, que pode ser considerada puramente brasileira e sentir verdadeira compaixão pelo planeta e por todas as suas vidas, mesmo eu não sendo um homem religioso.


Um desses relatos mágicos foi feito por sua amiga, dona Suzana Maia Mouzinho, fundadora do Centro Espírita André Luís, em Petrópolis, ela conta que teve uma das experiências mais lindas, ao lado de Chico Xavier, na praia de Copacabana com os espíritos do mar.

Certa vez, Chico e Suzana foram ao Rio de Janeiro para assistir a uma peça de teatro, mas infelizmente, passava das nove horas da noite e acabaram chegando tarde, perdendo assim o horário de entrada, Chico então disse:

“Suzana, nós agora não mais podemos assistir a peça, o que nós vamos fazer?”. Suzana respondeu “Não sei Chico, vamos dar uma volta em qualquer lugar..”, “Já sei então”, disse Chico “vamos dar uma volta na praia de Copacabana, eu nunca passeei no calçadão”.  Pegaram um taxi e se dirigiram a Av. Atlântica, próximo ao Copacabana Palace. 

Nas fotos acima Hayao Miyazaki (宮崎 駿), co fundador do Studio Ghibli e ao lado, Chico Xavier e Suzana Maia Mouzinho, fundadora do Centro Espírita André Luís

Ao chegar mais perto do local, aconteceu uma coisa mágica, Chico Xavier não parava de olhar para o mar, muito emocionado. Suzana percebeu que Chico estava vendo algo ali que pertencia ao plano espiritual, com os olhos cheios de lágrimas.  Antes mesmo que Suzana perguntasse algo, Chico esclareceu:

“Suzana, você não sabe o que eu estou vendo...estou testemunhando a beleza dos espíritos do mar! Espíritos que estão na rebentação das ondas, que não são espíritos humanos... não sei nem dizer que tipo de espíritos são esses...”

Suzana maravilhou-se enquanto Chico prosseguia coma explicação:

“...eles estão olhando para a areia, para as pessoas que ainda passam pela orla, com tanta ternura e ninguém está recebendo a vibração deles... vou te contar uma outra coisa”.

Nesse momento, Chico relata ter visto uma mulher encarnada (sic.) que estava próxima a água, na faixa de areia, que em determinado momento, cavou um buraco, acendeu lá uma vela e começou a fazer suas orações e oferendas.

Quando a mulher terminou o que fazia, Chico viu espíritos que a observavam se aproximarem da luz da vela, cada um deles pegou essas frações de energia luminosa espiritual que emanava da vela, retribuiram a oferenda da tal mulher, emanado de volta energia em direção a ela, que lentamente se afastava em direção à avenida. Ao final, todos os espíritos que estiveram presentes, voltaram para o mar. 

Para mim, tal relato me remete direto a uma cena de A Viagem de Chihiro (千と千尋の神隠し, Sen to Chihiro no Kamikakushi), na qual a protagonista testemunha maravilhas as vezes até assustadoras, relacionadas a cultura de seu povo.

Chico já havia visto os chamados espíritos elementais das águas, como se descreve na doutrina espírita, nas chácaras do interior de Minas Gerais, onde vivia, mas jamais havia testemunhado os do mar, que apresentavam beleza com excentricidade muito acima do que a imaginação humana pode conceber.

Ao ouvir esse incrível relato, eu que sou um grande admirador de Chico Xavier, bem como da incrível arte de Hayao Miyazaki (宮崎 駿), co fundador do Studio Ghibli e moro no bairro da Liberdade, recheado de energia espiritual nipo-brasileira, resolvi criar artes baseado na cultura popular brasileira e japonesa (dse nossos imigrantes) nos traços de Miyazaki.

Na verdade, algumas divindades folclóricas inspiraram alguns dos personagens sobrenaturais de Miyazaki, você sabia que o já peculiar Radish Spirit, um espírito robusto e lento com uma constituição semelhante à de um lutador de sumô em Spirited Away foi inspirado por uma violenta lenda de amor e morte?

Ou que criaturas como Kodama (木霊, 木魂 ou 木魅) são espíritos do folclore japonês que habitam árvores? Até mesmo o título de Princesa Mononoke diz que algo sobrenatural está acontecendo (mononoke são espíritos que podem possuir pessoas e até mesmo torturá-las). Muitos desses personagens são yōkai, ou entidades paranormais que assombram a mitologia japonesa.

O que tentei fazer nessa matéria foi unir o dom divino desses dois homens geniais, seres de luz, que habitaram lados opostos desse planeta especial (Chico Xavier e Hayao Miyazaki), grandes conhecedores do espírito coletivo de ambas as nações e explorar a criatividade em seres que habitam a magia e a beleza.

Chico no bairro da Liberdade 

Sempre que passo pelo Portal da Liberdade, no bairro onde moro, e também onde nasceu minha avó Emília Zuzu Correa de Moraes, no famoso casarão da Rua da Glória número 4, me curvo pedindo shitsurei shimasu em memória de minha família, bem como os espíritos do Cemitério dos Aflitos, destinado a escravos e indígenas, bem como aos enforcados na praça da forca, que serviu de pena capital, nas imediações até 1775.

Na imagem vemos o gigante Anhangá que habita as matas do Anhangabaú, ali próximo, Curupira e o Saci caminhando atrás de uma mulher encarnada, as bolas de fuligem, inevitáveis na cidade de São Paulo, Ootori Sama e o Espírito do Rabanete observando o santo homem do bairro, Chaguinhas.

Cuido de passar pela lateral do torii (鳥居) para preservar a passagem central para as gigantes nipo-brasileiras que também passam por ela.

Ainda inspirado por Hayalo Miyazaki, resolvi criar a imagem de como seria esse lugar se tivéssemos os dons da fictícia Chihiro (千と千尋の神隠し) e do real Chico Xavier para enxergar o plano espiritual.


domingo, 16 de outubro de 2022

Heróis da Bruzundanga em formato de mangá

 
ブルズンダンガの英雄たち Os Heróis da Bruzundaga - 原作 と 作画ルイス・パガーノ escrito e ilustrado por Luiz Pagano

A seguir, um trecho exclusivo da adaptação em mangá fictício da primeira série da história em quadrinhos brasileira "Heróis da Bruzundanga", escrita e ilustrada por Luiz Pagano. 


Luiz Pagano fez uma homenágem ao Assum Preto, na edição de 2014 do ABSOLUT CREATIVE DRINKS.



Assum Preto localiza as ações terroristas

As ilustrações do mangá adicionam profundidade psicológica e interrompem a narrativa familiar nessas cenas de abertura, pois Assum Preto e a equipe de heróis são gradualmente apresentados em um cenário de Bruzundanga cercado por mortes misteriosas e ataques terroristas da Seita Canibais Tupi Rerekoara.

Assum Preto interroga a líder antropofoga dos Tupi Rerekoara

Segue imagem da coleção completa de os Heróis da Bruzundanga em Mangá.

Assum Preto é um personagem criado por Luiz Pagano baseado no famoso pássaro do nordeste (Gnorimopsar chopi), na música de Luiz Gonzaga "...mas assum preto, cego do oio. Não vendo a luz, ah, canta na dor". Cego e nervoso, o personagem intercala momentos de sensibilidade e agressividade, multiplicados por seus superpoderes

Essas edições e seu conteúdo são projetos de Luiz Pagano para o mercado japonês, dando continuidade à saga de aventuras dos heróis Tupi-pop.

Vários inimigos serão revelados nas novas edições, mas as formigas e termitas Fujoshi, mais uma vez, surgem na vida de nossos heróis 


domingo, 4 de setembro de 2022

Filosofias de Negocios Japonesas

 

Mas afinal, quais são as filosofias de Trabalho Japonesas?



O Japão ficou famoso ao mostrar os funcionários das estações de trem apontando e falando sozinhos, como se estivessem recitando algum poema. Na verdade, trata-se do shisa kanko (指差喚呼), um método em segurança do trabalho para evitar erros, apontando indicadores importantes e declarando verbalmente seu status. 


O método do Point and Calling, como também é chamado, é um comportamento segurança ativo que demonstrou reduzir o erro humano em quase 85%, de acordo com um relatório de pesquisa da Japan Railways. Os trabalhadores que completaram uma tarefa simples sem o shisa kanko cometeram 2,38 erros por 100 ações, enquanto os trabalhadores que praticaram 'point & calling' cometeram apenas 0,38 erros por 100 ações.



Uma cultura milenar, com mercado de trabalho super evoluído o povo japonês sempre interagiu intensamente com uma infinidade de filosofias fora de suas fronteiras nativas, principalmente chinesa, indiana, coreana e ocidental. Assim, eles se beneficiaram de um rico acervo de idéias e teorias sobre as quais se basearam no desenvolvimento de suas próprias perspectivas filosóficas distintas.

Como resultado, os profissionais japoneses sempre estiveram profundamente sintonizados com as relações íntimas entre cultura, modos de pensar e visões filosóficas do mundo.

Nessa matéria eu resumo algumas dessas filosofias e suas propostas – quem sabe, você pode se apropriar de algumas delas para melhorar suas funções profissionais:



- SHUKKIN NIPPO, Daily work log (出勤にぽ日報) - toda manhã, antes do trabalho, o funcionário descreve suas rotinas e planejamentos para o dia, aumentando o foco e consciência do que tem para ser feito;


- KAIZEN, melhoria continua (改善) - kaizen é a palavra de origem japonesa que significa mudança para melhor, usada para transmitir a noção de melhoria contínua na vida em geral, seja ela pessoal, familiar, social e no trabalho.

É um conceito que se refere a atividades pessoais que, quando repetidas diariamente, se aprimoram continuamente. O conceito envolve todos aqueles que exercem alguma atividade, desde o CEO até os trabalhadores da linha de montagem. Kaizen também se aplica a processos como compras e logística. Tem sido aplicado em saúde, psicoterapia, coaching de vida, governo, bancos, etc.



- IKIGAI, razão de viver (生き甲斐) - Iki significa 'vida' ou 'vivo' em japonês, enquanto Gai significa 'valor' ou 'benefício'. A combinação desses termos significa aquilo que dá sentido, valor e propósito à sua vida;


- POKA-YOKE, à prova de erros (ポカヨケ) - é a filosofia que direciona as pessoas para se evitar (yokeru) os erros (poka) ou defeitos, prevenindo-os e/ou corrigindo-os, ou chamando a atenção para os mesmos a medida que ocorrem, é derivado de POKA HO YOKERU (ポカを避ける).

Um exemplo simples de poka-yoke é demonstrado quando o motorista de um carro de câmbio manual deve pressionar o pedal da embreagem (uma etapa do processo, portanto, um poka-yoke) antes de dar partida no automóvel.

5S no local de trabalho japonês


5S é um método de organização do local de trabalho que usa uma lista de cinco palavras japonesas:

SEIRI, senso de classificação (整理) - é classificar todos os itens em um local e remover todos os itens desnecessários do local;

SEITON, senso de organização (整頓) - é colocar todos os itens necessários no local ideal para cumprir sua função no local de trabalho;

SEISO, senso de limpeza (清掃) - Seiso é varrer ou limpar e inspecionar regularmente o local de trabalho, ferramentas e máquinas;

SEIKETSU, senso de padronização (清潔) - Seiketsu é padronizar os processos usados para classificar, ordenar e limpar o local de trabalho, com o objetivo de estabelecer procedimentos e cronogramas para garantir a repetição das três primeiras práticas ‘S’.

e

SHITSUKE, senso de sustentação e autodisciplina (躾) - são os processos desenvolvidos pela autodisciplina dos trabalhadores. Também se traduz como "fazer sem ser dito", com o objetivo de garantir que a abordagem 5S seja seguida;



TENKO,  (点呼) – Chamada em voz alta

Antes de sair para uma função externa - uma entrega, por exemplo, o funcionário deve escrever em um formulário detalhes de seu itinerário e imediatamente ler esse formulário em voz alta, para que seu chefe ouça, mencionando seu nome completo, função, regras de segurança e política da empresa sobre a tarefa.

Ao retornar do serviço externo, deve-se fazer mais um Tenko, por lei esses dados devem ser guardados pro um ano.



CHOREI, (朝礼)  reunião matinal - é uma breve reunião que acontece todas as manhãs antes do início do trabalho, apenas 10~15 minutos por dia. O principal objetivo da Chorei é tentar fazer com que todos na Empresa se sintam mais como uma equipe. A maioria das empresas japonesas que fazem corei geralmente faz com que seus funcionários compartilhem sua visão, objetivos ou lema da empresa todas as manhãs;


SENPAI & KOHAI (先輩), senior & (後輩) junior - representa uma relação interpessoal hierárquica informal encontrada em organizações empresariais, associações, clubes e escolas. O conceito tem suas raízes no ensino confucionista, mas desenvolveu um estilo japonês distinto, tornando-se parte da cultura japonesa.

Existe uma relação de respeito mútuo no qual o Senpai faz o papel de mentor e inicia o Kohai nas tradições de trabalho.

Normalemnte, no final do espediente o Kohai espera o Senpai ir embora, para depois sair. No entanto, quando este que se retirar antes, deve dizer: 

"Osaki ni shitsureishimasu (お先に失礼します)", traduzido como “com licença, vou indo na frente/primeiro”.

E ai, então o Sempai responde "Otsukaresama deshita (お疲れ様でした)traduzido como “obrigado pelo seu esforço/trabalho”.


OIJI (お辞儀の種類) - formas de curvar-se em reverência

Eshaku, keirei e saikeirei são as três categorias típicas de ojigi praticadas no mundo dos negócios no Japão. Independentemente do tipo escolhido, é importante prestar atenção constante aos músculos e à postura:

O Eshaku (会釈) é realizado com uma leve inclinação de cerca de 15° da parte superior do tronco, geralmente realizado entre colegas de mesmo status;

Keirei (敬礼), é a variação de ojigi mais utilizada nos negócios japoneses, é realizado com uma inclinação de cerca de 30° da parte superior do corpo;

Saikeirei (最敬礼), que significa literalmente "o gesto mais respeitoso", é, como o nome sugere, o ojigi que mostra o maior respeito para com a outra parte, com uma inclinação mais profunda da parte superior do corpo do que keirei, normalmente em entre 45 ° ~ 70°. Além disso, como o saikeirei é usado apenas em situações graves, espera-se que fique parado na posição de reverência por um tempo relativamente longo para mostrar respeito e sinceridade.


HANKO(判子)INKAN (印鑑), carimbo -

  é um carimbo esculpido que pode ser usado em qualquer situação em que um indivíduo, ou um indivíduo em nome de uma empresa, possa usar uma assinatura ou iniciais. Assinar contratos, fazer suas transações bancárias (em um banco) ou receber uma encomenda são apenas três desses casos. A necessidade de um hanko e até mesmo o tipo de hanko podem variar dependendo da situação.

Embora o governo japonês esteja (supostamente) eliminando gradualmente o uso de hanko em muitas situações, você deve esperar que os selos permaneçam por alguns anos ainda.

RADIO TAISO(ラジオ体操), Rádio Calistenia -

As empresas japonesas podem ter encontrado uma maneira de aumentar a saúde dos funcionários e melhorar a produtividade, por meio de exercícios matinais, uma tradição que se firmou na cultura do povo para promover melhor saúde e condicionamento físico.

Há um exercício matinal chamado “Rajio Taisou” ou “Exercício de Rádio”, Rajio Taiso (ラジオ体操) ou Radio Calistenia, trata-se de uma rotina comum de exercícios transmitidos pela rádio NHK todas as manhãs a partir das 6h30. A primeira transmissão ocorreu em 1928, desde então, essa tradição do Rajio (rádio em japonês) Taiso foi incorporado na rotina matinal de muitos japoneses.

A parte boa deste programa de exercícios é que ele foi projetado para qualquer pessoa em qualquer idade fazer por conta própria, sem nenhum equipamento necessário. Todos, desde crianças até idosos, podem participar, e há até versões que você até pode fazer sentado.

Estes são as 13 movimentos padrão da primeira parte:

1. Gire e estique os braços
Levante os braços para a frente, estique as costas e desça os braços ao lado do corpo;

2. Cruze e abra os braços enquanto dobra as pernas para cima e para baixo 
Balance os braços e dobre os joelhos;

3. Gire seus braços
Balance os braços em círculos completos para fora e depois para dentro;

4. Incline-se para trás (peito para fora)
Abra as pernas para a esquerda, na largura dos ombros, e balance os braços, em seguida, estique o peito com uma respiração interna;

5. Gire o corpo de lado.
Incline-se para o lado com um braço para cima, sobre a cabeça, estique o lado direito duas vezes, depois o esquerdo;

6. Dobre o corpo para frente e para trás
Incline-se para a frente para tocar o chão 3 vezes e salte com as mãos na cintura e faça uma curva para trás;

7. Gire seu corpo da esquerda para a direita
Balance os braços e torça o corpo, para a esquerda e depois para a direita;

8. Estique os braços para cima e para baixo
Mãos nos ombros com as pernas abertas para a esquerda, estique para cima e depois para baixo;

9. Dobre o corpo diagonalmente para baixo e o peito para fora
Dobre a cintura para o dedo do pé direito duas vezes, depois para cima e abra os braços, estique o peito e depois para a esquerda;


10. Gire todo o seu corpo
Faça um círculo com a parte superior do corpo para um lado e depois para o outro;

11. Salte com as duas pernas
Pule com os dois pés para cima 4 vezes, depois abra e feche as pernas duas vezes;

12. Abra os braços, dobre e estique as pernas
Balance os braços enquanto faz agachamentos leves;

13. Respire fundo enquanto estica os dois braços lentamente
Controle sua respiração, inspire e expire profundamente com os braços subindo e descendo.


KAGAMI-BIRAKI (KAGAMI-NUKI) 鏡開き「鏡抜き」

Ao iniciar um novo negócio, empreendimento, projeto, ou até mesmo um casamento no Japão, geralmente é realizado um ritual chamado Kagami Biraki, uma cerimônia tradicional em que barris de saquê são quebrados com um martelo e servidos nos 'masus' em um banquete.


Originalmente esta cerimônia é baseada no Kagami-mochi (鏡餅, literalmente, "bolo de arroz espelhado" em japonês), com o qual os japoneses decoram seus altares durante os feriados de Ano Novo. Kagami-mochi são bolos de arroz redondos, empilhados em duas camadas, com samambaias na base, exibidos durante os feriados de Ano Novo, no dia 11 de janeiro. As pessoas têm o costume de fazer "Kagami-biraki", ou seja, quebrar o mochi e comer os pedaços triturados.


Seja um Mochi ou a tampa de um barril de saquê, ambos Kagami Biraki’s  tem sua forte conexão com o arroz, a matéria-prima do saquê e dos mochis e, portanto, são considerados oferendas sagradas aos deuses desde os tempos antigos. O conceito de receber o poder bebendo o saquê depois que ele é oferecido aos deuses é praticamente o mesmo que comer os pedaços de mochi.

Ainda em relação à tradição de quebrar a tampa dos barris de saquê (chamado komo-daru) com um martelo em uma festa, vale notar que isso decorre do fato de que as lojas de bebidas costumavam chamar a tampa superior de um barril de saquê kagami (espelho). Apesar de ser popularmente chamado de 'kagami-biraki', a denominação correta do evento deveria ser kagami-nuki (鏡抜き).

sábado, 6 de agosto de 2022

CAUIM a solução brasileira para preservar biomas enaltecer as nossas culturas e ainda criar uma próspera nova economia

 
Luiz Pagano, criador do CAUIM industrial, encostado em uma samaumeira centenária na ilha de Cumbu, floresta amazônica

Existe um ativo brasileiro inexplorado, com enorme potencial econômico, escalável, capaz de se transformar num forte agente de mudanças sociais, com poder de enaltecer a cultura brasileira no exterior e ainda promover grande vantagem estratégica na preservação de aldeias indígenas brasileiras e consequentemente, nossos ameaçados biomas – O CAUIM. 


  É importante que se diga que o CAUIM, bebida 100% fermentada de mandioca é produzida em grande parte do território brasileiro, pelas mais de 305 etnias restantes e provavelmente foi produzido por centenas de outras já extintas, milênios antes da chegada dos colonizadores europeus.

 Até hoje é consumida como parte de rituais, que se diferenciam entre as nações indígenas, pertencentes de antigas tradições orais, preservadas por anciões – essa bebida e todo seu contexto cultural/religioso não deve, de forma nenhuma ser reduzida a elemento de comércio - não é disso que estamos falando aqui.

 Me refiro a uma bebida produzida comercialmente, cuja a amilase salivar, usada nas aldeias indígenas, fora substituída por processos industriais, frutos do trabalho que venho fazendo, junto a um reduzido grupo de estudiosos e que deu origem ao Cauim Tiakau.

COMO O CAUIM PODE SER ESSE AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO

 No Brasil enfrentamos uma dura realidade, a floresta amazônica, o pantanal, o cerrado, a mata atlântica e outros biomas brasileiros estão em constante risco, e se tornaram palco para disputas políticas nacionais e internacionais.

 Isentando o papel político, existem diversos agentes que corroboram para isso, tais como os garimpeiros, grileiros, madeireiros, fazendeiros predatórios e invasores em geral, que são agentes motivados, violentos e detentores de recursos financeiros, que lhes permite bancar bons advogados, lobistas, e meios corruptos para perpetuarem suas ações.

 Os povos indígenas, os grandes defensores das nossas matas, estão nua e cruamente expostos a esse pesadelo, correm risco de serem dizimados impiedosamente, numa batalha desesperadora e quase sem perspectivas de vitorias. Para piorar a situação, muitas aldeias optam pela tradição oral, de forma que essas etnias podem desaparecer sem ao menos deixar registro cultural de sua existência.
 Não se protege a floresta ou as etnias, colocando uma cúpula sobre elas, a idéia é fortalecer as chamadas células de preservação individualmente, através de capacitação intelectual e monetária.
 A ajuda externa fornecida pela FUNAI, ICMBio, ONGs e outras instituições são dignas de elogio, mas ainda assim insuficientes no atual cenário. O ideal seria ter as células de preservação robustas e eficientes, em todas as esferas sociais, sem que para isso perca sua essência - o Cauim cumpre perfeitamente essa função.

 CUSTOS DE PRODUÇÃO E VIABILIZAÇÃO

 Quanto a matéria prima, o único pré-requisito é a mandioca, matéria prima básica, seja produzida em aldeia indígena, com a mandioca plantada em meio a floresta por meio de sistema agroflorestal, sem que arvores sejam derrubadas, de forma que não se caracterize como monocultura.
 A produção pode ser bem pequena, num primeiro momento, sempre em harmonia com a natureza, sem pesticidas, de forma que sua escassez justifique preço premium, tal como acontece com bebidas produzidas na região de Champagne;
 

 A estrutura básica de uma unidade de produção não é diferente das micro cervejarias de fundo de quintal, bastante comum nos últimos anos. Para produção de 100 litros de Cauim precisa-se de panela de cocção, uma dorna de 100 litros e chiller, orçados em aproximadamente R$60.000,00;
 Garrafas de vidro deverão ser bem características e retornáveis, a logística reversa poderá ser um ponto obrigatório nas plantas de produção.

 A princípio teremos uma estrutura de negócios em São Paulo, no primeiro momento, que poderá se expandir para outras regiões do Brasi – no entanto, nada impede que o negocio cresça de forma orgânica, em região diferente, conforme dinâmica e necessidade do investidor / etnias aderentes ao projeto.

 Isso posto, gostaria que soubessem que a primeira vez que obtive sucesso com a sacarificação e fermentação da mandioca, foi num feriado de Nossa Senhora, com minhas experiências em meu estúdio. 

 Depois disso, coincidentemente obtive grandes avanços no projeto nessa mesma data nos anos seguintes, uma delas na unidade da Pernod Ricard de Rezende, próximo ao Santuário de Aparecida – Assim sendo sugiro como padroeira para esse projeto Nossa Senhora de Aparecdia.
 Se você tem interesse em viabilizar esse projeto, por favor, procure a mim, @luizpagano ou os meus parceiros nessa empreitada, Hildo Sena e Cassio Cunha.
 
T'ereîkokatu ('cheers' em Tupi Antigo).

sexta-feira, 13 de maio de 2022

TUPI o Drink com Cauim e Hidromel

  



Neste World Cocktail Day, 13 de maio - eu criei um drink 100% brasileiro, que infelizmente poucos, ou quase ninguém, pode beber(…por hora)


Receita 
-1 shot de Cauim 100% de mandioca;
-1 shot de Hidromel (Tukanaira) Seco;
- Ornado com pó de guaraná Sateré Mawé Çapó.

Taça ISO
- ….
Eu batizo o drink com o nome de TUPI.

——

Luto para que um dia esses todos nós possamos nos unir e brindar a brasilidade com o Tupi
T’ereikokatu!!!!

*Cauim é um projeto de Luiz Pagano que visa trazer para o grande público a bebida brazileira mais antiga, 100% fermentada de mandioca.

——

Barmans e mixologistas devem achar estranho o pó de guaraná em todo o copo… eu posso explicar - 

- - além do aroma maravilhoso, a taça fica parecendo uma casaca de cupuaçu! 

Reforça a experiência sensorial de brasilidade

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