Desde o início da era industrial compramos
produtos embalados em seu próprio marketing, usamos o produto e jogamos fora a
embalagem.
Nós pagamos pelo o produto e também pela
publicidade das indústrias, interessadas em se diferenciarem de outros
fabricantes. Essa embalagem, como bem sabemos, transforma-se em lixo no final
do processo de consumo.
Com o aumento da população mundial, esse
modelo “Marketing-embalagem-lixo” deve ser mudado imediatamente.
O A grande ilha de lixo do Pacifico (The Great Pacific Garbage Patch), descoberta no final de 1990 é certamente a prova de que, ao
contrário de qualquer outro animal neste planeta, nós, seres-humanos, não somos
capazes de lidar com o nosso próprio lixo.
Localizada na região central no norte do
Oceano Pacífico, aproximadamente entre 135 ° W a 155 ° W e 35 ° N e 42 ° N, é
uma área onde as correntes oceânicas concentram toda poluição marinha ao longo
de muitos anos. Nela achamos todos os tipos de lixo, desde pias a sacos
plásticos.
A grande ilha de lixo do Pacifico tem agora
cerca de 1.760 mil quilômetros quadrados, área três vezes maior do que a
península de Espanha Portugal.
Não é só no Pacífico que encontramos essa
ilha de dejetos, encontramos também lixo nos oceanos de todo o planeta em cinco
pontos principais, também chamados de “Five gyres” – os cinco turbilhões (veja http://5gyres.org/).
É importante que se diga, que um saco
plástico leva cerca de 20 anos para se decompor, enquanto uma garrafa de
plástico pode levar até 500 anos.
A pergunta que devemos fazer é - Quem é o
responsável pela coleta deste lixo? A lógica responde a essa pergunta dizendo
que "os resíduos devem ser recolhidos por quem o fez" - o biólogo
norte-americano, Barry Commoner, uma vez propôs a sua quarta lei da ecologia,
"Não existe almoço de graça". Tudo que produzimos e consumimos tem
tanto um custo econômico quanto um custo para o meio ambiente.
O que escoa pelos nossos ralos e vai para
os nossos aterros sanitários passa a afetar negativamente alguém ou algum
lugar, em algum setor da natureza. Infelizmente, muitas vezes, por conta de
nossa cultura de “jogar tudo fora” nos esquecemos desse fato. Como resultado,
as comunidades que acabam por pagar o preço de nosso lixo são freqüentemente
distantes no tempo e no espaço de quem os produziu.
A fim de tentar resolver este problema, o
Conselho Canadense de Ministros para o Meio Ambiente lançou uma consulta sobre
um plano de ação local de responsabilidade estendida por parte do produtor –
EPR (em inglês - Extended Producer Responsibility). Este poderá incluir não só
os custos de fabricação do produto e a redução da poluição decorrente do
processo de fabricação, mas também as despesas de lidar com o lixo resultante
após o consumo do produto.
A EPR poderá ser a ferramenta pela qual a
responsabilidade de pagar por programas de reciclagem e lixo não será mais dos
municípios e passará a ser das empresas que os produzem.
Como repercussão teremos um incentivo para
os produtores de futuros resíduos desenvolverem projetos ambientalmente mais
amigáveis. Por exemplo, desde a introdução de leis EPR no Japão e na Europa, fabricantes
de eletrônicos reduziram o uso de plásticos em muitos aparelhos, conseqüentemente
reduziram sua dificuldade de reciclagem.
Felizmente muitos países introduziram
proibições aos sacos plásticos: Bélgica, Itália, Austrália, Bangladesh,
Tailândia, África do Sul.
Um projeto denominado Projeto Kaisei
("planeta oceano" em japonês) foi lançado em 19 de março de 2009, com
planos para uma fase inicial de estudos científicos dos detritos do plástico no
turbilhão do Pacífico Norte e de viabilidade de tecnologia de recuperação e
reciclagem. O objetivo é trazer a colaboração global da ciência, tecnologia e
soluções, na tentativa de remoção dos resíduos flutuantes.
Como o mundo pode ajudar nesse esforço de
limpeza? - Blemya acredita em uma solução simples porem, não fácil; os nomes
impressos nas embalagens de plástico deverão pagar a conta, proporcionalmente à
quantidade do material encontrado.
A fim de evitar novas ilhas de lixo
plástico sobre os oceanos um novo plástico feito de algas está desenvolvimento,
este poderá tornar-se a nova base para a indústria de embalagens.
Na Conferência Global de plásticos
ambientais da SPE (www.sperecycling.org) em Atlanta em outubro de 2011, duas
novas operações de reciclagem, foram iniciadas com o propósito de criarem um
bio-plástico feito de algas. Os novos e sofisticados processos tem propósito de
criarem matérias de reciclagem pós-consumo de ciclo fechado.
Para se certificar de que nossos esforços
na limpeza dos oceanos, juntamente com as novas descobertas feitas pela
bio-engenharia de materiais plásto-alginatos, Blemya viajou a frente no tempo e
nos trouxe alguns artigos sobre os efeitos benéficos de nossas ações no
presente:
- As vantagens deste novo material era
óbvia, uma vez descartado este é facilmente reintegrado à natureza, e se acidentalmente
acaba nas águas dos oceanos, será considerado comida de peixe, com um pequeno e
calculado impacto ecológico.
- Infelizmente, o gosto de alguns produtos
mudou um pouco, uma vez que entra em contato com o novo material, mas soluções
simples como manter o alimento afastado da superfície da embalagem por uma fina
camada de parafina resolveu o problema.
- Foi muito bem aceito pelas instituições
ecológicas, ONGs, e mais importante, o consumidor.
- O uso de materiais de bio-engenharia
possibilitou criar toda uma linha de embalagens, projetadas e programadas
diretamente nos códigos genéticos, o resultado foi surpreendente.
Algumas marcas de leite optaram por usar
uma embalagem feita com os genes da Caravela Portuguesa (Physalia physalis),
claro que o nematocistos e os tentáculos foram suprimidos, e por mais estranho
que possa parecer, se tornou um
grande sucesso de mercado, o consumidor paga até 30% a mais apenas para ter a
nova embalagem na mesa para o café da manhã.
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