quinta-feira, 29 de junho de 2023

Uma explicação científica para a vida após a morte


O texto a seguir é escrito em um diálogo filosófico, uma forma de escrita característica adotada por muitos filósofos gregos antigos, especialmente Platão, mas também amplamente utilizada por Xenofonte e, em menor escala, Aristóteles.

Neste diálogo, pensamentos e ideias são apresentados por meio de conversas entre dois personagens fictícios, o Mestre Sambadad que assume o papel do ‘Sócrates Tupi’, personagem central dos diálogos de Platão, e Ismael, um discípulo que passará por uma experiência de iluminação e modificação transdimensional reveladora.

O nome Ismael também não foi escolhido ao acaso, faz referência ao aventureiro de Herman Melville e ao Anjo Tutelar do Brasil descrito por Chico Xavier.

O estilo literário dos diálogos gregos busca recriar as discussões filosóficas ocorridas nas ruas de Atenas e outras cidades da Grécia Antiga.

Este diálogo começa com a pergunta central:

Quando eu morrer, minha essência será obliterada ou minha consciência continuará existindo?

Como qualquer outro diálogo filosófico, este também se caracteriza por sua natureza dialética, em que as ideias são apresentadas, criticadas e defendidas em um processo contínuo de argumentação. O objetivo é chegar à verdade ou ao conhecimento o mais próximo possível por meio de um exame rigoroso das ideias opostas. As perguntas são feitas para estimular a reflexão e promover a investigação filosófica.

Além disso, esse diálogo terá elementos cômicos para amenizar um pouco a intensidade dos fatos apresentados, com descrições vívidas das expressões faciais, gestos e emoções dos personagens. Esses elementos ajudam a tornar a leitura mais envolvente e destacam a importância das discussões filosóficas como parte integrante da vida e da busca pelo conhecimento.

Isso tudo para simplesmente permitir que ideias complexas sejam exploradas de maneira acessível e envolvente, proporcionando a melhor forma que encontrei para abordar um assunto tão difícil, que jamais poderia ser exposto em textos lineares ou romances.

.-.-.-.

Capitulo 1 - Me chamo Ismael.

Vivendo experiências de vida não menos e nem mais normais do que as suas, sem passar por aflição ou grande alegria, resolvi refletir na noite passada sobre âmago da existência – a única coisa que consegui foi perder uma noite de sono e acordar com mais perguntas.

Foi então que decidi consultar o Pajé que mora próximo a grande arvore, com o propósito de encerrar esse assunto de vez, para poder seguir com as triviais dificuldades do dia-a-dia e procurar os mundanos prazeres da vida real.

Ao chegar na casa sem portas do Pajé, ele nem mesmo perguntou do que se tratava, me deu um pacote cinza de supermercado com folhas dentro e tal como um médico de PS que receita Buscopan intramuscular sem olhar para sua cara, pediu para que eu o aguardasse do lado de fora com o estrano e inodoro saco.

Lá sentado, o pensamento que me ocorria era que o Pajé tinha uma edição de Addio Cosa Nostra de Pino Alracchi. Que tipo de Pajé consegue livros italianos que nem mesmo foram publicados no Brasil.

O pensamento mais frequente que tinha era o de que eu talvez não devesse expor o meu nobre assunto, que tanto me atormentava a um Pajé que usa boné da Puma, (sim ele estava usando um Puma bem legal).

Minha mente romântica ensaiava o dialogo que haveria de ter com o Pajé, eu não queria fazer feio.

Sempre fui muito bem nas aulas de matemática e física, nas intricadas sendas dos assuntos científicos, a lógica prevalece e as respostas são sempre muito claras. Não é preciso de nenhum professor para afirmar que 2+2 é igual a 4. No entanto, quando exploramos os temas essenciais da existência, a sabedoria se esconde nos véus do desconhecido. O melhor professor, paradoxalmente, transita pela ignorância, reconhecendo a vastidão das questões e incentivando a busca pessoal por respostas. Pois é nesse humilde reconhecimento da limitação humana que nos abrimos para a sabedoria que transcende o intelecto e nos conecta à vastidão do mistério.

Eu realmente não estava acreditando que o Paje de Puma, fã da editora Rizzoli fosse sério, eu acredito que sou um melhor filósofo do que o pragmático Pajé...

Nesse instante, no qual me pegava esboçando um sorriso sarcástico, zoando mentalmente o pobre do Pajé, meus pensamentos são interrompidos pelo apito crescente da chaleira.

Apos o som de utensílios serem desordenadamente manejados dentro da casa, sai o Pajé com uma jarra na mão esquerda e a tal da chaleira na direita – Sim, alem de tudo ele era canhoto.

Nossa eu estou priando – o que importa o fato de ser destro ou canhoto, só não quero perder meu tempo aqui.

O Pajé tira o saco de minha mãos, apalpa as folhas enquanto me olha com olhar desconfiado e diz:

-“É importante que você tenha esquentado as folha com o seu calor, se não aconteceu isso, pode voltar para casa”.

Se ele tivesse me avisado, eu teria sentado encima do saco.

Más, felizmente, estava tudo dentro dos protocolos, ele macerou os herbais na jarra enquanto lentamente adicionava água quente. Mestre Sambadad Mestre Sambadad 
Sem falar nada ele me levou para perto da grande árvore, me deixou com a jarra, sem copo, e voltou para casa dele.

Fique sem palavras com tamanho desrespeito do Pajé, más também estava sem palavras ao ver aquele lindo final de tarde se refletindo às margens do rio.

Dei um golinho, estava quente de mais tinha gosto do carrinho plástico que eu mastigava quando era pequeno, daqueles que vem com suquino dentro...

Dei outro gole na esperança que o gosto fosse melhorar, más só fazia piorar.

...

Outro gole e nada de bater...

Capítulo 2 – O Mestre Sambadad 

Sentado em silêncio, junto às margens do rio Tapajós, eu acabara de ingerir substâncias de origens misteriosas, em comunhão com a majestosa árvore que testemunhava minha ousadia, quando algo extraordinário começou a acontecer. 

Sócrates se aproximou de mim dizendo algo que não entendi, o som era de grego. A sensação que tive foi que ele disse:

Τὸν  χαίρειν. πόθεν τὰ νῦν ἡμῖν ἐπιδεδήμηκας; ἢ οἴκοθεν ἐξ το σπίτι του σαμάνου;
Salve Ismael! De onde vieste agora para nos visitar, de casa ou da casa do pajé?

Estava tão impactado pelos acontecimentos que fiquei imóvel por um tempo. O mestre deve ter percebido meu mal-estar, e simplesmente sentou-se ao meu lado para contemplar o rio e as estrelas que começaram a aparecer na linda noite. 

Quebrei o jejum de silêncio e perguntei “isso é real?”

“Sim” disse o Socrates que agora mudava de forma e começava a parecer com um guru indiano “tão real quanto as dúvidas que pairam em sua cabeça – vamos direto ao assunto, o que quer saber?”.
Tinha tantas dúvidas más nenhuma delas me ocorria no momento...
“Qual é seu nome?”
De todas as perguntas inteligentes que podia fazer, comecei logo fazendo a mais esquisita.
“Hahahahah! Me chamo सम्बद्ध जगत”
Falou um nome meio confuso que não ficou nem 3 segundos em minha cabeça antes que eu começasse a esquecer.
“Pode me chamar de Sambadad”
“Prazer, Ismael”.

Outro momento de silencio desconfortável se fez presente e ai então eu corajosamente perguntei:

Quando eu morrer, minha essência será obliterada ou minha consciência continuará existindo?

“Hahahaha” deu outra daquelas gargalhadas e prosseguiu “más já essa pergunta? Normalmente as pessoas demoram alguma horas para chegar a esse ponto”.

Fiquei quieto e ele prossegui com a sua explicação:

Sambadad - A busca pelas religiões, em sua maioria, está enraizada na busca por conforto espiritual diante da possível insignificância da vida e da incerteza sobre o desaparecimento da consciência após a morte, muitos indivíduos encontram consolo nas crenças religiosas. 

As religiões oferecem respostas e narrativas que transcendem o mundo material, proporcionando um senso de propósito, significado e esperança para além da existência terrena.

A ciência, por sua vez, revela maravilhas ainda maiores do que as belezas mais incríveis que as religiões possam apresentar. Através do conhecimento científico, somos capazes de explorar e compreender os mistérios da natureza de uma forma objetiva e fundamentada em evidências. Ela nos revela a vastidão do cosmos, a complexidade dos organismos vivos, os processos físicos e químicos que regem o funcionamento do universo.

Embora a ciência não possa oferecer respostas definitivas sobre questões filosóficas e existenciais, ela nos convida a questionar, investigar e descobrir por meio do método científico. E com isso, mediante tantas outras religiões criadas pelos homens e endossada pelos Deuses, eu vos apresento mais uma delas.

Só que dessa vez os dogmas foram encontrados na dura e triste ciência, não mais dentro dos confortos da mente humana”.

Ismael – Meu D’us, eu jamais esperaria esse tipo de resposta! Afinal, você é um cientista ou uma entidade espiritual?

Sambadad - Não é necessário ser cientista ou religioso para expressar opiniões ou dar respostas sobre assuntos filosóficos. A filosofia é uma disciplina que está aberta à participação e reflexão de qualquer indivíduo, independentemente de sua formação acadêmica ou filiação religiosa.

A filosofia busca explorar questões fundamentais sobre a existência, a natureza do conhecimento, a moralidade, a ética, a verdade, entre outros temas complexos. Ela incentiva o pensamento crítico, a reflexão pessoal e a busca por respostas que vão além das respostas puramente científicas ou religiosas.

As experiências de vida, as observações pessoais e a reflexão individual podem contribuir para a formação de ideias e perspectivas filosóficas. Cada pessoa traz consigo uma bagagem única de vivências, valores e perspectivas, que podem influenciar a maneira como ela compreende e responde às questões filosóficas.

No entanto, é importante reconhecer que a filosofia também se beneficia do diálogo, da troca de ideias e da exploração de diferentes perspectivas. O debate filosófico enriquece nosso entendimento e nos desafia a considerar diferentes argumentos e pontos de vista, ampliando nossa visão de mundo.

Portanto, embora qualquer pessoa possa expressar opiniões e dar respostas sobre assuntos filosóficos, é valioso manter uma abordagem aberta, estar disposto a aprender com outros e a considerar diferentes perspectivas para enriquecer nosso próprio pensamento filosófico.

Ismael – Entendo! Só não esperava que a minha experiência fosse ser assim, imaginava viagens de luzes, algo parecido com a Ayahuasca.... você sabe que eu já fiz uma viagem com a Chacrona?

Sambadad - Você levanta um ponto importante. O uso de substâncias psicoativas, como a chacrona e o jagube, presentes em algumas práticas xamânicas, pode de fato alterar o estado de percepção de uma pessoa. Essas substâncias são conhecidas por terem efeitos psicodélicos e podem levar a experiências sensoriais e perceptivas distintas.

No entanto, é essencial ressaltar que o verdadeiro conhecimento do ser não está exclusivamente ligado ao uso de drogas ou substâncias psicoativas. O autoconhecimento puro, é uma jornada interna que envolve o desenvolvimento da consciência, a exploração de nossas próprias emoções, pensamentos, valores e experiências.

Através de práticas como a meditação, a reflexão introspectiva, o diálogo interior e a busca de uma conexão mais profunda consigo mesmo, podemos acessar camadas mais profundas de compreensão e sabedoria interior. Essa busca pelo autoconhecimento pode levar a uma maior clareza de propósito, um senso de identidade mais autêntico e uma compreensão mais profunda de nossas interações com o mundo ao nosso redor.


Embora o uso de substâncias psicoativas possa fornecer insights temporários ou experiências transformadoras, é importante enfatizar que o verdadeiro crescimento e conhecimento do ser vêm de um processo contínuo de autorreflexão, desenvolvimento pessoal e busca interna. Cada indivíduo tem seu próprio caminho para a compreensão e a sabedoria, e é importante respeitar e honrar essa jornada pessoal.

Ismael – No entanto eu acabo de consumir substancias, e estou aqui conversando com você.

Sambadad – De fato, você acabou de tomar um chá de Matricária. As mães dão isso aos seus filhos quando eles tem dor de barriga. Eu te asseguro que o que você consumiu não é nem um pouco psicoativo.

Ismael – Quer dizer que aquele Pajé fajuto, que usa Puma me deu um chá de camomila e eu estou tendo uma viagem?

Sambadad – Hahahahaha... Sim, ele é tão humano quanto você. Só que ele tem um conhecimento que você terá ainda essa noite, e sabe muito bem como operá-lo.

Ismael – Por que ele me deu chá de camomila?

Sambadad – Por que você estava muito tenso e isso poderia quebrar nossa ligação conectiva.

3-A realidade e a ciência assustam, já a religião conforta;

Sambadad – Veja, é comum que durante a infância e adolescência enfrentemos conflitos internos e busquemos diferentes formas de compreender o mundo ao nosso redor. No seu caso, dividir o cérebro em duas partes, uma cética e outra religiosa, vem facilitando muito a sua vida no que diz respeito à respostas e conforto emocional.

A parte cética, baseada nas leis da física e da ciência, busca uma compreensão racional do mundo, procurando explicações objetivas para os fenômenos naturais e eventos que ocorrem ao nosso redor. Essa abordagem valoriza a observação, a lógica e a experimentação como meio de obter conhecimento e compreender a realidade. Tem te ajudado muito a estudar, arranjar bons empregos e seguir com credibilidade frente à sociedade.

Por outro lado, a parte religiosa de sua mente oferece um refúgio emocional, trazendo o conforto e segurança da reza à Virgem Maria, ensinada pela mamãe para nos colocar em ambiente espiritual seguro, diante dos medos noturnos e da dor da perda de um ente querido. 

Essas duas partes do seu cérebro refletem a busca por um equilíbrio entre a razão e a fé, entre a busca pelo conhecimento científico e a necessidade de encontrar significado e conforto emocional. É importante reconhecer e respeitar as diferentes dimensões da experiência, permitindo-se explorar tanto os aspectos racionais como os emocionais da sua jornada pessoal.

A ciência e a religião não precisam necessariamente se excluir mutuamente; elas podem coexistir e complementar-se, fornecendo diferentes abordagens para a busca da verdade e da compreensão. É uma jornada individual e única, na qual você tem a liberdade de explorar e descobrir seu próprio caminho de compreensão e conforto.

Ismael – Meu D’us, você conhece mais de mim do que eu mesmo...

Sambadad – Sim

Ismael – como isso é possível?

Sambadad – Meu nome significa Planeta Integrado em Hindi, a dinâmica do Planeta Integrado propõe uma visão abrangente da vida, nascimento, morte, comunicação e interação entre as espécies, com potencial para atender às necessidades espirituais dos indivíduos de forma semelhante à religião. Enquanto a religião muitas vezes busca proporcionar conforto e significado espiritual, essa filosofia científica amplia essa busca para além do egoísmo humano, conectando-a à grandiosidade do planeta e ao universo.

Ismael – “Você vai me dizer agora que essa filosofia do Planeta Integrado, como você diz, não foi criada pela raça humana.... quem criou então, extraterrestres” perguntei com ar irônico. Como pode uma religião ou uma filosofia não ter sido criada pelo homem? ... animais ou plantas lá sabem processar textos e escrever??

Sambadad - Neste momento você está falando com uma forma de vida que não é nem uma planta nem um homem. Você está experimentando uma percepção intuitiva personificada por mim.

A intuição tem o belo significado da faculdade ou ato de perceber, discernir ou sentir as coisas, independentemente de raciocínio ou análise, literalmente significa falar com seu D'us interior.

Mas não há nada de místico na intuição, ela é puramente científica - trata-se da soma de percepções de seus múltiplos sentidos, numa velocidade maior do que aquela que você é capaz de processar em seu cérebro. Aprendemos que o corpo tem 5 sentidos e que através deles obtemos todas as informações. Isso não é verdade. Além da visão, paladar, oufato, tato e audição, teem também o sentido da passagem do tempo, denominado cronocepção, equilíbrio percebido pelo labirinto, percepção magnética pela leitura do ferro no sangue de vossos corpos... logicamente muito menos do que os pássaros. No total, o homem tem 32 sentidos.

Ismael - A sensação que sinto agora me lembra muito uma sensação que eu tive quando era criança. Na época, meu pai tinha um livro sobre curas naturais e eu vi que o confrei tem propriedades curativas, quando nos machucavamos faziamos um cataplasma com as folhas e colocavamos na ferida. 

No entanto, uma vez em passeio distante eu tive uma ferida grave na canela e estava perdendo muito sangue, e não havia confrei por perto. Resolvi aplicar folhas de picão, sem saber que o picão é ainda mais eficaz do que o confrei nas feridas.

Quando cheguei em casa e contei isso para minha mãe, ela ficou chocada, ela disse que esse conhecimento de ervas foi passado diretamente de D'us para mim.

Sambadad - Ela estava certa, a pergunta que faço a voce é:

Como o primeiro Pajé descobriu os efeitos das plantas? Quem ensinou o homem a fazer uma roda?

Arthur Clarck fez a bela suposição de que um ser superior em forma de monólito os ensinou, ao longo dos anos a intuição fez os homens aprenderem as ciências.

Ao contrário das religiões antropocêntricas, essa filosofia transcende a noção de um ser humano como criador e beneficiário exclusivo dos dogmas religiosos, abraçando a interconexão de todas as formas de vida no planeta. Ela reconhece a beleza e a importância das outras formas de vida, permitindo que a busca religiosa se expanda para incluir o reconhecimento da grandiosidade e diversidade do mundo natural.

Através da ciência, essa filosofia oferece uma compreensão mais profunda e ampla do funcionamento do mundo, proporcionando um senso de maravilha diante dos mistérios da vida e do cosmos. Ela convida os indivíduos a explorar as interações complexas entre os seres vivos, a compreender as leis cósmicas que regem o universo e a encontrar significado na interdependência de todos os elementos da existência.

Ao adotar essa filosofia, os indivíduos podem encontrar conforto espiritual na beleza e na harmonia do planeta integrado, na conexão com todas as formas de vida e no reconhecimento de sua própria contribuição para o equilíbrio e a evolução desse sistema interconectado. Assim, essa filosofia científica oferece uma alternativa que transcende o antropocentrismo das religiões tradicionais, convidando os indivíduos a se conectarem com a grandiosidade do mundo natural e a encontrarem uma espiritualidade que abraça a interconexão de todas as coisas.

Ismael - Quer dizer então que o macaco e o cachorro tem  religião?

Não é religião, mas sim uma dinâmica de pensamento. Você já percebeu a alegria de um cachorro correndo com seus ‘donos’ ao chegar numa praia, ou a felicidade de um macaco que, logo ao sair de sua jaula, fica euforicamente feliz ao ver o azul do céu? 

Animais e plantas tem suas formas de perceber a beleza da conexão, que muitas vezes o homem chama de ‘emoção da fé’.

Ismael – Isso me fez lembrar das palavras de Braian Cox, um físico rockstar chamado Brian Cox "Na busca pela verdade científica, encontramos uma beleza que transcende as narrativas e os dogmas das crenças religiosas, levando-nos a uma compreensão mais profunda e fundamentada da realidade." 

Sambadad – Ele está certo, a história da criação científica tem majestade, poder e beleza. e é infundido com uma mensagem poderosa capaz de elevar nossos espíritos de uma forma que suas numerosas contrapartes sobrenaturais são incapazes de igualar. Ela nos ensina que somos produtos de 13,7 bilhões de anos de evolução cósmica e o mecanismo pelo qual o significado entrou no universo, mesmo que apenas por um momento fugaz no tempo. Porque o universo significa algo para mim, e o fato de sermos todos aglomerados de quarks e elétrons em um padrão complexo e frágil que pode perceber a beleza do universo com maravilha visceral é, eu acho, um pensamento que vale a pena levantar um copo para esse Natal.

Ismael – Que bonito, quem disse isso?

Sambadad – “Brian Cox!” disse ele esboçando um sorriso sarcástico no rosto, igual ao que eu tinha feito anteriormente, como que por vingança.

Ismael – Só que o mundo não é só feito de belezas não, existe muita tragédia nesse mundo. Semana passada mesmo vi um jacaré comer uma pobre capivara, foi horrível, me causou desprezo pelo jacaré e uma grande revolta. 

Sambadad – O que você almoçou hoje?

...eu sabia que havia comido a galinhada que sobrou de sábado e me calei.

Sambadad - Podemos encontrar muita beleza no processo em que milhões de vidas serviram para alimentar a sua vida.

Ismael – Me parece injusto, eu haverei de comer milhares de frangos e quando morrer nenhum frango me comerá.

Sambadad – Não se iluda, você só chegou até aqui por que um ciclo de indivíduos que se alimentaram de diversas outras vidas como alimento te geraram, e você será devorado também por diversas outras vidas, numa corrente longa e bela. 

Ismael – Ainda não consigo entender a beleza disso tudo.

Sambadad -  No passado diversos seres se alimentaram de outros seres, isso é motivo de honra e celebração.
Até onde sei, seus pais te ensinaram a agradecer a comida que come, certo?

Ismael – sim, sou descendente de japoneses, falo Itadakimasu a cada refeição, num ato de humildade e celebração.

Sambadad – Exato!

No futuro a sua morte servirá de alimento para milhões de outras formas de vida, isso é motivo de honra e celebração.

Há bilhões de anos, nosso planeta tem testemunhado uma inter-relação profunda entre todas as formas de vida, essa intrincada teia de conexões é o que sustenta a harmonia e a evolução contínua da vida na Terra, desde o nascimento até a morte, e através da alimentação, cada organismo desempenha um papel vital nesse sistema integrado. 

Luiz Pagano sentado em silêncio, a beira do Rio Tapajós

Além da alimentação, a intenção entre os seres vivos desempenha um papel crucial na interação e na compreensão mútua.

A vida começa com a concepção e nascimento, o momento inicial da vida, que chamaremos de EVENTO NÚMERO UM, em que novos seres são trazidos à realidade existencial. Cada organismo, desde o menor inseto até o ser humano, é resultado de um ciclo de vida, doravente chamado de EVENTO NÚMERO DOIS, contínuo de eventos que após o nascimento, tende-se a interagir com outros seres e alimentar-se de outras vidas, processo no qual a morte de um indivíduo, EVENTO NÚMERO TRÊS, dá origem à vida de outro, em um interminável tecido de acontecimentos. 

Essa interconexão entre a morte e o nascimento cria um equilíbrio essencial para a sobrevivência dos ecossistemas. 

Uma vez que passou pela FASE UM, ninguém escapa da longa e boa FASSE DOIS e da curta e cruel FASE TRÊS

Na perspectiva da dinâmica do planeta integrado, o ciclo de vida em que você se torna alimento para o predador pode ser visto como parte essencial e natural do equilíbrio e da interconexão do ecossistema. Embora possa parecer triste do ponto de vista humano, é uma manifestação do fluxo contínuo de energia e matéria que sustenta a vida no planeta.

Nessa dinâmica, reconhecemos que todas as formas de vida estão interligadas e dependem umas das outras para sua sobrevivência. O predador que, em determinado momento da vida, pode até ter te observado com carinho, tem sua própria necessidade de se alimentar para sobreviver e continuar sua existência. Existem vários relatos de tigres e leões que foram criados ‘carinhosamente’ em zoológicos ou circos, más que em determinado momento, mataram e devoraram seus tutores.

Quando isso acontece, ao se tornar alimento para os animais após sua morte, você se torna parte do ciclo nutritivo, alimentando outros seres vivos e contribuindo para o equilíbrio do ecossistema.

Essa perspectiva ressalta a importância de cada organismo desempenhar seu papel na teia da vida. Embora do ponto de vista humano possa parecer triste ou angustiante ser predado e servir de alimento para outros seres, é uma parte intrínseca do funcionamento do planeta, onde a morte de um organismo se transforma em vida para outros.

Essa visão mais ampla e integrada permite apreciar a beleza e a harmonia do sistema natural, mesmo que algumas interações possam parecer cruéis ou tristes em um contexto humano. Ela nos lembra que a vida é um ciclo contínuo de nascimento, morte e renovação, em que cada ser desempenha um papel importante para manter a dinâmica e a sustentabilidade do planeta.

Ismael – que dizer então que, se eu não for devorado por um leão ou um tigre, eu certamente serei devorado por dípteras, clostridium e espergillus... milhões deles.

Sambadad – Exato!

Embora possamos sentir emoções mistas em relação a essas situações, a dinâmica do planeta integrado nos convida mais do que a aceitar e encontrar significado em cada aspecto desse ciclo de vida, e por fim,  nos sentirmos honrados e parte da linda teia do planeta.

Por outro lado, dentro da mesma perspectiva da dinâmica do planeta integrado, o ciclo de vida em uma fazenda onde animais são criados com amor pelo fazendeiro pode ser visto como uma manifestação do equilíbrio e da interdependência entre as espécies. Embora a morte desses animais seja inevitável e possa ser vista como triste do ponto de vista humano, ela desempenha um papel importante para a sustentabilidade do sistema e o bem-estar da família do fazendeiro, bem como da comunidade a que eles servem.

Dentro dessa teoria, podemos considerar que os animais criados com amor pelo fazendeiro possam desenvolver um senso de conexão e confiança com ele, FASE DOIS. Eles podem experimentar uma vida confortável e segura, sendo cuidados e alimentados adequadamente, tal relação de afeto entre o fazendeiro e os animais pode gerar uma sensação de bem-estar e qualidade de vida para ambos os lados.

Más, quando chega o momento da morte desses animais, FASE TRÊS, eles se tornam alimento para a família do fazendeiro. Nesse contexto, a teoria do planeta integrado valoriza a gratidão e o reconhecimento da importância desse ciclo de vida. Os animais, ao cumprir seu papel de fornecer alimento para o fazendeiro e sua família, contribuem para a subsistência e o sustento daqueles que os criaram com amor e cuidado, tanto quanto o fazendeiro servirá de alimento aos seres vivos do cemitério, a 500m de sua casa.

Ismael - Quer gostemos ou não, essa perspectiva enxerga o ciclo da vida e a morte dos animais como um aspecto natural e necessário para a continuidade da existência. 

Sambadad – E belo!

Ismael – Acho que entendi. Caso tivessem consciência, os animais que são criados com amor pelo fazendeiro podem encontrar um senso de propósito e significado ao servirem como fonte de alimento para a família, sabendo que estão contribuindo para a sobrevivência e o bem-estar daqueles que cuidaram deles, e assim também devemos agir, sendo gratos aos seres que restituirão nossa matéria a novas formas de vida.

Sambadad – Está começando a pegar o espírito da coisa...

Ismael - Embora esse conceito possa ser desafiador para algumas pessoas, a teoria do planeta integrado...

Sambadad – ‘Dinamica!’, isso não é uma ‘Teoria, isso de fato acontece, ou você tem duvidas que se alimenta e será alimento?

Nesse exato momento ácaros estão devorando peles mortas de suas pálpebras.

Ismael – credo!!!

Sambadad - A questão da maior beleza do planeta integrado em comparação com as religiões criadas pelo homem, envolve tanto elementos filosóficos quanto científicos, tentarei abordar essa questão de maneira abrangente, considerando diferentes perspectivas.

A teoria do planeta integrado, como você gosta de chamar,  nos mostra a incrível interconexão e harmonia da vida na Terra, ela revela a complexidade dos ecossistemas e como cada organismo desempenha um papel fundamental nessa teia da vida. Essa visão pode inspirar um senso de admiração pela natureza e pelo equilíbrio delicado que sustenta a diversidade.

Ao observarmos a interação entre os seres vivos e a forma como a morte de um organismo contribui para a vida de outros, somos confrontados com a noção de ciclo contínuo e renovação da matéria e da energia. Essa perspectiva pode ser interpretada como uma forma de continuidade da existência, em que cada indivíduo se torna parte de um todo maior, perpetuando sua energia e nutrientes em novas formas de vida. 

Aqui encontramos um eco do conceito de vida após a morte, mas em uma perspectiva mais ampla e conectada ao funcionamento dos ecossistemas.

Ismael – então respondendo a minha pergunta que fiz a uma hora atrás, existe vida apos a morte, certo?

Sambadad – A resposta é..... 12 minutos.

Ismael – oi??

Sambadad – 12 minutos, você perguntou a 12 minutos atrás e não a uma hora.

Ismael se descontrai e ri pela primeira vez, com vontade “eu pensei que 12 minutos tivesse algo a ver com a resposta”.

Sambadad – Sim, existe a vida após a morte, mas não da forma que você acha.

Ismael – Eu me considero um omnireligioso, ou seja, eu acredito em todas as religiões posto que todas elas existem, no entanto não sigo nenhuma com afinco.

Eu acredito que se um cristão morrer, ele realmente irá para o céu. Se um budista morrer, reencarnará... aquilo que o homem acredita que vai acontecer é o que vai acontecer.

Sambadad – Parabéns! É uma bela crença.

É importante notar que essa perspectiva, embora bela e intrigante, é baseada em observações científicas e no entendimento atual da biologia e da ecologia. 

Não é uma religião, cada qual com sua linda temática.

A idéia de que nossa consciência possa permanecer viva ou ser transformada em outras formas de vida após a morte é um tema complexo que transcende a compreensão científica e filosófica atual. A ciência ainda está explorando os mistérios da consciência e da natureza da vida, e não há evidências científicas sólidas que sustentem essa possibilidade.

Por outro lado, as religiões frequentemente tratam da questão da vida após a morte de uma perspectiva espiritual e metafísica, abordam a existência de uma alma ou uma essência que transcende o corpo físico e continua a existir após a morte, baseadas em tradições religiosas, ensinamentos espirituais e experiências pessoais de fé e devoção.

No entanto, é importante notar que as crenças religiosas e os aspectos espirituais não são necessariamente incompatíveis com a ciência. Embora não haja provas científicas que sustentem as alegações específicas sobre a vida após a morte presentes em algumas religiões, a ciência em si não pode afirmar ou negar a existência de fenômenos além do alcance de sua metodologia.

Em última análise, a questão da vida após a morte é um território em que a ciência e a religião muitas vezes seguem caminhos separados, cada abordagem busca compreender diferentes aspectos da existência humana e oferece perspectivas e respostas diferentes para questões complexas. A ciência se baseia na observação e na investigação empírica, enquanto as religiões oferecem narrativas e sistemas de crenças que transcendem os limites da ciência.

Enfim, a beleza da Teoria... quero dizer, dinâmica do planeta integrado e a complexidade dos ecossistemas podem nos inspirar a apreciar a vida e a interdependência de todas as formas de vida. Essa perspectiva pode nos levar a uma maior consciência e responsabilidade em relação ao nosso papel como seres humanos no cuidado e na preservação do planeta e das suas diversas formas de vida.

4 - A ‘Teoria’ do Planeta integrado

A teoria do planeta integrado pode ser vista como um ponto intermediário entre a ciência e a religião, incorporando elementos de ambos, mas sem se enquadrar completamente em nenhuma das categorias. Essa perspectiva não se limita estritamente ao método científico nem adere a um sistema religioso específico, mas busca integrar aspectos da compreensão científica e da busca espiritual.

Enquanto a ciência procura explicar o funcionamento do mundo natural com base em observações, experimentos e análises objetivas, a teoria do planeta integrado abraça essa compreensão científica para fornecer uma visão mais abrangente e holística da vida e do universo. Ela reconhece as leis físicas e os processos naturais que governam o funcionamento do planeta e a interconexão de todas as formas de vida.

Ismael – Acho que entendi..., acreditar que minha alma se reencarnará em outro corpo, como no caso dos budistas, muitas e muitas vezes, faz sentido, mas não é ciência, não posso comprovar pelos crivos de teorização experimentação e replicação de experimentos, como nos métodos científicos. 

Sambadad – Exato! o mecanismo de consciência individual, imortal e seqüencial é um conceito ao qual você ainda não está preparado para entender, da mesma forma que a ameba pode ate perceber a sombra de uma ponte sobre seu lago, mas está totalmente incapacitada cognitivamente para perceber que aquela estrutura enorme foi concebida e construída por homens para atravessarem o rio e manifestar belezas arquitetônica.

Ismael – Curioso, Me lembro agora que Leonardo Da Vinci, um dos homens mais inteligentes que já viveram nesse planeta, buscava a sede da alma no corpo humano. Naquela época nem mesmo se conhecia os circuitos de neurônios e suas atividades bioelétricas. 
Hoje a inteligência social evoluiu a ponto de considerarmos essa busca infrutífera como ingenuidade do gênio.  
Compreendemos que tal empreitada seria comparável a desmontar um celular para tentar encontrar a pessoa que fala através dele nos circuitos.

Sambadad – Isso!! Você aprende rápido os conceitos.

Ao mesmo tempo, a dinâmica do planeta integrado transcende o escopo estritamente científico, pois também busca abordar as necessidades espirituais e a busca por significado e conexão com algo maior do que nós mesmos. Ela convida os indivíduos a contemplar a grandiosidade do mundo natural, a maravilha dos mistérios cósmicos e a importância de todas as formas de vida no planeta.

Embora a dinâmica do planeta integrado possa não ser reconhecida como uma ciência estabelecida no sentido tradicional, ela oferece uma abordagem mais abrangente e inclusiva, permitindo que os indivíduos explorem e encontrem um equilíbrio pessoal entre a compreensão científica do mundo e a busca por significado e conexão espiritual.

Portanto, a dinâmica do planeta integrado não se enquadra perfeitamente nas categorias de ciência ou religião, mas busca ser um ponto intermediário que reconhece a importância de ambas as perspectivas. Ela convida as pessoas a considerarem a interconexão de todas as coisas, a explorarem os mistérios do universo e a encontrarem um senso de maravilha e significado tanto nas descobertas científicas quanto nas dimensões espirituais da existência.

5- Fuga do Antropocentrismo

Numa crítica filosófica e teosófica, é possível argumentar que algumas religiões possuem uma postura antropocêntrica, dando maior importância ao ser humano em relação às outras espécies e ao meio ambiente, ignorando a interdependência de todos os seres vivos que nos fizeram chegar ao estágio evolutivo equilibrado que encontramos, 4,5 bilhões de anos desde o surgimento da vida, e a importância de uma abordagem holística para entender e preservar a vida na Terra no futuro.

Ao considerar essa perspectiva, cabe perguntar se as religiões, em sua forma atual, abordam adequadamente questões relacionadas à diversidade de gêneros e espécies. Alguns argumentariam que, por suas origens históricas e culturais, muitas religiões refletem os valores e as estruturas sociais de seu tempo, que são anacrônicos para os dias atuais e que podem preservar essa visão antropocêntrica de tempos passados.

No entanto, é importante destacar que nem todas as religiões compartilham da mesma abordagem antropocêntrica e que existem diferentes interpretações e práticas dentro de cada tradição religiosa. Além disso, ao longo do tempo, as religiões têm evoluído e se adaptado às mudanças sociais e culturais, permitindo uma maior compreensão e inclusão de outras formas de vida.

É reconhecido que algumas correntes religiosas modernas têm adotado uma postura mais ecológica, destacando a importância de cuidar do meio ambiente e de todas as formas de vida. Essas abordagens buscam integrar a ética ambiental e a preocupação com a diversidade de gêneros e espécies em sua visão de mundo.

Na filosofia do planeta integrado, o antropocentrismo dá lugar a uma visão mais holística e inclusiva, na qual as belezas e importâncias de outras formas de vida no planeta são reconhecidas e valorizadas. 

Essa abordagem vai além do benefício direto do ser humano e considera a interdependência de todas as espécies e ecossistemas como parte integrante de um todo complexo.

Ao adotar essa filosofia, as religiões deixariam de ser exclusivamente focadas nos benefícios e interesses humanos, ampliando sua visão para abraçar a diversidade e a interconexão de todas as formas de vida. Isso implica reconhecer e apreciar as belezas, os valores e os papéis desempenhados por outras espécies e ecossistemas no equilíbrio e na sustentabilidade do planeta.

Dessa forma, a adoção da filosofia do planeta integrado na religião permitiria uma perspectiva mais abrangente e compassiva, na qual o ser humano se vê como parte de um todo maior, compartilhando o planeta com outras formas de vida e reconhecendo a importância de respeitar e preservar a diversidade e a harmonia do ecossistema global.

Ismael – Por isso então o Pajé me pareceu tão trivial?

Sambadad – Não confunda as coisas, é importante reconhecer que existe um histórico de preconceito em relação aos povos indígenas, em que foram injustamente considerados inferiores às sociedades ocidentais civilizadas. No entanto, hoje em dia, há um crescente reconhecimento da importância dos conhecimentos tradicionais e da harmonia com a natureza presentes nas culturas indígenas, como é o caso dos Yanomâmis.

Os Yanomâmis são um povo indígena que vive na região amazônica, principalmente no Brasil e na Venezuela. Eles possuem uma profunda compreensão e conexão com o meio ambiente, valorizando a preservação da natureza, a sustentabilidade e o equilíbrio ecológico.

Uma característica notável da vida Yanomâmi é a sua relação amorosa com a natureza. Eles compreendem a interdependência entre os seres vivos e o meio ambiente, estendendo o amor não apenas aos seres humanos, mas também às plantas, aos animais e até mesmo às pedras. As mulheres Yanomâmis, por exemplo, têm o belo costume de oferecerem seus seios para que macacos e pacas possam mamar junto com seus próprios bebês.

Além disso, os Yanomâmis têm um estilo de vida mais integrado com a natureza, produzindo significativamente menos lixo em comparação com sociedades consideradas mais "civilizadas". Eles possuem práticas sustentáveis, utilizam os recursos naturais de forma consciente e possuem uma relação de respeito e cuidado com o ambiente ao seu redor.

Essas perspectivas indígenas nos convidam a refletir sobre nosso modo de vida e aprender com essas culturas. Embora não seja viável abandonar completamente nossa evolução e modo de vida atual para viver como indígenas, podemos buscar uma evolução que integre o conhecimento tradicional e a sabedoria ancestral em uma abordagem sustentável e consciente para o futuro. Assim, poderemos valorizar e preservar a natureza, respeitar todas as formas de vida e alcançar um equilíbrio entre o progresso e a preservação ambiental.

Ismael - Devemos então abandonar tudo o que conquistamos ara viver como os índios?

Sambadad –  Agora você esta duplamente equivocado – primeiro....‘Indígenas’, o termo ‘índio’ é ofensivo.

Ismael – me desculpe.

Sambadad – Segundo, você está equivocado ao afirmar que devemos abandonar as conquistas e avanços alcançados pelas sociedades civilizadas para viver como indígenas. Cada civilização tem suas próprias realizações e contribuições para o progresso humano, seja na ciência, tecnologia, medicina, educação, entre outros campos.


A ideia de evoluir a sociedade aproveitando o melhor dos dois mundos é bastante relevante. Para dar os próximos passo evolutivos do planeta temos que aprender com os conhecimentos e práticas tradicionais indígenas, como a valorização da natureza, a sustentabilidade e a harmonia com o meio ambiente, e incorporar esses aspectos em nossa forma de vida atual.

Isso implica em adotar uma abordagem mais consciente e sustentável, onde consideramos o impacto de nossas ações no meio ambiente e nas futuras gerações. Podemos buscar soluções inovadoras que combinem os avanços científicos e tecnológicos com o respeito ao meio ambiente e a busca por uma sociedade mais equilibrada e harmoniosa.

Ao integrar o melhor dos dois mundos, podemos promover um estilo de vida mais consciente, valorizando a natureza, respeitando as diferentes culturas e buscando um equilíbrio entre o progresso material e o bem-estar coletivo.

Espero que essas perspectivas indígenas convidem você a refletir sobre o modo de vida que leva e aprender com essas culturas. Embora não seja viável abandonar completamente a vossa evolução e modo de vida atual para viver como indígenas, vocês podem buscar uma evolução que integre o conhecimento tradicional e a sabedoria ancestral em uma abordagem sustentável e consciente para o futuro. De forma a valorizar e preservar a natureza, respeitar todas as formas de vida e alcançar um equilíbrio entre o progresso e a preservação ambiental.

6- Alimentação e Interação

Ismael – Eu já venho fazendo isso, me inspiro nos colegas indígenas. Não como mais biscoitos e procuro não colocar tanto açúcar nas coisas. Baseio minha alimentação nos elementos naturais que encontramos aqui próximo ao rio.

Sambadad – Excelente noticia Ismael, a alimentação desempenha um papel central na FASE DOIS, manutenção desse sistema integrado através da cadeia alimentar, os seres vivos obtêm os nutrientes e a energia necessários para sobreviver. 

É interessante observar que, embora diferentes espécies tenham necessidades alimentares distintas, existe uma dependência mútua que sustenta a teia da vida. Os organismos se alimentam uns dos outros, garantindo a continuidade do ciclo de vida e a preservação do equilíbrio dos ecossistemas.

Espero que tenha aprendido com seus amigos indígenas também a se comunicar com os animais e plantas.

Ismael – até honrar e ver beleza no ciclo de vida e morte, vá lá...más conversar com animais e plantas...Isso já está me parecendo loucura de mais

Sambadad – Hahahaha.... é melhor que comece a pensar no assunto, a comunicação desempenha um papel fundamental na coexistência e no entendimento entre as espécies. Embora o grau de comunicação possa variar, é inegável que os seres vivos se comunicam de várias maneiras. Os seres humanos desenvolveram uma linguagem complexa, permitindo-os interagir e compreender uns aos outros em um nível avançado por meio de ondas sonoras na atmosfera.

No entanto, também somos capazes de estabelecer conexões e entender outros seres vivos em diferentes graus. Por exemplo, cães e humanos estabelecem uma comunicação peculiar, baseada em expressões faciais, linguagem corporal e vocalizações.

Pode-se argumentar que um planeta evoluído é aquele no qual consegue-se  comunicar efetivamente com outras espécies, assim como adaptamos melhor nossa relação de nascimento, alimentação e morte à dinâmica do planeta. 

Essa evolução envolveria o desenvolvimento de uma consciência mais profunda sobre nosso papel como integrantes desse sistema planetário interdependente. Seria uma abordagem que reconhece a importância de cuidar do nosso meio ambiente, de preservar a biodiversidade e de respeitar todas as formas de vida.

À medida que continuamos a explorar e compreender as complexidades do sistema integrado entre a vida no planeta, torna-se cada vez mais evidente que a interdependência entre todas as formas de vida é essencial para a sustentabilidade e a evolução contínua. Ao reconhecer e valorizar nossa conexão com a natureza, podemos aspirar a uma coexistência harmoniosa, onde a comunicação e a compreensão entre as espécies são aprimoradas. Um planeta evoluído seria aquele em que os seres humanos buscam estabelecer uma comunicação mais profunda e empática com os outros seres vivos.

Para alcançar essa evolução, é essencial adotar uma abordagem de respeito e cuidado para com todas as formas de vida. Isso envolve reconhecer os direitos e as necessidades dos animais, das plantas e de outros seres vivos que compartilham nosso planeta. Significa agir de forma responsável, garantindo a conservação dos ecossistemas e protegendo a biodiversidade.
Além disso, a educação desempenha um papel crucial na construção desse relacionamento aprimorado. É fundamental promover uma consciência ambiental desde cedo, ensinando às gerações futuras a importância de coexistir de forma sustentável com o meio ambiente e de valorizar todas as formas de vida.

Então, um planeta evoluído seria caracterizado por uma mudança de paradigma, em que a interconexão entre todos os seres vivos é valorizada e priorizada. Seria um lugar onde a comunicação entre as espécies é incentivada e explorada, permitindo-nos compreender e respeitar melhor as necessidades e os comportamentos dos outros seres vivos.

Ao desenvolver essa compreensão e integração, poderíamos promover a conservação dos ecossistemas, mitigar os impactos negativos das atividades humanas sobre o meio ambiente e alcançar um equilíbrio sustentável entre o crescimento humano e a preservação da natureza.

Luiz Pagano nadando no rio Tapajós

Em suma, a inter-relação planetária, que já dura bilhões de anos, exige que reconheçamos nossa conexão com todas as formas de vida. Ao aprimorar a comunicação e o entendimento mútuo, bem como ao adaptar nossa relação de nascimento, alimentação e morte de maneira sustentável, podemos aspirar a um planeta evoluído, onde a harmonia entre todas as formas de vida seja priorizada e protegida.

Além da Terra, acredita-se que existam outros planetas onde a vida possa ter surgido e evoluído. Esses planetas podem variar em diferentes graus de evolução, dependendo das interações de alimentação, interação cognitiva e comunicação entre as espécies.

Ismael – Peraí...você não deveria saber se existe veida fora da terra?

Sambadad – Eu sou mais evoluído que você, más estou longe de conhecer os mistérios do universo, .... e....

Ismael - .e.....

Sambadad – E mesmo se eu soubesse, talvez eu não tenha autorização de te dizer, hahahaha.

Ismael – É melhor mesmo não me falar nada sobre isso, esse papo todo já está suficientemente novo para mim. Tem até escala de mais e menos evolído...

Sambadad – hahahaha!! - continuando,... Isso, tem escala mesmo...

Os graus de evolução são bem complexos, más vou tentar resumir para você numa escala de uma a dez, tala qual seus dedos das mão.

Ismael – Eu posso ser menos instruído que você, más não sou idiota – eu sei o que uma escala.

Sambadad – Me perdoe Ismael, não quis te ofender, não sou perfeito...alias , ninguém é...

Bom, vamos lá...

Quando um planeta acaba de passar pelo surgimento da sopa orgânica fundamental para a vida, ele pode ser classificado como um planeta de categoria 1. Nesse estágio inicial, as interações de alimentação e a interação cognitiva entre os seres vivos ainda estão em desenvolvimento. A comunicação entre as espécies pode ser limitada, com um grau de entendimento relativamente baixo. Por outro lado, imagine um planeta onde todos os seres vivos se comunicam de forma excepcional, com um grau de comunicação avaliado em 10. 

Nesse cenário, a interação cognitiva entre as espécies é altamente avançada, permitindo um entendimento profundo e uma cooperação harmoniosa. Além disso, a interação do ciclo de alimentação, vida e morte também é perfeitamente equilibrada, com um grau de interação avaliado em 10. Nesse planeta, todas as formas de vida se beneficiam de uma comunicação sofisticada e de uma compreensão mútua, garantindo a continuidade harmoniosa do ciclo de vida.

Essa perspectiva amplia nossa visão sobre a diversidade e os estágios de evolução possíveis em outros planetas que possam abrigar vida. Cada planeta pode ter sua própria trajetória evolutiva, com diferentes níveis de interações de alimentação, comunicação e interação cognitiva entre as espécies.

À medida que exploramos e pesquisamos a existência de vida além da Terra, é importante considerar que nossa compreensão desses estágios de evolução em outros planetas ainda é limitada. No entanto, a ideia de diferentes graus de evolução nas interações de alimentação, comunicação e ciclo de vida pode nos ajudar a imaginar a diversidade de ecossistemas possíveis em nosso vasto universo.

Em resumo, à medida que consideramos a existência de vida além da Terra, devemos estar abertos à possibilidade de planetas em diferentes estágios de evolução. Desde planetas recém-formados com interações iniciais até planetas onde a comunicação e a interação entre as espécies são altamente avançadas, cada cenário pode revelar uma rica tapeçaria de vida e interdependência.

7- Graus de interação 

Os níveis da escala de evolução dos planetas:

0 - Planeta sem vida: Nesse estágio, o planeta não possui nenhuma forma de vida, sendo caracterizado pela ausência total de organismos vivos;

1 - Planeta com surgimento de vida e primeiras interações: Nesse estágio, a vida surge no planeta, seja por meio de processos biológicos ou químicos. As primeiras formas de vida interagem entre si, envolvendo processos básicos como alimentação, reprodução e morte;

2 - Planeta com diversidade de vida: Nesse estágio, a vida no planeta se diversifica, resultando em uma ampla variedade de espécies e ecossistemas. A interação entre diferentes formas de vida começa a moldar o equilíbrio ecológico do planeta;

3 - Planeta com comunicação elementar: Nesse estágio, algumas formas de vida desenvolvem mecanismos básicos de comunicação, permitindo interações simples entre indivíduos da mesma espécie. Isso pode incluir sinais químicos, sonoros ou visuais para transmitir informações simples, como alerta de perigo ou atração para acasalamento;

4 - Planeta com comunicação limitada: Nesse estágio, as espécies no planeta são capazes de se comunicar dentro de seus grupos, mas o entendimento entre diferentes espécies é restrito. Cada grupo desenvolve sua própria linguagem e meios de comunicação, o que limita a interação entre eles;

5 - Planeta com comunicação restrita a uma espécie: Nesse estágio, as espécies dentro do planeta conseguem se comunicar bem entre si, mas não entendem as outras espécies presentes. Cada espécie possui sua própria linguagem complexa e sofisticada, permitindo uma comunicação eficaz dentro de seu grupo;

6 - Planeta com comunicação entre espécies selecionadas: A Terra é um planeta de sexto estagio!

Nesse estágio, algumas espécies conseguem entender e se comunicar com outras espécies específicas. Na Terra, os seres humanos começaram a compreender a linguagem e os padrões de comunicação de outras espécies de animais, como abelhas, cães, golfinhos e baleias; bem como de fungos, como as composições de música de Paul Stamets com eletrodos em fungos, e a compreensão das elaboradas redes miceliais subterrâneas. No entanto, a comunicação entre diferentes grupos de espécies ainda é bem limitada;

7 - Planeta com comunicação ampla entre espécies: Nesse estágio, muitas espécies desenvolveram a capacidade de se comunicar entre si, permitindo uma troca significativa de informações e uma interação mais avançada. As barreiras lingüísticas entre espécies foram superadas, possibilitando um entendimento mais profundo e uma colaboração mais ampla;

8 - Planeta com comunicação abrangente e interações sustentáveis: Nesse estágio, a maioria das espécies no planeta é capaz de se comunicar e entender umas às outras. A comunicação abrange uma ampla gama de espécies, permitindo uma cooperação generalizada e interações sustentáveis. A compreensão mútua e a colaboração são fundamentais para a harmonia e o equilíbrio do planeta;

9 - Planeta com comunicação avançada e harmonia interespécies: Nesse estágio, a comunicação entre espécies atinge um nível avançado. As diferentes formas de vida no planeta são capazes de se comunicar de maneira sofisticada, compreendendo e trocando informações complexas. Essa comunicação avançada permite uma cooperação profunda e uma colaboração harmoniosa entre as espécies. Há um senso de consciência coletiva e respeito mútuo, resultando em uma harmonia interespécies, onde cada organismo contribui para o bem-estar do planeta como um todo;

10 - Planeta senciente e interconectado: Nesse estágio máximo de evolução, o próprio planeta se torna senciente, adquirindo uma forma de consciência. O planeta é capaz de se comunicar verbalmente com todas as formas de vida que o habitam, seja por meio de vibrações sonoras na atmosfera, telepatia ou outras formas avançadas de comunicação. Existe uma compreensão profunda e interconexão entre todas as espécies, permitindo uma colaboração harmônica e um equilíbrio perfeito.

Luiz Pagano testando a diferença de temperatura e densidade no encontro entre o rio Tapajós e o rio Amazonas

É importante ressaltar que essa escala de evolução dos planetas é puramente especulativa e baseada em conceitos imaginários, como disse anteriormente, atualmente não há evidências científicas que comprovem a existência de planetas em diferentes estágios de evolução como descrito aqui. 

Ismael – Incrível!! – o que devemos fazer para sairmos do nível 6 e passarmos para o nível 7?

Sambadad – Excelente pergunta...

Como seguir em frente?

Para te dar os passos eu teria que inventar umas coisas.

Ismael – como assim?

Sambadad – Vamos conceber uma civilização fictícia a assumir que ela exista num futuro próximo ao atual. Podemos chamar essa civilização de "Evoluthia"...

Ismael – Péssimo nome...

Sambadad – Eu sei... Bom, essa civilização desenvolveu-se em uma tera de nível 7, onde a comunicação entre todas as espécies atingiu níveis avançados. Os Evoluthianos, como são chamados seus habitantes, possuem uma compreensão profunda da interconexão e interdependência de todos os seres vivos em seu ecossistema.

Ao longo de sua história, os Evoluthianos exploraram a natureza do universo e desenvolveram um vasto conhecimento científico. Eles descobriram leis físicas e biológicas que governam o funcionamento do mundo natural. Essas descobertas científicas foram amplamente divulgadas e compartilhadas com todas as formas de vida sencientes.

Através dessa abordagem científica, os Evoluthianos encontraram respostas para muitas das perguntas que antes eram atribuídas às religiões. Eles compreenderam a origem da vida por meio de processos químicos e biológicos, estudaram a evolução das espécies ao longo do tempo e investigaram a composição do universo.

Essa compreensão científica profunda levou os Evoluthianos a adotarem uma mentalidade baseada na busca por evidências, na experimentação e na observação objetiva. Eles valorizam o conhecimento empírico e valorizam o método científico como a melhor forma de entender o mundo ao seu redor.

Os Evoluthianos substituíram as antigas crenças religiosas por uma filosofia baseada na ciência e na razão. Eles não adoram divindades ou seguem dogmas religiosos, mas sim buscam entender a natureza através de métodos científicos rigorosos.

No entanto, isso não significa que os Evoluthianos tenham perdido o senso de maravilha e admiração pelo mundo natural. Pelo contrário, a ciência fez com que admirassem ainda mais a beleza do cosmos - eles celebram a complexidade e a beleza do universo por meio da exploração científica e da compreensão dos mecanismos que regem a vida.

Os Evoluthianos valorizam a preservação do meio ambiente e a busca por um equilíbrio sustentável com seu planeta. Eles reconhecem a importância de cuidar de todas as formas de vida e de garantir a preservação dos ecossistemas que os sustentam.

Essa civilização fictícia, os Evoluthianos, encontrou na ciência uma base sólida para substituir as religiões tradicionais. Eles abraçaram a busca pelo conhecimento, a curiosidade científica e a compreensão do mundo natural como uma forma de conectar-se com a grandeza do universo e encontrar significado em suas vidas. Em resumo, eles acabaram com a ciência criada por um gênero e espécie e tornaram a ciência de outras formas de vida universais.

Ismael – Eles acabaram com as religiões, para recriar a religião

 Sambadad – É uma explicação bem simplista, que não reflete a realidade mas pode ficar com o conceito.

Ismael, você como um omnireligioso sabe que as religiões criadas pelos homens, são manifestações culturais belas, que não podem ser exterminadas. Pelo contrario, elas devem ser mantidas e cultuadas, pois seu praticante se sente bem em fazê-lo, gerando amor. O amor e o bem estar e fundamental para a evolução da vida.

O amor pelas estrelas, por exemplo leva o homem a estudar, a explorar e a criar magia.

Ismael – o que quer dizer com isso?

O Astronauta, O Astrônomo e O Astrólogo

Podemos destacar três personalidades presentes em todos nós, em maior ou menor intensidade - o astrólogo, o astrônomo e o astronauta - representam diferentes abordagens em relação à compreensão do universo e à busca por significado e conexão espiritual.

O astrólogo representa a busca por significado e orientação através da interpretação dos corpos celestes e de suas supostas influências sobre os seres humanos. Essa perspectiva nos traz poesia e criatividade, crenças e práticas espirituais, e pode oferecer conforto emocional e um senso de propósito para aqueles que acreditam em suas premissas.

O astrônomo, por sua vez, representa a abordagem científica da astronomia. Os astrônomos buscam compreender os corpos celestes e os fenômenos do universo por meio de observações, cálculos e teorias cientificamente fundamentadas. Eles utilizam o método científico para obter conhecimento objetivo sobre o cosmos, investigando as leis físicas e as relações entre os corpos celestes. Essa perspectiva oferece uma compreensão baseada em evidências e uma apreciação pelas maravilhas do universo.

Por fim, o astronauta representa a exploração e a experiência direta do espaço. Os astronautas são os indivíduos que têm a oportunidade de viajar além da atmosfera terrestre e testemunhar a vastidão do cosmos em primeira mão, pisar na Lua e coletar pedaços de cometas. A perspectiva do astronauta é de aventura e audácia, inspirando um senso de admiração e conexão com algo maior do que nós mesmos.

No contexto do texto, essas três personalidades podem ser consideradas como diferentes abordagens para compreender o mundo e encontrar conforto espiritual. Embora a ciência ofereça uma compreensão mais objetiva e fundamentada do universo, ela não precisa necessariamente excluir a busca por significado e conexão espiritual. 

A religião tem um papel fundamental na vida do indivíduo e na sociedade, pode fornecer orientação moral, valores éticos, sentido de propósito e conforto espiritual. Através da religião, as pessoas podem encontrar um senso de comunidade, solidariedade e conexão com algo maior do que elas mesmas.

No entanto, é igualmente importante reconhecer que, ao longo da história, as diferenças religiosas têm sido fonte de conflitos e divisões. Guerras e conflitos motivados por diferenças religiosas são lamentáveis e causam sofrimento humano desnecessário. É um exemplo de como a interpretação e a prática religiosa podem ser deturpadas ou mal utilizadas, resultando em consequências negativas.

É importante lembrar que os problemas associados à religião não são inerentes à própria religião, mas sim às maneiras como ela é interpretada e praticada pelos indivíduos e grupos. A religião pode ser uma força positiva quando usada para promover a paz, a justiça social e o bem-estar coletivo. É responsabilidade dos seguidores religiosos e das comunidades religiosas trabalhar para construir pontes, superar divisões e promover a harmonia entre diferentes religiões e visões de mundo.

Curioso saber que os desentendimentos religiosos não são particularidades humanas.

Existem desentendimentos que acontecem dentro de um planeta, entre seres de mesma espécie e seres de espécies diferentes... e também...

Ismael – também o que?

Sambadad - Planetas que se desentendem.

Ismael – Para vai, agora você viajou...

Sambadad – É tão difícil assim de acreditar que possam haver planetas sencientes interagino no cosmos? 

Sambadad - Considere a seguinte realidade, Voce é uma possoa senciente, certo?

Ismael - Certo!

Neste exato momento no qual estamos tendo essa conversa, o seu corpo abriga uma diversidade impressionante de vida microscópica. Estima-se que existam mais de 1000 espécies diferentes de bactérias, como os firmicutes, proteobactérias e actinobactérias, presentes na sua flora intestinal. Além disso, você carrega ácaros que se alimentam das células mortas da sua pele, assim como protozoários, vírus e outros microorganismos. Essa comunidade de seres vivos em seu corpo é tão vasta que pode ser comparada a um ecossistema em miniatura, com trilhões de indivíduos coexistindo.

Eles todos estão completamente por fora do assunto que estamos tendo aqui. 

Ismael - Incrúvel, como não havia pensado nisso antes.

8- Planetas que conversam com planetas 

Sambadad - Dentro dessa lógica, em que os planetas possuem a capacidade de comunicação e interação, é possível imaginar que os planetas também seriam capazes de estabelecer comunicação com outros planetas dentro de uma galáxia, com ou sem que os habitantes internos saibam. Isso abrire um cenário fascinante de intercâmbio de informações e experiências entre diferentes mundos.

Essa comunicação entre planetas poderia ocorrer de várias maneiras, dependendo das características específicas de cada planeta e de sua capacidade de transmitir e receber sinais. Poderiam ser utilizadas diferentes formas de comunicação, como emissões de sinais eletromagnéticos, comunicação via ondas de rádio ou até mesmo uma forma mais avançada de comunicação subespacial.

Através dessa troca de informações, os planetas poderiam compartilhar conhecimentos, experiências culturais, descobertas científicas e até mesmo formar parcerias e alianças para a preservação e desenvolvimento mútuo. Seria uma forma de ampliar ainda mais o leque de possibilidades e estabelecer uma rede de interação interplanetária.


Essa concepção permite explorar a riqueza e a diversidade que existiriam não apenas dentro de cada planeta, mas também entre os planetas de uma mesma galáxia. Os seres inteligentes e sencientes desses planetas poderiam desenvolver uma compreensão mais ampla do universo e da existência, ao interagirem e trocarem conhecimentos com outras formas de vida planetárias.

9- Planetas interagindo entre si 

Essa é uma ideia interessante! Dentro dessa perspectiva, mesmo com as órbitas regidas pelas leis da física, formas de vida avançadas poderiam desenvolver mecanismos para facilitar a transferência de matéria entre planetas ou astros, permitindo uma interação cósmica funcional.

Essa transferência de matéria entre planetas ou astros poderia ocorrer de diversas formas, dependendo das capacidades tecnológicas e avanço científico das civilizações envolvidas. 

Alguns possíveis mecanismos de transferência de matéria poderiam incluir:

Tecnologia de transporte espacial avançada: Essas formas de vida desenvolveriam naves espaciais ou dispositivos capazes de viajar entre planetas, facilitando a transferência direta de recursos e matéria;

Mecanismos de teletransporte: Se essas formas de vida atingissem um nível avançado de tecnologia, poderiam desenvolver meios de teletransporte que permitissem a transferência instantânea de matéria de um astro para outro.

Criação de portais ou buracos de minhoca: Essas formas de vida poderiam explorar a possibilidade de criar portais ou buracos de minhoca que conectassem diferentes planetas ou sistemas estelares, permitindo a passagem de matéria de forma eficiente.
Utilização de drones ou robôs especializados: Seriam desenvolvidos drones ou robôs capazes de coletar e transferir recursos entre os planetas, realizando as trocas necessárias em função das necessidades específicas de cada astro.

Esses são apenas alguns exemplos hipotéticos de mecanismos que poderiam ser desenvolvidos por formas de vida altamente avançadas para facilitar a transferência de matéria entre astros. Essa interação cósmica funcional permitiria a troca de recursos e suprimentos para atender às necessidades específicas de cada planeta, promovendo um equilíbrio e um benefício mútuo entre as civilizações planetárias.

É importante ressaltar que essas ideias estão no âmbito da especulação e da ficção científica, pois ainda não temos conhecimento de formas de vida avançadas ou tecnologias que permitam a transferência de matéria entre planetas de forma eficiente. 

Ismael – você é bem irônico mesmo em falar isso, você aparentemente sabe muito mais do que parece.

Enfim, ainda assim, é fascinante imaginar as possibilidades e as interações que poderiam ocorrer em um cenário cósmico de intercâmbio e colaboração entre diferentes astros.

A ciência continua avançando e nos proporcionando um entendimento cada vez mais profundo sobre o papel e a formação da vida no universo. No entanto, mesmo com nossas observações atuais, já podemos vislumbrar a infinita beleza da interconexão entre os seres vivos e o cosmos.

Ao contemplarmos a natureza e sua diversidade, podemos perceber como os diferentes organismos e ecossistemas estão interligados e interdependentes. Desde as intricadas redes de relações entre espécies na cadeia alimentar até os processos de reciclagem de nutrientes e energia, tudo está conectado de maneira complexa e harmoniosa.

Além disso, quando consideramos a escala cósmica, podemos maravilhar-nos com o fato de que todos os átomos que compõem nossos corpos foram formados em estrelas distantes. Somos, de certa forma, feitos das estrelas. Essa conexão com o cosmos nos leva a uma compreensão mais profunda de nossa própria existência e nos permite apreciar a imensa beleza e complexidade do universo.

Essa interconexão entre os seres vivos e o cosmos nos lembra da maravilha da vida e do nosso papel como parte integrante do todo. À medida que expandimos nosso conhecimento científico, podemos mergulhar ainda mais nessa beleza e descobrir os segredos ainda não revelados sobre a formação da vida e o lugar que ocupamos no universo.

Assim, ao observar os acontecimentos da atual evolução do planeta, somos convidados a contemplar a infinita beleza da interconexão entre os seres vivos e o cosmos, despertando um senso de admiração e reverência diante da grandiosidade e complexidade da existência.

Ismael – Me diz uma coisa 'Samba', você é a personificação do planeta Terra falando comigo, né?

Sambadad – Meu nome não é ‘Samba’, quem te deu autorização para me colocar apelidos? 

Ismael – Mais uma vez você escapa de uma pergunta séria com piadinha, né...

Sambadad – Hahahaha....gostei de ouvir essas suas ultimas palavras, agora você já pode tomar o meu lugar.

Ismael – Eu hein, vou continuar a rezar meu Pai Nosso e minha Virgem Maria, entrar numa sinagoga de Quipá e visitar os lindos templos do Japão. E saindo daqui, vou ver se o Pajé me empresta aquele livro sobre a Mafia, me interesso muito sobre isso.

Sambadad – É isso ai Ismael, tudo a seu tempo - más agora tenho que ir, tem alguns outros 'Ismaéis' com dúvidas no mundo.

Espero que veja sua vida de forma diferente e que tenha uma boa evolução!!
γεια σας

Ismael - γεια σας

----

Luiz Pagano, anotações feias em viagem a Alter do Chão/Santarém, 16 de maio de 2014 - reescrito em texto continuo, São Paulo, 29 de Junho de 2023

Nenhum comentário:

Blemia Powered by Google

Google