Luiz Pagano, criador do CAUIM industrial, encostado em uma samaumeira centenária na ilha de Cumbu, floresta amazônica |
Existe um ativo brasileiro inexplorado, com enorme potencial econômico, escalável, capaz de se transformar num forte agente de mudanças sociais, com poder de enaltecer a cultura brasileira no exterior e ainda promover grande vantagem estratégica na preservação de aldeias indígenas brasileiras e consequentemente, nossos ameaçados biomas – O CAUIM.
É importante que se diga que o CAUIM, bebida 100% fermentada de mandioca é produzida em grande parte do território brasileiro, pelas mais de 305 etnias restantes e provavelmente foi produzido por centenas de outras já extintas, milênios antes da chegada dos colonizadores europeus.
Até hoje é consumida como parte de rituais, que se diferenciam entre as nações indígenas, pertencentes de antigas tradições orais, preservadas por anciões – essa bebida e todo seu contexto cultural/religioso não deve, de forma nenhuma ser reduzida a elemento de comércio - não é disso que estamos falando aqui.
Me refiro a uma bebida produzida comercialmente, cuja a amilase salivar, usada nas aldeias indígenas, fora substituída por processos industriais, frutos do trabalho que venho fazendo, junto a um reduzido grupo de estudiosos e que deu origem ao Cauim Tiakau.
COMO O CAUIM PODE SER ESSE AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO
No Brasil enfrentamos uma dura realidade, a floresta amazônica, o pantanal, o cerrado, a mata atlântica e outros biomas brasileiros estão em constante risco, e se tornaram palco para disputas políticas nacionais e internacionais.
Isentando o papel político, existem diversos agentes que corroboram para isso, tais como os garimpeiros, grileiros, madeireiros, fazendeiros predatórios e invasores em geral, que são agentes motivados, violentos e detentores de recursos financeiros, que lhes permite bancar bons advogados, lobistas, e meios corruptos para perpetuarem suas ações.
Os povos indígenas, os grandes defensores das nossas matas, estão nua e cruamente expostos a esse pesadelo, correm risco de serem dizimados impiedosamente, numa batalha desesperadora e quase sem perspectivas de vitorias. Para piorar a situação, muitas aldeias optam pela tradição oral, de forma que essas etnias podem desaparecer sem ao menos deixar registro cultural de sua existência.
Não se protege a floresta ou as etnias, colocando uma cúpula sobre elas, a idéia é fortalecer as chamadas células de preservação individualmente, através de capacitação intelectual e monetária.
A ajuda externa fornecida pela FUNAI, ICMBio, ONGs e outras instituições são dignas de elogio, mas ainda assim insuficientes no atual cenário. O ideal seria ter as células de preservação robustas e eficientes, em todas as esferas sociais, sem que para isso perca sua essência - o Cauim cumpre perfeitamente essa função.
CUSTOS DE PRODUÇÃO E VIABILIZAÇÃO
Quanto a matéria prima, o único pré-requisito é a mandioca, matéria prima básica, seja produzida em aldeia indígena, com a mandioca plantada em meio a floresta por meio de sistema agroflorestal, sem que arvores sejam derrubadas, de forma que não se caracterize como monocultura.
A produção pode ser bem pequena, num primeiro momento, sempre em harmonia com a natureza, sem pesticidas, de forma que sua escassez justifique preço premium, tal como acontece com bebidas produzidas na região de Champagne;
A estrutura básica de uma unidade de produção não é diferente das micro cervejarias de fundo de quintal, bastante comum nos últimos anos. Para produção de 100 litros de Cauim precisa-se de panela de cocção, uma dorna de 100 litros e chiller, orçados em aproximadamente R$60.000,00;
Garrafas de vidro deverão ser bem características e retornáveis, a logística reversa poderá ser um ponto obrigatório nas plantas de produção.
A princípio teremos uma estrutura de negócios em São Paulo, no primeiro momento, que poderá se expandir para outras regiões do Brasi – no entanto, nada impede que o negocio cresça de forma orgânica, em região diferente, conforme dinâmica e necessidade do investidor / etnias aderentes ao projeto.
Isso posto, gostaria que soubessem que a primeira vez que obtive sucesso com a sacarificação e fermentação da mandioca, foi num feriado de Nossa Senhora, com minhas experiências em meu estúdio.
Depois disso, coincidentemente obtive grandes avanços no projeto nessa mesma data nos anos seguintes, uma delas na unidade da Pernod Ricard de Rezende, próximo ao Santuário de Aparecida – Assim sendo sugiro como padroeira para esse projeto Nossa Senhora de Aparecdia.
Se você tem interesse em viabilizar esse projeto, por favor, procure a mim, @luizpagano ou os meus parceiros nessa empreitada, Hildo Sena e Cassio Cunha.
T'ereîkokatu ('cheers' em Tupi Antigo).
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